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sexta-feira, setembro 29, 2006

Chegou a hora!

Companheiros,

Dia 1º de outubro sacramentaremos mais uma vitória da democracia e do povo brasileiro.

Para toda ação, existe uma reação. E nossa reação contra os interesses espúrios e anti-democráticos será nas urnas.

Precisamos ajudar o companheiro Lula a continuar a liderar esse avanço progressista elegendo uma bancada petista e comunista forte. Votem nos senadores, deputados federais e estaduais do PT e do PCdoB. Convençam seus amigos e familiares que votarão em Lula da necessidade de se ter uma bancada forte, pois está será a trincheira do presidente contra a truculência dos golpistas.

Ganharemos a batalha das eleições, mas a guerra continuará pesada durante o segundo mandato. Os antigos e fracassados quadros políticos não se acostumaram a conviver com a democracia e, por isso, tentarão derrubar o presidente eleito através de um golpe. Basta ver os discursos lacerdistas que proliferam pela imprensa. Sem uma bancada governista forte, a batalha em 2007 será árdua.

Nossa reação será nas urnas, mas se necessário for, não hesitaremos em estendê-la às ruas.

A luta continua.

João

LULA 13

quinta-feira, setembro 28, 2006

Lula abriu mão de 13,3 mil cargos públicos

por José Dirceu

O cientista político Fábio Kerche, pesquisador da Fundação Casa de Rui Barbosa (RJ) e assessor da presidência do BNDES, publica hoje na Folha de S.Paulo um artigo onde mostra que o PT, ao contrário do que defendem a oposição e a imprensa, não aparelhou a máquina estatal brasileira. Vamos aos números e às informações que ele expõe:

"Pelos dados disponíveis ao público no site do Ministério do Planejamento, em novembro de 2001, um ano antes do final do governo FHC, 70,5% dos DAS [cargos de livre provimento] eram ocupados por funcionários públicos de carreira. Esse percentual não se modificou significativamente de lá para cá. Em novembro de 2005, 68,9% dos cargos de confiança do governo Lula também eram ocupados por funcionários públicos concursados. Embora os cargos de confiança sejam de livre provimento, a grande maioria é ocupada por servidores concursados pertencentes ao quadro funcional do Estado brasileiro, mesmo nos mais altos escalões. (...)"

"Mas nem tudo são semelhanças entre este governo e os anteriores. Desde 2005, por meio de decreto assinado pelo presidente Lula, 75% dos DAS de um a três e 50% dos DAS 4 -- que, no total, representam 94,5% dos cargos de livre provimento -- devem, necessariamente, ser ocupados por funcionários de carreira. O governo limitou seu verdadeiro livre provimento -- poder escolher qualquer cidadão, servidor público ou não, para ocupar um posto no governo federal -- a apenas 32,5% do total de DAS na estrutura do Executivo. Dito de outra forma, o governo Lula retirou de sua absoluta discricionariedade a nomeação de mais de 13.300 cargos."

"Dos 520 mil servidores públicos civis na ativa do Poder Executivo, pouco mais de 6.400, ou 1,2%, podem ser livremente indicados para servir ao governo por determinado período sem necessidade de ter passado por concurso público. Ou seja, 98,8% dos cidadãos que ocupam postos de trabalho no Poder Executivo federal são, necessariamente, funcionários públicos de carreira e passaram por concurso público."

São dados objetivos, que mostram que o PT não aparelhou o Estado e, além disso, tomou decisões que visam o contrário. A fantasmagoria de uma máquina pública ocupada por militantes incompetentes serve para que pessoas como José Alexandre Scheinkman sustentem, como fez ele em artigo na Folha de S.Paulo, coisas que muitos tucanos não têm coragem de dizer em público. Em seu artigo, ele defende a privatização do Banco do Brasil e das estatais, sob o argumento de que é preciso impedir seu aparelhamento.

Em sua argumentação, ele usa um exemplo que, por si só, se desmonta: Cássio Casseb, ex-presidente do Banco do Brasil e hoje principal executivo da Companhia Brasileira de Distribuição, do Grupo Pão de Açúcar, nunca foi do PT. Propostas como essa visam impedir que o vencedor das eleições indique -- dentro de critérios técnicos e políticos -- membros dos partidos da coalizão para governar. Mas é assim que se governa, mesmo nos Estados Unidos, país onde vive e trabalha Shceinkman.

Desconstruindo Alckmin

Durante toda a campanha, o tucanato e sua mídia fizeram um gigantesco esforço para construir a imagem do Geraldo Gerente Competente. Uma só nota de uma jornalista da Folha de São Paulo - Mônica Bérgamo, ontem – acaba de desmontar todo o castelinho de cartas. O “choque de gestão” de Geraldo se traduz, ao final do mandato, em um rombo de R$ 1,2 bilhão nas contas de São Paulo. Lembo confirma. Não só o rombo, mas também o consequente arrocho nos gastos. Corre-corre, lufa-lufa, entre o tucanato. As receitas foram superestimadas, o corte de despesas não será suficiente, é preciso vender alguma coisa! O governador de São Paulo pode ser enquadrado na Lei de Responsabilidade Fiscal! Um escândalo.

Surge o bombeiro. Fernando Braga, ex-assessor de Alckmin e Secretário de Planejamento, solta nota para tentar esconder os fatos: não há descontrole, o contingenciamento já vem desde março (ôps!), o tucanato foi “rigoroso e austero nos gastos”.

Em seu blog, Luis Nassif, que é do ramo, insiste: falso, o rombo existe e era até maior, coisa de R$ 2,6 bilhões. Para cobrí-lo, Alckmin vendeu a CETEEP por um bi e deixou encaminhada a venda de ações da Nossa Caixa.

Moral da história: FHC, Geraldo, é sempre a mesma super competente política tucana para as finanças públicas; gastar irresponsavelmente e depois vender patrimônio público para pagar as contas. Com o Serra, justiça seja feita, é diferente. Ambulância ou varredura de grampos, ele sempre compra pelo melhor preço.

E sempre larga o cargo antes.

PS. Tomara que o Otavinho não demita a moça.

http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com/

quarta-feira, setembro 27, 2006

FHC, moralista de cueca


















http://blogdokayser.blogspot.com/

Le Monde diz que Brasil de hoje é menos desigual

Os resultados conseguidos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro mandato são motivo de reportagens extensas em dois grandes diários franceses nesta terça-feira. No Le Monde, Lula é apresentado como tendo o grande mérito de fazer um "Brasil menos desigual", e por isso, é favorito para a corrida eleitoral brasileira.
O presidente conciliou a manutenção de uma política econômica ortodoxa com a aplicação de dispendiosos programas de luta contra a pobreza, cujo balanço hoje é visível, no entender da maioria da população", afirma o jornal.


Contudo, o Le Monde alerta para o fato de que as necessidades da população demandam aumento dos investimentos, podendo colocar em risco o volume de recursos disponíveis para infra-estrutura e educação, que são consideradas fundamentais para o contínuo avanço do País.

No Le Figaro, outro importante jornal da capital francesa, o Brasil é chamado de: "O Brasil de Lula, menos pobre e mais estável". O artigo fala da capacidade de compra que as camadas mais pobres da população adquiriram e de como tal consumo também aqueceu a economia.
"A Fundação Getúlio Vargas considera que cerca de sete milhões de pessoas passaram da pobreza à classe média. O salário mínimo passou de 70 para 124 euros e o poder de compra aumentou", analisa o jornal, que atribui os avanços sociais mencionados ao crescimento das exportações, maior consumo interno e criação de quase cinco milhões de empregos formais.
http://rededalegalidade.blog.uol.com.br/

O demônio foi o de menos no discurso de FHC

por Franklin Martins

Coluna do iG

O discurso de Fernando Henrique ontem em São Paulo, durante o ato “Por um Brasil decente”, foi tão duro na forma que acabou ofuscando a participação de Geraldo Alckmin. O ex-presidente não deixou por menos: disse que Lula é o demônio em pessoa e deve ser enxotado do poder. Alckmin também pegou pesado: afirmou que Lula é a encarnação do Judas. Mas, seja porque na escala do mal, o traidor está abaixo do tinhoso, seja porque Fernando Henrique tem um estilo mais mitingueiro do que Alckmin, o candidato acabou ficando num segundo plano. Todas as manchetes realçaram o discurso do ex-presidente.

No entanto, os jornais não deram o devido destaque a um aspecto fundamental do discurso de Fernando Henrique. Ao lado das críticas duríssimas e dos arroubos de palanque, ele passou um recado claro: está jogando a carta eleitoral – e apenas ela. Não está no seu horizonte trilhar nenhum tipo de caminho heterodoxo no período pós-eleitoral. Depois de conclamar a platéia a se mobilizar para “expulsar” Lula do governo, botou os pingos nos ii: “Mas vamos fazer isso pelas urnas. É voto nas urnas o que queremos”. E mais à frente: “Temos que acabar no voto com essa tentação que está havendo no Brasil de achar que tudo pode. Não pode, não".

Já o presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, falando no mesmo ato público, não foi tão feliz na forma que encontrou para lidar com o problema, ao afirmar: "Estou torcendo para que o impeachment do Lula seja através do voto. Se não for, infelizmente, teremos um presidente sub judice, sob suspeitas. Se a população não der um basta pelo voto, a coisa poderá ficar grave". Vá lá que se chame a derrota eleitoral de um presidente de impeachment – raramente os políticos são rigorosos em cima dos palanques. Mas dizer que, se Lula vencer, ficará “sub judice” e que “a coisa poderá ficar grave”, deixa no ar a idéia de que outras cartas poderão vir a ser jogadas pela oposição no futuro, dependendo das circunstâncias.

Talvez tenha sido só uma frase infeliz, mal construída, num discurso feito de improviso, num momento de empolgação diante de uma platéia igualmente empolgada. Isso acontece com muito mais freqüência do que se pensa. Mas talvez a frase indique que aquilo que o ex-presidente Fernando Henrique disse de forma tão cristalina não é um pensamento unânime no primeiro escalão oposicionista. Nesse caso, aí sim, a coisa poderá ficar grave no futuro.

Aliás, ontem mesmo, o presidente da Câmara Aldo Rebelo advertiu que aqueles que estão querendo colocar sob suspeita o mandato de Lula, caso ele venha a ser reeleito, estão brincando com a democracia. A pior coisa que poderia acontecer ao país seria se, depois de contados os votos, alguns setores não se conformassem com a vontade do eleitor e pretendessem virar o jogo em outro terreno.

Na democracia, quem tem mais votos vai para o governo; quem recebe menos votos, segue para a oposição. O governo não pode impedir a oposição de fiscalizar e criticar. Mas a oposição tampouco pode impedir o governo de governar.

É simples assim. E funciona. Quando todo mundo respeita a idéia básica, é claro.

Os demônios da direita

As forças conservadoras estão mobilizando todas as suas energias para impedir que Lula seja reeleito presidente. Tentarão de tudo para levar a disputa ao segundo turno. E alguns setores já deixam claro que, mesmo que Lula seja eleito, buscarão impedir a sua posse e dificultar ao máximo seu governo.

O ódio da direita contra o presidente Lula e contra a esquerda tem várias razões, algumas inconfessáveis. Setores da direita querem retornar à época em que as denúncias de corrupção eram abafadas, engavetadas ou suas investigações desautorizadas.


A compra de votos na aprovação da reeleição, o obscuro processo de venda de mais de R$100 bilhões do patrimônio nacional através das privatizações e o sufocamento de dezenas de CPIs, são algumas das heranças morais dos oito anos de governo da aliança PSDB-PFL.


Hoje, os incomoda a atuação da Controladoria Geral da União (CGU), do Ministério da Justiça (por meio da Polícia Federal e da Secretaria Nacional de Justiça), da Advocacia Geral da União e do Ministério da Fazenda que reforçaram muito, nos últimos três anos e meio, o trabalho de combate à corrupção e qualificaram a transparência da gestão pública federal.

O que os incomoda é que a Polícia Federal prendeu 30 vezes mais durante nosso governo, desmantelando quadrilhas montadas durante o período do governo do PSDB-PFL, como a quadrilha dos vampiros e dos sanguessugas (ambas atuavam majoritariamente no Ministério da Saúde).


O que os incomoda ta
nto é que durante o governo Lula a sujeira não ficou debaixo do tapete, nem dentro das gavetas.

O ódio de alguns meios de comunicação contra Lula e contra a esquerda também tem motivos simples, embora inconfessáveis.


Acostumados ao controle que detinham sobre a opinião pública desde a redemocratização do país, alguns meios de comunicação não se conformam com a situação atual, em que a maior parte do povo vota em Lula, contra a opinião da maior parte da mídia, que é alckmista.
O que mais incomoda estes setores da direita e dos meios de comunicação são as mudanças na estrutura social brasileira.


Segundo a Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio-IBGE (PNAD), caiu em 19% o número de pobres. Os 50% mais pobres viram sua renda crescer 6,6%; o nível de emprego foi o maior desde 1996, e o das mulheres, o maior da série. Em três anos de governo Lula, 6,2 milhões de trabalhadores conseguiram ocupação.


É isto que está em jogo, na eleição de outubro. Por isso não podemos nos intimidar com os ataques demagógicos, hipócritas e golpistas da direita! Até porque a direita, mesmo perigosa, já beira o ridículo. Vide a frase do ex-presidente FHC, segundo a qual nosso candidato seria o "demônio".


É nessa hora que devemos mostrar toda a nossa força militante e a nossa capacidade de superar as adversidades. A hora é de mobilizar as bandeiras vermelhas da esquerda brasileira.

terça-feira, setembro 26, 2006

LULA, A IMPRENSA E O POVO

Noite de 25 de setembro. O presidente Lula inicia seu discurso no encerramento do comício da Frente Popular (PT-PC do B), no Largo Glênio Peres. Após as saudações iniciais, ele volta o olhar para o local onde estava a imprensa e fala: “Eu tenho consciência de que as coisas que fiz no Brasil e as coisas que fiz neste Estado nem sempre foram divulgadas com a isenção que mereciam. Vocês sabem que não sou de reclamar. Não fico lamentando as coisas que não aconteceram comigo e parto para a luta para ver as coisas acontecerem. Mas tem uma coisa que hoje vou dizer aqui. Se a nossa querida imprensa brasileira tivesse tido comigo 10% da condescendência que teve com o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso hoje eu teria 70% dos votos nestas eleições. Não tenho dúvida de que, poucas vezes na história do país, um presidente foi tão massacrado como fui”. Com seus blocos em punho, os jornalistas anotam as palavras do presidente. Alguns sorrisos irônicos. Ou de escárnio. Difícil precisar. Uma jornalista faz cara feia e reclama do volume do alto-falante.

Não é a única a reclamar. Atrás dela, é o povo que reclama. E reclama dos jornalistas. Com o Largo Glênio Peres lotado, muita gente não tinha uma boa visão do palco principal. Um palco auxiliar montado para a imprensa acabou encobrindo a visão de uma pequena multidão que se aglomerou junto a uma das paredes do Mercado Público. Em sua esmagadora maioria composta por moradores da periferia de Porto Alegre e da Região Metropolitana, essa multidão queria ver Lula. Mas havia um pequeno batalhão de repórteres e fotógrafos à sua frente. E os gritos de protesto saíram naturalmente.

- “Sai da frente que eu quero ver o Lula”, gritou uma mulher negra, de aproximadamente 40 anos.


- “Isso é uma barbaridade”, emendou um homem de uns 50 anos, encolhido atrás de um fino casaco de pano e sob um velho boné.

- “Nós estamos aqui trabalhando”, respondeu um jornalista, virando as costas para os reclamantes.


Não foram os jornalistas que escolheram aquele lugar para ficar, mas a simbologia da cena transcende a geografia do comício. Lula dirigiu a palavra à imprensa, olhando diretamente em sua direção. Os jornalistas anotavam algumas frases que, no dia seguinte, resumiriam todo o conteúdo do comício. Atrás deles, o povo queria ver Lula. E os jornalistas atrapalhavam sua visão.


http://rsurgente.zip.net/

A mídia não consegue fazer o tucano decolar

O que está em jogo no dia 1º de outubro

por José Dirceu

Não se trata de vencer por vencer. E não se trata do PT. O que está em jogo é o Brasil, o futuro do país, o seu rumo. Nada pode apagar os quatro anos de governo Lula, resultado de nossa vitória em 2002. O balanço é o próprio povo que está fazendo. Mas ainda há muito para fazer a fim de que o Brasil cresça e acabe com suas desigualdades sociais históricas.
A reeleição de Lula é fundamental, não só para avançar no projeto de desenvolvimento, mas, principalmente, para iniciar uma ampla reforma democrática no Estado brasileiro, começando pela reforma político-eleitoral.


No início de 2004, a oposição rompeu o pacto democrático e iniciou, com amplo apoio de grande parte de nossa mídia, uma escalada para desestabilizar, derrotar e, se fosse possível, derrubar o governo Lula. O uso aberto e sem pudor das CPIs para esse fim está comprovado na recusa, sem vacilações, do PSDB e do PFL em permitir CPIs sobre seus governos estaduais. E, agora, do PSDB de Piracicaba (SP), que acaba de arquivar um pedido de investigação parlamentar sobre as relações de Barjas Negri (ex-ministro da Saúde e ligado a José Serra), o empresário Abel Pereira e a máfia das ambulâncias.


A oposição não vacilou em apelar abertamente para o golpe, como o fez pela voz autorizada de um ex-presidente da República e seu líder inconteste. A base de nossa democracia é o voto universal. Mas, durante toda a campanha eleitoral, o que vimos foi uma tentativa canhestra e antiga, como aquela praticada pela UDN nas décadas de 50 e 60, de desqualificar o voto popular. A oposição não teve pejo de representar no Tribunal Superior Eleitoral contra a candidatura Lula, sem ter nenhuma evidência, indício ou prova que envolvesse o presidente e os recursos de sua campanha no caso do dossiê Serra.


Não temos salvação fora da legalidade e da democracia, fora das instituições. Aqueles que nos acusam de aparelhar o Estado não podem, abertamente, politizar e partidarizar a ação da Justiça Eleitoral e nem pretender substituir o voto pelo Tribunal Superior Eleitoral, retrocedendo às piores práticas da República Velha.


O princípio sagrado da democracia (“a cada cidadão um voto”) não pode ser substituído pelo veredicto de uma dezena de homens. A igualdade de condições para a disputa do voto não pode ser desequilibrada pelo uso da mídia na campanha, pela partidarização aberta e completa do noticiário e pela manipulação dos fatos.


Nunca, na história recente do Brasil, assistimos uma tão despudorada ação dos meios de comunicação contra um governo e uma candidatura, sem falar na campanha contra o PT. Nossa vitória, no primeiro turno, será, também, uma resposta clara e dura do povo a essas práticas antidemocráticas e permitirá ao país avançar na consolidação de nossa recente democracia.
Como sempre, a militância do PT fará a diferença. Precisamos da mobilização e da arrancada final da última semana, precisamos fiscalizar a eleição no dia 1º, é isso que vai garantir nossa vitória no primeiro turno.
Com a força do povo, Lula de novo.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Alckmin assusta eleitores

A Venezuela é aqui

por Eduardo Guimarães

Muita gente que vota em Lula e que está indo às raias do desespero por conta do ataque final da mídia contra o presidente ficou chocada com a pesquisa Ibope que acaba de ser divulgada e que mostra uma sólida queda de Lula (ainda que pequena) e um sólido crescimento de Alckmin (ainda que igualmente pequeno). Os que são meus leitores há mais tempo não deveriam ficar assim. Afinal, eu os avisei do que aconteceria. Na última sexta-feira, postei uma nota dizendo que tinha sido informado por gente de dentro da Folha de que o jornal fraudaria a pesquisa que seria publicada naquele mesmo dia e que só foi disponibilizada na internet na madrugada de sábado. Quando ela foi divulgada, vi, apreensivo, gente comemorando aqui no blog e pela internet inteira. Então escrevi o texto abaixo deste, intitulado "Margem de Safadeza", para fazer vocês entenderem que, de "margem de erro" em "margem de erro", levantaram a bola de Alckmin pelo menos uns 7, 8 pontos percentuais no decorrer das últimas semanas.

Mas não era suficiente e não vai ficar só nisso. Como não ficou. O Ibope cumpriu a missão inglória de que o Datafolha se desincumbiu, ou seja, a missão de mostrar uma queda maior de Lula e um crescimento de Alckmin fora da margem de erro das pesquisas de opinião. E por que o Ibope? Simples: o Datafolha pertence ao grupo Folha de São Paulo, um jornal que todos sabem que aderiu ao PSDB, um jornal que tem um ombudsman que vive acusando-o de partidarismo político. Então escolheram o Ibope, que pelo menos não tem coloração partidária tão visivel quanto a do Datafolha.

Já perdi a conta de quantas vezes escrevi isso que vocês vão ler. Percebi tudo a partir da eclosão da crise política em meados do ano passado. Repito, pela milionésima vez, que o Brasil mergulhou num processo político igual ao que mergulhou a Venezuela depois da eleição de Hugo Chávez. Partidos políticos de direita, o grande empresariado e os meios de comunicação uniram-se num complô para derrubarem um governo que passou a usar a riqueza do Estado venezuelano (proveniente das receitas com petróleo) em prol das camadas miseráveis da população, que durante décadas incontáveis tiveram que assistir os recursos do país serem usados em prol da minoria branca e rica daquela sociedade.

O processo de desmoralização de Chávez pela elite empresarial-midiática venezuelana consistiu em criminalizá-lo, em ridicularizá-lo e até em usar a força contra ele. Para isso a elite venezuelana se valeu dos meios de comunicação. Jornais, revistas semanais, rádios e internet, no entanto, não foram os únicos meios. Estive algumas vezes na Venezuela e acompanhei inclusive o auge da crise. Descobri que patrões pressionavam seus funcionários. Opinião pró-Chávez, na Venezuela, passou a ser motivo de demissão. E nos círculos sociais mais altos, de classe média para cima, virou in atacar o presidente da Venezuela.

Não toquei, porém, no assunto mais importante, num dos pontos cruciais do processo político venezuelano, que se reproduziria em outros países em que políticos de esquerda disputariam o cargo de presidente da República. Durante a campanha do referendo revogatório proposto pela oposição venezuelana para tentar tirar Chávez do poder - uma campanha que já vinha de anos -, as pesquisas de intenção de voto foram manipuladas escandalosamente. No começo, cerca de uns dois anos antes do referendo, Chávez aparecia como repudiado por quase dois terços do eleitorado. Depois, conforme o referendo foi se aproximando, Chávez "foi se tornando" mais popular. Abertas as urnas, porém, sua vitória foi bem maior do que as pesquisas previram. Na verdade, elas haviam previsto uma vitória apertada e ele ganhou de lavada.

Aconteceu exatamente o mesmo na Bolívia durante a eleição de Evo Morales no ano passado. As pesquisas foram fraudadas até o último minuto. Abertas as urnas, o resultado diferiu enormemente das pesquisas, ainda que estas concedessem vitória "apertada" ao candidato que a mídia demonizava e ridicularizava. O eleitorado de Lula pensa que está comendo o pão que o diabo amassou por conta do partidarismo escandaloso da mídia. Isso é porque a maioria quase absoluta dessas pessoas não viu o que fizeram na Venezuela. Vocês acham que ridicularizaram e desrespeitaram Lula? Gente, na Venezuela eu assisti, com estes olhos que a terra há de comer, e ouvi, com estes ouvidos que terão o mesmo destino dos olhos, Chávez ser acusado, em programas de televisão, de pedofilia, de ser homossexual, bissexual, drogado, ladrão, louco e o que mais vocês quiserem. E ainda ouvi, tanto na Venezuela como no Brasil, dizerem que o presidente venezuelano estava censurando a mesma mídia que cometia esses absurdos. Eu lhes garanto, como vinha garantindo há um ano, que o Brasil foi mergulhado no mesmo processo político da Venezuela e pela mesma mídia que o empreendeu no país vizinho. Aliás, o comandante da campanha político-midiática venezuelana, o megaempresário do setor de comunicações Gustavo Cisneros, foi quem transmitiu a Vejas, Folhas, Globos, Estadões etc o know-how que vocês estão vendo ser usado por nossa mídia contra Lula. E esse know-how inclui - e tem como ponto central - a manipulação de pesquisas eleitorais. É por isso que nesta semana que falta para a eleição presidencial vocês verão acontecer algumas coisas que vou prognosticar aqui:

1º) Os ataques a Lula, os insultos, as acusações irão tomar de vez cada espaço midiático disponível. A opinião substituirá a notícia e qualquer manifestação contrária, em favor de Lula, será proibida.

2º) O próximo Datafolha irá acompanhar e até aprofundar o que acaba de divulgar o Ibope. Na reta final da campanha eleitoral, tentarão criar um efeito manada na tentativa de reverterem uns pontos percentuais e levarem a eleição para o segundo turno.

3º) A propaganda eleitoral termina no dia 28, mas a mídia continuará fazendo campanha para Alckmin (atacando Lula) depois do prazo estabelecido em lei.

Em minha opinião, não dará certo, como não deu na Venezuela e na Bolívia. Alguns acham que conseguirão fazer aqui o que foi feito na Colômbia e no México, mas não se dão conta de que fraude eleitoral não funcionará no Brasil. A manipulação, aqui, no máximo poderá ser das pesquisas por razões que não vou me estender para explicar, mas que muitos saberão distingui-las.

Diante de tudo isso, quero acalmá-los, meus leitores, e alentá-los. Entendam que, de fato, a Venezuela é aqui, mas para o bem e para o mal. Simultaneamente. Primeiro o mal: os ataques, as mentiras, as distorções, os exageros, os acobertamentos, as falsificações de pesquisas... Depois o bem: o resultado de tudo isso, que, na Venezuela, foi o fracasso desse processo sujo. Mas nem por isso vamos arrefecer nosso ímpeto na reta final. Ontem consegui dois votos para Lula. Mas, atenção: não perca tempo com a classe média e alta. Concentre-se nas pessoas mais humildes que estão submetidas à pressão de patrões e pessoas de classes sociais mais altas, como empregados domésticos, porteiros etc. Essas pessoas estão desorientadas, mas intuem que Lula é melhor para elas.

Vamos à Luta, meus amigos. Falta pouco. Coragem. A vitória está próxima.

''Sempre achei o mensalão uma bobagem''

Entrevista com Rose Marie Muraro: escritora

Reconhecida no Brasil e no Exterior como autora de livros sobre a condição da mulher, Rose Marie Muraro ganhou prestígio como feminista a partir dos anos 70. Formada em economia, circula pela sociologia, antropologia e psicologia para entender o feminino e seu ambiente de opressão e pobreza. Nesta entrevista por telefone, ela defendeu uma tese que admite ser capaz de provocar reações indignadas:


- Ser moral dentro de um sistema imoral é legitimar a imoralidade.

É dita, repetida, soletrada para defender que, apesar das denúncias de corrupção, o governo Lula deve ser anistiado por ter socorrido os pobres. A escritora, 75 anos, entende que setores que cobram moralidade de Lula, do governo e do PT sempre se comportaram imoralmente. A seguir, a entrevista que concedeu por telefone:

Zero Hora - Os intelectuais identificados como de esquerda voltaram a falar depois da crise de corrupção?
Rose Marie Muraro - Eu falei o tempo todo. Nunca estive em silêncio. Outros estiveram, porque houve um desânimo, um pouco de decepção com Lula. Mas vou votar nele de novo. Minha decepção é com a parte econômica. Quero ver o que ele vai fazer no segundo mandato. Estou votando meio de nariz fechado. Mas no Alckmin (Geraldo Alckmin, candidato do PSDB) não voto porque é da extrema direita.


ZH - Sua decepção é só com a área econômica?
Rose Marie - Eu estava esperançada. Achei que Lula sairia do modelo neoliberal, e ele não saiu. Mas reconheço que o Bolsa-Família incrementou a economia do Nordeste, que cresceu 10%. Aprendi com Dom Hélder Câmara (arcebispo de Olinda e Recife, já falecido) que, ao mesmo tempo em que se dá comida, é preciso se fazer uma reforma estrutural. Mas o pobre diz: Lula faz por mim. Os porteiros da minha rua dizem: pelo menos hoje a gente come. Um deles me contou: pela primeira vez consegui juntar dinheiro para comprar uma passagem e retornei à minha cidade no Nordeste, e ela estava toda iluminada.


ZH - Por isso, segundo as pesquisas, os pobres votam em Lula?
Rose Marie - O pobre sempre foi expropriado desde o nascimento. Lula sabe disso porque fugiu de Garanhuns para não morrer de fome. Uma pesquisa que realizei mostra que, desde que nasce, uma criança filha de camponeses sabe que vai chorar de fome e que seus desejos não serão satisfeitos, que sua fome não será saciada. Que ela sempre espera pela mãe, que já sofria como mulher a opressão do marido, dos pais. Essa criança esperava, na passividade, pela vontade de Deus, do céu, uma salvação. Se ficasse boazinha, como pobre, iria para o céu. Aí tem também a opressão do patrão, do machismo, a dominação, a religiosidade popular.


ZH - O pobre não vincula Lula ao mensalão e agora ao caso do dossiê contra Serra?
Rose Marie - O pobre já vinha sendo roubadíssimo, expropriado. Isso de mensalão e de sanguessuga é da lógica da classe média, não chega ao pobre da forma como os entendemos. A corrupção é uma disfunção do sistema econômico. Temos uma dupla moral. Os pobres serão sempre roubados pelos dominantes, porque os pobres devem ser honestos, e eles, não. Um banqueiro me disse que é assim mesmo, que a corrupção e a fraude são das leis do mercado. A classe rica ri de você. O caso do dossiê é revelador. Nada se investiga sobre o envolvimento de Serra com as sanguessugas, mas tudo se investiga sobre o PT. A mídia está com todo o foco sobre o PT.


ZH - Todos, invariavelmente, agem então de forma antiética?
Rose Marie - Eu digo que ser moral dentro de um sistema imoral é legitimar a imoralidade. O pobre sempre ouviu que deveria ser honesto, mas foi expropriado. Hoje ele pensa: vou votar em alguém que faz algo por mim, que me dá o que comer. É ético o que o povo está fazendo, ele está defendendo a sua vida. É a lógica da vingança de quem sempre foi expropriado. Seja quem for, se der comida aos pobres, terá meu voto. São Tomás de Aquino, na Suma Teológica, já dizia que, se você está com fome, você tem o direito de roubar. Nenhum presidente antes havia favorecido tanto os pobres, a não ser Getúlio Vargas. Mas depois veio Delfim (Delfim Netto, ministro da Fazenda durante a ditadura) e expropriou a comida dos pobres. Delfim era um ético?


ZH - Isso justifica o mensalão e a corrupção?
Rose Marie - Essa história de mensalão foi criada pelo PFL. O próprio Roberto Jefferson (ex-deputado, do PTB, que denunciou o mensalão) disse que o PT não tinha se locupletado. Os outros governos roubaram indistintamente. Juscelino (Juscelino Kubitschek) fez Brasília com o dinheiro da Previdência. O mensalão é pouco perto dos bilhões das privatizações do governo FH, o governo mais corrupto. Mas Lula é considerado um semi-estadista, e FH é um grande estadista. Sempre achei o mensalão uma coisa ridícula, uma bobagem. Converso com pessoas esclarecidas que se deram conta de que tudo foi uma armação.

ZH - O governo não tinha como agir de outra forma, sem o mensalão?
Rose Marie - Tinha. Eu iria para a TV e diria: tenho tais leis para votar, boas para a população, e o Congresso não quer. Mas como governar se a Câmara tem os partidos dos ruralistas, das empreiteiras, da indústria farmacêutica, dos bancos, das indústrias? O que Lula deveria ter feito era trocar a política econômica que beneficia essa elite. Mas ele acendeu uma vela a Deus e outra ao diabo.


ZH - Pelas suas conclusões, Lula teria sido vítima de uma campanha moralista?
Rose Marie - Todo moralismo é farisaísmo. Está em São Mateus. Os fariseus de hoje são a classe dominante. Falam de moral num sistema que sempre foi imoral. Isso é farisaísmo. E não sou comunista, porque o comunismo tem a mesma lógica. A noção de ética não pode ser aplicada à economia se não vier acompanhada de outros valores. Essa moral foi feita para manter as pessoas pobres. Eu não sou farisaica. Enfrentei a ditadura e luto concretamente contra a injustiça.


Jornal Zero Hora

Eles querem dar um 'banho de ética' no Brasil

Cobertura da Folha incomoda até os leitores do jornal

A cobertura da Folha nesta reta final de campanha está deixando incomodados parte dos leitores, disse o ombudsman do jornal, Marcelo Beraba, em sua coluna de domingo passado. Em essência, vários leitores, assim como este blog, vêm questionando o fato de a Folha só acompanhar o caso do dossiê, mas não ir a fundo nas denúncias que os papéis dos Vedoin trazem. O mesmo acontece com outros jornais. Disse o ombudsman:

"O fato de considerar a conspiração para a obtenção do dossiê mais importante do que o dossiê não significa que esteja de acordo com o pouco empenho dos jornais na apuração das denúncias contra Serra e Barjas Negri. Uma cobertura não anula a outra. Os jornais têm profissionais e espaço suficientes para tocarem duas investigações simultâneas. Não quer dizer que devam ter o mesmo peso na edição, mas deveria haver lugar para as duas".

É isso, tem de investigar as duas coisas. No pouco que já foi publicado, soubemos que Abel Pereira tem uma relação estreita com Barjas Negri, que era amigo e da estreita confiança de José Serra. Os dois dirigiam o Ministério da Saúde no período em que, segundo Luiz Antonio Vedoin, era "mais fácil" a operação do esquema dos sanguessugas.

A Polícia Federal disse que vai abrir um inquérito específico sobre as andanças de Abel Pereira. A CPI dos sanguessugas deveria fazer o mesmo.

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O operador sanguessuga de Serra


Conheça o misterioso Abel Braga, o operador tucano na máfia das ambulâncias.

Por que o resto da grande imprensa se cala?


http://www.terra.com.br/istoe/

Armação tucana?

Essa saiu no Globo Online: "...Em entrevista na tarde de sexta-feira, o delegado Edmilson Pereira Bruno, da PF, insinuou a possibilidade de armação dos tucanos, visto que uma equipe da campanha de José Serra, candidato do PSDB ao governo de São Paulo, estaria aguardando na sede da PF, antes mesmo de qualquer órgão de imprensa, a prisão de Valdebran Padilha e Gedimar Passos. Momentos depois da prisão e antes mesmo da chegada da imprensa, já havia dois carros da produtora dos programas de TV do PSDB, atingido pela divulgação do dossiê. Na coletiva desta sexta, a equipe de filmagem também estava presente. O delegado Bruno, que conduziu as investigações e as prisões, disse não saber por que a equipe tucana já estava na sede da PF em São Paulo antes da chegada da imprensa. O delegado disse que, como não está mais no caso, não vai apurar se houve algum tipo de informação privilegiada. Em Brasília circula a hipótese de que o dossiê tenha sido um armação para atrair os petistas..."
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sexta-feira, setembro 22, 2006

Por que voto em Lula

por Eduardo Guimarães

Procuradoria-Geral da República, Polícia Federal, Controladoria-Geral da União... Hoje essas instituições não acobertam mais nada nem ninguém. Pode ser do partido do governo. Pode ser próximo ao presidente, que comanda todas essas instituições, e, mesmo assim, se sair dos trilhos, dança. O governo Lula está moralizando o país. Está acabando com o acobertamento de amigos do rei que havia no tempo em que os tucanos governavam.

O país cresce. Pouco, mas de forma sustentada. Há que solucionar problemas estruturais para crescermos mais, e os maiores críticos do crescimento "pífio" sabem disso. E isso será possível, porque a inflação está sob controle, o endividamento externo cai, e o interno ao menos está controlado.

A pobreza e a desigualdade estão sendo reduzidas como nunca ocorreu em décadas. Os negros e pobres estão chegando ao ensino superior (inclusive o público) como nunca ocorreu neste país. A reforma agrária não caminha na velocidade ideal, mas está sendo feita de verdade. O trabalho escravo está sendo combatido com decisão e firmeza. Os miseráveis estão sendo socorridos pelo Estado com programas de transferência de renda que recebem os maiores investimentos da história.

O comércio exterior deixou a dependência e a submissão aos interesses dos países ricos. Ampliamos os mercados para nossas exportações e estamos tendo condições de importar de forma racional.

O Brasil está melhorando à revelia de uma elite raivosa, egoísta e antidemocrática que pensa poder mandar nos votos da massa empobrecida e injustiçada desde sempre. É por isso que em pouco mais de uma semana votarei pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E o farei com toda convicção.

Anti-Golpe


Mais um blog na área para reforçar a corrente democrática pró-Lula e anti-golpista.
http://www.anti-golpe.blogspot.com/
PRESTIGIEM!

Estadão traz pérolas que mostram posicionamento

O Estadão (para assinantes) está mesmo imperdível. Tem pérolas como a matéria "Escândalo racha filiados no ABC, berço do partido", em que, sem citar os nomes, ouve dois filiados do PT. Um diz que “já se sabia que Hamilton Lacerda tinha em mãos material contra os tucanos” e o outro afirma que tudo foi feito "sem falar com as bases". Seria ridículo, se não fosse trágico, pois trata-se de manipulação pura e simples da informação, sem nenhuma consideração com os leitores e leitoras.

Nessa sua histeria anti-PT, o Estadão também desenterra tudo, do pastor Caio Fábio – envolvido no caso do dossiê Cayman – a acusações contra a Bancoop e contra ONGs com as quais alguns dos envolvidos tiveram ligações. É por tudo isso que a mídia vai perdendo sua credibilidade e agora não mais influencia no voto popular.


Outra matéria dá conta do cinismo dos tucanos e de sua absoluta certeza de impunidade, com apoio da mídia, “Dinheiro para comprar dossiê saiu do governo, acusa Serra”. No texto, o tucano acusa Mercadante de saber de tudo – vejam bem: não tem prova de nada e mesmo assim acusa. Já com relação às denúncias que pesam contra ele, Serra diz candidamente: “Se tivesse dossiê, deveria investigar. Mas não esse. Eram meia dúzia de fotos e um CD”. Ou seja: ele julga o PT e se inocenta. Coisa de tucano.

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Sobre decepções e entusiasmos

Entendo perfeitamente a posição do jornalista Mino Carta em relação ao PT, publicada em seu blog pessoal. Ele ficou decepcionado com o partido quando este chegou ao poder. Esperava mais, muito mais!

Sou petista desde que adquiri consciência política, aos 19 anos, depois de longo período de total alienação e defesa de valores conservadores que meus familiares "aspirantes à elite" e a mídia me enfiavam goela abaixo.Confesso que não estou decepcionado com o PT no poder. Talvez porque a decepção seja resultado de expectativas exacerbadas e ilusórias que se colocam sobre fatores que fogem ao nosso controle e a uma lógica linear. É a bendita exigência de perfeição que colocamos nos ombros dos outros, como vendas para nos cegar da nossa autocomiseração.
Sinceramente, eu esperava bem menos do governo Lula. Primeiro por causa do tremendo abacaxi-bomba que FHC e seu bando deixaram para trás. Segundo, porque sabia que a direita e sua mídia corporativa não iam dar trégua ao ex-metalúrgico nem por um minuto. Tendo em vista esse cenário altamente explosivo, torci para que o novo governo fosse capaz, ao menos, se segurar a economia, derrubar a inflação, parar de doar o patrimônio público para a corporatocracia e dar um pouco mais de atenção ao social. Exigir mais de um governo que não tem maioria na câmara e enfrenta uma oposição forte e apoiada pelos barões da mídia? Como diria o sr. Spock: "ILÓGICO!". Mas não é que Lula e sua equipe conseguiram tudo isso e muito mais? Portanto, decepcionado eu? Negativo, chefe!

Além disso, nunca achei que o PT fosse o partido dos "santos" ou mesmo extremamente coerente, formado apenas por vestais da ética e da lógica. Pelo contrário, sempre vi o Partido dos Trabalhadores como uma "panela de pressão" formada a partir das brutais lutas trabalhistas e da vontade de mudar a realidade do país para melhor. O PT é formado a partir de uma vasta gama de crenças, valores, origens sócio-econômicas e ideologias - muitas vezes contraditórias - misturadas numa salada meio indigesta, porém saudável e orgânica. Essa incongruência é ao mesmo tempo a força e a deficiência do PT, mas também é aquilo que lhe dá vitalidade representativa e capacidade de renovação.

Para mim sempre foi óbvio que, chegando ao poder máximo, muitos do partido iriam se corromper, se deslumbrar e até se debandar para o outro lado. Dito e feito. Porém, ao contrário de muitos esquerdistas, vejo isso como algo natural e até benéfico. Afinal, só se aprende, errando. E só erra quem tenta fazer, não é mesmo?

Felizmente, os petistas estão aprendendo com seus erros e tentando realinhar o partido em busca dos ideais que tanto nos emocionam. Uma postura muito mais digna e corajosa do que a daqueles que se debandaram para outras agremiações na hora que o caldo entornou. É nos momentos de dificuldades e de desafios que os covardes aparecem, fugindo da raia e se escondendo sob novas máscaras... Posar de vestal é sempre mais confortável do que meter a mão na lama, não é mesmo senhores Plínio de Arruda Sampaio, Heloísa Helena e afins?
Talvez o fato de eu ter sido um "direitista à reboque" até os meus 19 anos tenha me ajudado a não ser tão exigente com as pessoas que, bem ou mal, estão lá na linha de frente colocando suas caras para bater no dia a dia da terrível maneira de se fazer política no Brasil. Pessoas que têm que matar um leão por dia enquanto vêm suas vidas e reputações destruídas por uma mídia asquerosa que anda de braços dados com o que há de mais torpe e espúrio no mundo.
Isso não quer dizer que o governo Lula não mereça ser criticado. Nem que os que chafurdaram na lama não devam ser punidos. Longe disso.

Mas não podemos nunca esquecer que a direitona tupiniquim teve mais de 500 para testar e aperfeiçoar suas formas de dominação sobre as massas. O PT só tem 26 anos e chegou ao poder central há 3 para tentar mudas o estado das coisas.

Decepção? Pelo contrário! Entusiasmo seria a palavra certa. Entusiasmo e esperança. Sem isso, a vida não vale nada. Sem isso, a direita triunfa e nos humilha. Decepcionado estaria se Serra fosse o atual presidente. Ou se Alckmin estivesse à frente nas pesquisas. Ou se FHC fosse querido pelo povo...


Obrigado pela atenção.

http://tudo-em-cima.blogspot.com/

Armadilha tucana?


Essa é do site Quidnovi: “PF e MP, que ouvem depoimento de Vedoin, apuram armadilha do empresário contra o PT”. Segundo matéria de Mino Pedrosa, policiais e procuradores teriam escutas telefônicas que flagram Luiz Antônio Vedoin negociando com Abel Pereira, empreiteiro ligado ao ex-ministro Barjas Negri. Negri sucedeu a Serra do Ministério da Saúde, durante o governo FHC. Para investigadores, o dossiê teria sido duplamente vendido. “Quando sentar esta tarde, em Cuiabá, diante do procurador da República Mário Lúcio Avelar e do delegado federal Diógenes Curado Filho, que conduzem as investigações contra a Máfia das Sanguessugas e que tentam apurar a origem e o destino do dossiê contra o ex-ministro da Saúde José Serra, o empresário Luiz Antônio Vedoin será confrontado com degravações de escutas telefônicas e com transações financeiras que o ligam diretamente ao empreiteiro paulista Abel Pereira”, escreve Pedrosa.

A matéria fala ainda sobre o fator que seria a viga-mestra das investigações sobre o famoso dossiê contra José Serra e que envolveria uma série de políticos tucanos no caso: “As ligações e os encontros recentes entre Luiz Antônio e Darci Vedoin e o empreiteiro Abel Pereira tornam-se relevantes para Polícia Federal e para o Ministério Público porque sustentam aquela que é a viga-mestra das investigações sobre o dossiê contra José Serra. O QuidNovi relata os passos dessas investigações e ressalta que essa é a tese central do que está sendo apurado. A ser verdade, o que emergirá desse submundo é péssimo tanto para o PT, que já tem sua participação comprovada no episódio restando apenas ser revelado o nome do pagador do dossiê pelas bandas petistas, quanto para o PSDB, que pode ter mergulhado tão fundo quanto os adversários eleitorais no submundo do crime e dos papelórios”. Clique AQUI para ler a íntegra desta matéria.


http://rsurgente.zip.net/

E QUE TAL ESTE DOSSIÊ...?

RS Urgente

A queda no nível de pobreza entre 2003 e 2005 é a maior dos últimos 10 anos. É o que revela a pesquisa Miséria, Desigualdade e Estabilidade: O Segundo Real, que será divulgada nesta sexta-feira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os dados do estudo, feito com base na Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicilio (Pnad), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostram que a miséria ainda atingia 28,2% da população brasileira em 2003, quando começa um novo ciclo de queda, e chegou a 22,7% em 2005. Segundo o coordenador da pesquisa, Marcelo Néri, chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV, a queda acumulada no nível de miséria - e registrada nas três últimas Pnad - é equivalente à que ocorreu na época do Plano Real. “Basicamente, se a gente olhar desde 1993, a miséria brasileira cai de 35% para 28%, com o real. Depois passa por um período de estagnação e de 2003 para cá ela, cai de 28% para 22%, uma redução bastante expressiva”, ressaltou.

Néri explicou que a redução no nível de pobreza observada nesse período está ligada a fatores como a retomada da oferta de empregos, a programas de distribuição de renda, do tipo do Bolsa Família, e a à expansão dos gastos previdenciários. E informou que o estudo também aponta diminuição no ritmo de crescimento da pobreza metropolitana, entre 2003 e 2005. “A pobreza metropolitana, nas grandes cidades brasileiras, que tinha aumentado muito de 1995 para 2003, cai de 22% para 16% da população, o que mostra uma certa reversão da crise metropolitana que está associada a piores indicadores de violência e de desemprego” – observou o coordenador. Na avaliação de Marcelo Néri, ao contrário dos anos anteriores, a redução da pobreza nas grandes cidades foi a principal “locomotiva” da retomada dos indicadores sociais. O coordenador destacou ainda que a partir dos dados da pesquisa “percebe-se que de 1993 para cá o Brasil já teria completado a Meta do Milênio de reduzir a extrema pobreza à metade". Essa meta estava prevista para 2015.



Frase de um dos mais renomados historiadores do mundo, Eric Hobsbawn, em entrevista a Revista Época em 2003:

"Se o presidente Lula terminar o mandato tendo diminuído um pouquinho só as enormes diferenças sociais do Brasil, ele já fará por merecer seu lugar na História."

Parabéns presidente, seu lugar na História está mais garantido do que nunca.
João

Petistas caíram feito patinhos em armação de Serra, diz Ciro Gomes


O ex-ministro também acusou "a política provinciana de São Paulo" de mais uma vez tumultuar o País

FORTALEZA - O ex-ministro da Integração Nacional e atual candidato a deputado federal pelo PSB, Ciro Gomes, classificou de "armação tucana", na qual "petistas caíram feito patinhos", o escândalo da compra de dossiê contra o candidato ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB). "Trata-se de uma grande armação ao estilo José Serra e os petistas caíram feito patinhos em uma armadilha montada pelos tucanos", disse Ciro Gomes. Ele também acusou "a política provinciana de São Paulo" de mais uma vez tumultuar o País.

Para Ciro Gomes, os petistas acusados de negociar a compra do dossiê são "aprendizes de mafiosos". Ele se mostrou preocupado com a possibilidade de o escândalo vir a abalar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas ponderou afirmando que a população brasileira saberá discernir quem estaria interessado nessas denúncias. "Não é o Lula, que está em primeiro nas pesquisas, mas sim quem está embaixo", provocou o ex-ministro de Lula.

http://www.estadao.com.br/ultimas/nacional/eleicoes2006/noticias/2006/set/21/243.htm

quinta-feira, setembro 21, 2006

Frase

"Porque essas pessoas que fazem o julgamento não conhecem o país. Não conhecem o povo brasileiro. Não viajam pelo Brasil. Fica cada em seu departamento fazendo julgamento. Tem que descer pras ruas para ver as coisas acontecerem. O povo está comendo mais. Uma dona de casa paga R$ 5,9 pelo arroz Tio João e em 2003 ela pagava R$ 13. Vai falar mal de mim para essa mulher..."

PRESIDENTE LULA

Charge do Bessinha

quarta-feira, setembro 20, 2006

Jornais ignoram pronunciamento de Lula na assembléia da ONU

Na abertura da 61ª Assembléia-Geral da ONU, presidente brasileiro disse que mundo só terá paz com um novo modelo de desenvolvimento global. "A fome alimenta a violência e o fanatismo", disse Lula. Maioria dos grandes jornais brasileiros decidiu ignorar fala presidencial.

Da Redação - Carta Maior

SÃO PAULO - Em discurso realizado ontem (19) na abertura da 61ª Assembléia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que o mundo não será seguro enquanto houver fome e miséria. “A fome alimenta a violência e o fanatismo", disse Lula, acrescentando: "O mundo de famintos nunca será um lugar seguro".Em sua fala, o presidente brasileiro defendeu a urgência de uma nova ordem mundial mais justa e democrática, que priorize o desenvolvimento social e econômico. A paz, acrescentou, só virá com um novo modelo de desenvolvimento compartilhado.

“Que não se iludam os países ricos, por mais fortes que hoje sejam, ninguém está seguro em um mundo de injustiças. A guerra jamais trará segurança, a guerra só gera monstros, o rancor, a intolerância, o fundamentalismo, a negação destrutiva das atuais hegemonias. É preciso dar razões aos pobres para viver, não para matar ou morrer”. Só haverá segurança no mundo se todos tiverem direito ao desenvolvimento econômico e social. Se não quisermos globalizar a guerra é preciso globalizar a justiça”, destacou o presidente.

A mídia brasileira praticamente ignorou a fala presidencial. A Folha de São Paulo dedicou exatas cinco linhas ao pronunciamento em um pé de matéria. Em Porto Alegre, Zero Hora publicou uma foto de Lula na ONU com o título "Apatia em Nova Iorque", sem mencionar o discurso. Na mesma linha, o Globo publicou uma foto de capa, sem destacar o conteúdo da fala do presidente brasileiro.

Publicamos a seguir a íntegra do pronunciamento de Lula na assembléia-geral das Nações Unidas:

O pronunciamento

Nova Iorque-Estados Unidos da América, 19 de setembro de 2006

Minhas senhoras e meus senhores,
Chefes de Estado e de Governo,
Senhora Sheika Haya Rashed Al-Khalifa, presidente da 61ª Assembléia Geral das Nações Unidas,S
enhor Kofi Annan, secretário-geral das Nações Unidas,
Senhoras e senhores integrantes das delegações.

Ao falar pela primeira vez desta tribuna, em 2003, afirmei a necessidade de agirmos com urgência para combater o flagelo da fome e da pobreza no mundo. É o que estamos fazendo no Brasil. Aliamos crescimento e estabilidade econômica a políticas de inclusão social.

O nível de vida dos brasileiros melhorou, cresceram o emprego e a renda, aumentou o poder de compra do salário mínimo. Nossos recursos são escassos, mas mesmo assim conseguimos resultados surpreendentes. O programa Bolsa Família, carro-chefe do Fome Zero, garante uma renda mínima a mais de 11 milhões de famílias brasileiras. Com boa alimentação, as pessoas recuperam sua dignidade, têm mais saúde, aprendem melhor.

Destinar recursos para a área social não é gasto, é investimento. Se fizemos tanto no Brasil, imaginem o que não poderia ser feito em escala global, se o combate à fome e à pobreza fossem, de fato, uma prioridade da comunidade internacional. Onde existe a fome não há esperança, há desolação e dor. A fome alimenta a violência e o fanatismo e um mundo de famintos nunca será um lugar seguro.

O gigantismo da tarefa não deve nos assustar, especialmente se não estamos sozinhos. Todos aqui sabem que cerca de 840 milhões de seres humanos, quase um em cada sete habitantes do Planeta, não têm o suficiente para comer. São necessários 50 bilhões de dólares adicionais por ano para atingir as Metas de Desenvolvimento do Milênio no prazo estipulado. A comunidade internacional pode fazer isso. Pensem, por exemplo, nas centenas de bilhões de dólares que foram investidos para levar adiante a plena integração dos países do Leste à União Européia. Pensem, também, nos custos das guerras e de outros conflitos.

Todos aqui também sabem que a segunda guerra do Golfo custou várias centenas de bilhões de dólares. Com muito menos poderíamos mudar a triste realidade de uma grande parcela da população mundial, poderíamos aliviar o sofrimento dessas pessoas, retirá-las da indigência e salvar milhões e milhões de vidas.

Que não se iludam os países ricos, por mais fortes que hoje sejam, pois ninguém está seguro num mundo de injustiças. A guerra jamais trará segurança, a guerra só gera monstros, rancor, a intolerância, o fundamentalismo, a negação destrutiva das atuais hegemonias. É preciso dar aos pobres razões para viver, não para matar ou morrer. A grandeza dos povos não está no belicismo, mas no humanismo. E não há verdadeiro humanismo sem o respeito ao outro, ao que é, sim, diferente de nós, mas nem por isso menos digno, menos precioso, nem por isso com menos direito à felicidade, criatura que somos do mesmo criador. Só haverá segurança no mundo se todos tiverem direito ao desenvolvimento econômico e social. O caminho da paz é o desenvolvimento compartilhado.

Se não quisermos globalizar a guerra, é preciso globalizar a justiça, por isso, digo com a serena convicção de um homem que dedicou a sua vida a lutar pacificamente pelos direitos do povo trabalhador: a busca de uma nova ordem mundial, mais democrática e justa, não interessa apenas aos países pobres ou às nações emergentes, interessa tanto ou mais aos países ricos, se tiverem olhos para ver e ouvidos para ouvir, se não cometerem o desatino de ignorar o terrível clamor dos excluídos.

Senhora presidente,
Avançamos nos últimos anos. No encontro de líderes mundiais, em 2004, demos impulso à ação contra a fome e a pobreza. Juntos conseguimos uma forte mobilização internacional em torno do tema. Nosso esforço coletivo começou a dar frutos. Estamos colocando em prática mecanismos inovadores como a contribuição solidária sobre passagens aéreas internacionais.
A fome e a doença são irmãs gêmeas. Por isso, nos engajamos junto com outros governos na criação de uma central internacional de compra de medicamentos contra a AIDS, a tuberculose e a malária. Essa iniciativa irá criar novas fontes de recursos e facilitar o acesso aos medicamentos a custos mais baixos. Não podemos fugir de nossas obrigações. Por isso, saúdo os líderes de visão que estão engajados nessa guerra, a guerra contra a degradação do ser humano e a falta de esperança, a única guerra na qual a vitória final será de toda a humanidade.

Senhora presidente,
A luta contra a fome e a pobreza passa também pela instauração de uma ordem mundial, que coloca o desenvolvimento econômico e social em primeiro plano. Soluções permanentes para a miséria só vão existir se os países mais pobres tiverem a oportunidade de progredir pelo seu próprio esforço. Desde que, livre e justo, o comércio internacional, será um valioso instrumento para gerar riqueza, distribuir renda e criar empregos.

É essencial nos libertarmos das amarras do protecionismo. Os subsídios dos países ricos, sobretudo na área agrícola, são pesados grilhões que imobilizam o progresso e relegam os países pobres ao atraso. Não me canso de repetir que enquanto o apoio distorcido dos países desenvolvidos alcança a indecorosa soma de 1 bilhão de dólares por dia, 900 milhões de pessoas sobrevivem com menos de 1 dólar por dia nos países pobres e em desenvolvimento.

Essa é uma situação política e moralmente insustentável. Pior do que a inação pela ignorância é a omissão pela conveniência. A velha geografia do comércio internacional precisa ser reformada em profundidade. O Brasil, juntamente com seus parceiros do G-20, está empenhado nessa tarefa.

A criação do G-20, na prática, mudou os padrões de negociações na Organização Mundial do Comércio. Até recentemente, os países em desenvolvimento tinham participação marginal nas negociações mais importantes. Eliminar as barreiras que travam o desenvolvimento dos países pobres é um dever ético para a comunidade internacional, e é também a melhor maneira de garantir prosperidade e segurança para todos.

Pela primeira vez na história do sistema GATT-OMC, a palavra desenvolvimento aparece no título de uma rodada de negociações comerciais, mas a agenda de desenvolvimento de Doha, que decidirá o futuro do Sistema Mundial de Comércio está em crise. Se bem-sucedidas, as negociações na OMC ajudarão a tirar milhões de pessoas da pobreza extrema.

Agricultores que não podem competir com os subsídios milionários, finalmente terão oportunidade de prosperar. Países pobres da África, que atualmente não exportam produtos agrícolas, poderão começar a fazê-lo. Se a Rodada fracassar, as conseqüências serão sentidas muito além da esfera comercial. A própria credibilidade do sistema da OMC ficará ameaçada, com repercussões negativas nos campos político e social. Males como o crime organizado, o narcotráfico e o terrorismo, encontrarão terreno fértil para proliferar. Tenho conclamado os líderes mundiais a assumirem a responsabilidade que lhes cabe. A importância dada a esse tema na última Cúpula do G-8 ainda não produziu resultado prático. Esta geração tem uma oportunidade única de mostrar ao mundo que os interesses egoístas não prevalecerão sobre o bem comum. A história não perdoará nossa omissão.

Senhora Presidente,
O comércio justo, assentado em bases sólidas, consensuais, e uma OMC transparente, sensível às necessidades dos países em desenvolvimento, constitui um dos pilares da nova ordem mundial que defendemos. Outro pilar no campo da paz e da segurança internacional é constituído pelas Nações Unidas. O Brasil é um firme defensor das organizações multilaterais como espaço de cooperação e diálogo. Não há modo mais efetivo de aproximar os estados, a manter a paz, proteger os direitos humanos, promover o desenvolvimento sustentável e construir soluções negociadas para os problemas comuns.

Conflitos como o do Oriente Médio vêm desafiando as autoridades das Nações Unidas. A recente crise no Líbano expôs a Organização a uma perigosa erosão de credibilidade. A eficácia das Nações Unidas tem sido seriamente questionada. O Conselho de Segurança é acusado de morosidade, incapacitado de agir com a rapidez requerida. A opinião pública mundial se mostra impaciente diante de dificuldades que custa a entender. A morte de civis inocentes, incluindo mulheres e crianças, choca a nossa sensibilidade.

No Brasil, milhões de árabes e israelitas convivem de maneira harmônica e integrada. O interesse do Brasil no Oriente Médio reflete assim uma realidade social objetiva e profunda no nosso País. O tema do Oriente Médio sempre foi tratado com exclusividade, além dos diretamente envolvidos pelas grandes potências. Até hoje não chegaram a uma solução. Cabe perguntar: não seria o momento de convocar uma ampla conferência sob a égide das Nações Unidas, com a participação de países de região e outros que poderiam contribuir, pela capacidade de experiência em conviver pacificamente com as diferenças? O Brasil acredita no diálogo.

Por isso realizamos a Cúpula América do Sul/Países Árabes, em 2005. Também mantemos boas relações com Israel, cujo nascimento, como Estado, ocorreu quando um brasileiro, Oswaldo Aranha, presidia a Assembléia Geral. Conflitos entre nações não se resolvem apenas com dinheiro e armas. Idéias, valores e sentimentos também têm seu lugar, sobretudo quando se fundam em experiências vividas.

Senhora Presidente,
Mais do que nunca as Nações Unidas precisa ver sua autoridade reforçada. Já tivemos avanços significativos com o processo de reforma administrativa e a criação do Conselho de Direitos Humanos e da Comissão de Construção da Paz. Mas a obra ficará incompleta sem mudanças no Conselho de Segurança, órgão encarregado de zelar pelos temas da paz. O Brasil, juntamente com os países do G-4, sustenta que a ampliação do Conselho deve contemplar o ingresso de países em desenvolvimento no seu quadro permanente. Isso tornaria o órgão mais democrático, legítimo e mais representativo. A grande maioria dos estados membros também concorda com essa visão e reconhece a urgência da matéria. Não podemos lidar com problemas novos, usando estruturas anacrônicas. Cedo ou tarde, senhora Presidente, deveremos todos abrir caminho à democratização das instâncias decisórias internacionais, como disse o Secretário-Geral. Nós andamos pelo mundo ensinando a democracia aos outros, chegou a hora de aplicá-la a nós mesmos e mostrar que existe representação efetiva nos fóruns políticos das Nações Unidas.
Senhora Presidente,

A América do Sul é uma prioridade da política externa brasileira. Nossa região é a nossa casa. Estamos expandindo o Mercosul e fortalecendo a Comunidade Sul-americana de Nações. O futuro do Brasil está vinculado ao de seus vizinhos. Uma América do Sul forte e unida contribuirá para a integração da América Latina e do Caribe.

Sentimo-nos também ligados por laços históricos e culturais ao continente africano. Por sermos a segunda maior população negra do mundo, estamos comprometidos a partilhar os desafios e os destinos da África, mas as questões regionais são parte da problemática global que enfrentamos.
O combate à fome e à pobreza, a paralisia da Rodada de Doha e o impasse no Oriente Médio, são temas interligados. Seu bom caminho exige confiança nas soluções negociadas. Nesse momento, essa confiança está abalada, por isso, é extremamente grave. A ordem mundial que nos cabe construir, deve basear-se no critério de justiça e respeito ao direito internacional. Só assim poderá haver paz, desenvolvimento e uma genuína convivência democrática na Comunidade de Nações.

Não nos faltam recursos. Falta determinação política para aplicá-los nas áreas que podem ter um incalculável efeito transformador.

Transformar o desespero em alegria e em razão de viver.

Muito obrigado".

terça-feira, setembro 19, 2006

A direita quer cassar Lula

Para quem se queixava de um fim de campanha presidencial tedioso, com Lula cravado nos 50% e Alckmin nos 27%, acabou o tédio. O bloco PSDB-PFL entrou nesta segunda-feira (18) com pedido de liminar no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) onde requer a inelegibilidade do presidente e a cassação de sua candidatura. A 12 dias da eleição, pretende ganhar assim o que jamais ganharia nas urnas de 1º de outubro.

A direita, sem apoio popular, sem votos e sem escrúpulos, volta-se para a via extra-eleitoral. Leva à prática sua já várias vezes declarada autocrítica por não ter pedido o impeachment de Lula no auge da crise de 12 meses atrás. Na época achou que sangraria o presidente até abatê-lo na eleição; não deu certo, busca outro caminho por trás das urnas.

É um golpe -- ainda que o uso da palavra escandalize os editorialistas da mídia grande. Um golpe na tenebrosa tradição de 1937, 1954 e 1964. Um golpe que reclama vigilância e resposta à altura por parte da maioria pró-Lula.

A alegação levada ao TSE é pueril. Porque um ex-agente da PF acusou "uma pessoa de nome Froude ou Freud", que seria um assessor da Secretaria Particular da Presidência da República, que teria se empenhado em comprar um dossiê com denúncias contra José Serra, que desde sexta-feira estão em todas as bancas, na capa da revista IstoÉ, pretende-se impedir o pronunciamento soberano de 125.913.479 eleitores, daqui a dois domingos.

Com o escândalo fabricado, trata-se de escamotear o outro, o que verdadeiramente merece a vigilância da opinião pública e a investigação do poder público: Darci Vedoin diz ou não a verdade quando afirma à IstoÉ que "quando o Serra era ministro foi o melhor período para nós [da máfia das ambulâncias]"? É um truque de ilusionismo oposicionista, com o auxílio complacente dos holofotes do grosso da mídia.

Por certo nem o mais alucinado linha-dura do bloco direitista se atreve a imaginar a cassação de Lula a esta altura. O golpe tem outro sentido. Primeiro, colocar na defensiva a campanha pela reeleição, quando esta tem todas as condições para ganhar impulso na reta final, influenciando as sucessões estaduais e a votação proporcional, em uma grande "onda Lula". Segundo, manter sob suspeição a legitimidade do hoje provabilíssimo segundo mandato do presidente, se possível para truncá-lo.

A resposta ao golpe se dará em primeiro lugar na intensificação da campanha e nos votos de 1º de outubro. Mas não só aí. O episódio é mais um capítulo de um enfrentamento de longo fôlego, entre povo trabalhador e elite exploradora, patriotas e colonizados, democratas e golpistas. Ele alerta a maioria pró-Lula para a necessidade de compreender esse enfrentamento, preparar-se para ele, arrostá-lo e vencê-lo.

Editorial do Portal Vermelho

Começou a hora do vale-tudo

por José Dirceu

Hoje a oposição ao governo Lula perdeu a vergonha. É um descaramento total. A cada passo que eles dão, ficam evidentes os elementos de que há uma armação. A revista IstoÉ trouxe uma denúncia contra o ex-ministro da Saúde José Serra, tanto é que a CPI dos sanguessugas resolveu investigar. A oposição quer esconder isso.

O senador José Jorge (PFL-PE), que hoje é candidato a vice-presidente na chapa do tucano Geraldo Alckmin, afirmou na Folha Online: "Não sei [se terá repercussão na campanha]. Acho que enquanto não aparecer a foto do dinheiro não pega". É isso que eles querem, uma reedição do caso Lunus, do qual o PFL foi a maior vítima. Todos sabem quem armou aquele escândalo para prejudicar a candidatura de Roseana Sarney.

José Jorge, o “ministro do apagão”, não perde a oportunidade para caluniar, escudado na imunidade parlamentar. Depois que o Estadão trouxe hoje um perfil de Freud Godoy, baseado em no mínimo informações que estão na internet, José Jorge apareceu com um perfil completo, afirmando que Freud Godoy teve seu nome envolvido na morte do ex-prefeito Celso Daniel – o que é mentira, como a Folha Online constatou ouvindo o promotor e o delegado que acompanharam o caso. Os dois desmentiram que Freud Godoy tivesse sido citado no inquérito.
Já o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) não esconde os objetivos da oposição. Diz ele que, se o escândalo for “bem administrado pela oposição, pode trazer ganhos para a campanha de Alckmin”. José Agripino Maia, senador do PFL-RN, que andava desaparecido, ressurge para também caluniar e enganar. "Trata-se de um assessor direto do presidente. Essa bomba cai dentro do Palácio do Planalto. Freud é uma pessoa do Gilberto Carvalho (chefe de gabinete do presidente Lula). Nós estamos com a reedição do caso Waldomiro, mas de forma mais explosiva".

Isso não é só irresponsabilidade. É crime.

Agripino falta com a verdade. O chamado caso Waldomiro não tinha nada a ver com o presidente e seu governo. Depois de duas CPIs (a da Loterj, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, e a dos Bingos, no Senado), depois de dois inquéritos no Ministério Público (do RJ e federal), depois de investigações na polícia do Rio e na PF, nada ficou provado contra o governo ou contra a Casa Civil. É só ler os relatórios, os inquéritos e outros papéis produzidos por esses órgãos.
Na verdade, foi dado um atestado de honestidade ao governo e a Casa Civil. Tanto é que a chamada CPI dos Bingos investigou tudo menos a farra dos bingos no país ou o caso Waldomiro. Ficou conhecida como CPI do Fim do Mundo, dada a ânsia da oposição em tentar provar o improvável.

Como podemos ver hoje, a oposição não tem mais nenhum prurido. Nas acusações contra Serra, nada pode ser investigado, já que todos eles são inocentes até prova em contrário. Para eles, vale a presunção da inocência. No caso que, repito, denota uma grande armação, para a oposição todos são culpados, sem o devido processo legal, sem o ônus da prova do acusador e, principalmente, sem a presunção da inocência.
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Mais um golpe no Brasil?

O ódio de classe da oposição ultrapassou todos os limites nesses dois últimos anos de governo Lula. No início de 2006 ensaiaram um golpe branco fantasiado de impeachment, mas desistiram por achar que a estratégia de fazer o candidato petista sangrar até as eleições seria mais cômoda e evitaria um indigesto enfrentamento popular. Naquela época, tucanos e pefelistas apareciam nas entrevistas reluzentes, pois como confirmou Jorge Bornhausen, eles não estavam preocupados com a crise institucional, mas sim felizes, já que ficariam "livres dessa raça pelos próximos 30 anos". Calcularam mal. Lula disparou nas intenções de voto. Depois com a invasão do MLST ao Congresso, foi a vez de ACM destilar seu veneno golpista ao clamar, com todas as letras, pela presença das Forças Armadas para derrubar o presidente Lula. Mais tarde, foi a vez de FHC lamentar a falta de um Carlos Lacerda, o maior golpista da nossa história política, para "botar fogo no palheiro". Apesar de toda essa agitação política, não foram competentes o suficiente para derrubar Lula.

Então, que fique bem claro com que tipo de gente estamos tratando. Esse mesmo grupo político sempre desfilou livremente pelas salas do poder e, desde a eleição de Lula, foram obrigados a ficar no hall de entrada. E não estão acostumados com isso.

Não é possível que alguém ainda acredita nessa história absurda da compra de dossiês. A imprensa, o braço direito do golpe, insiste na pergunta: "De onde veio o dinheiro?". A pergunta é pertinente, mas não menos que tantas outras como: "Por que o PT pagaria 2 milhões por documentos cujo conteúdo já havia sido publicado na internet?" ; "Por que Lula arriscaria sua ótima reputação na reta final de uma eleição praticamente decidida?" ; "Qual interesse teria o PT em um dossiê que efetivamente não incrimina o Serra?". Esses questionamentos não estão sendo feitos por pura má fé.


Essa história está esquisitíssima e nos faz lembrar outras sujeiras promovidas pelos mesmos golpistas. Será esta outra armação daqueles que não admitem Lula na presidência? Não há porque duvidar. Pra quem presenciou a edição do debate Collor x Lula e a exploração do caso Lurian em 89, a armação atual não seria nenhuma surpresa. Que se investigue a fundo, porque o cheiro dessa história não está nada bom.

Ontem, Bonner e Fátima Bernardes deram a notícia em tom apocalíptico, deixando claro que o terreno do golpe está sendo preparado. Um nojo. Um golpe está sendo articulado e tem como um dos protagonistas a grande imprensa ligada à oposição. Não é a toa que muito dos políticos que querem derrubar Lula são donos de grandes veículos de comunicação espalhados pelo país. A questão é: Terão condições políticas para isso? Ou vão novamente esbarrar naquele velho problema chamado povão?

Como vimos acima, inúmeras foram as demonstrações das dificuldades que esses velhos políticos têm em conviver com a alternância de poder e as regras do jogo democrático. Não admitem a ascendência de um novo grupo político e por isso não medirão esforços para voltar a mandar no Brasil para defender os interesses da minoria que representam. Que fique claro o caráter golpista dessa oposição. A grande maioria desses sujeitos foram sustentáculos da ditadura militar e não querem saber de largar o osso por mais um quadriênio. Só posam de democratas quando estão no comando, quando perdem seus instintos autoritários e golpistas falam mais alto. Não é a toa que, neste ano, já bradaram pelos militares e resgataram a memória de Lacerda.

É hora do presidente Lula e o PT partirem para o endurecimento com esses anti-democratas. Um endurecimento dentro dos limites impostos pela democracia. Chega de contemporizar com gente que não respeita as regras do jogo democrático.

Se eles decidiram radicalizar o debate partindo para uma venezualização do processo político, que Lula faça o mesmo. Condições materiais para isso existem. Lula tem apoio de mais da metade da população brasileira, a maioria pobre. Não vão deixá-lo na mão se o presidente pedir o apoio nas ruas.

Que os golpistas tentem a sorte. E que o povo saia às ruas.

João

sexta-feira, setembro 15, 2006

FHC podia dormir sem essa...

"Eu só queria lembrar que 81% dos casos que a Polícia Federal desmontou, envolvendo a operação Sanguessuga e Vampiro, começaram antes do meu governo, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Possivelmente ele também não sabia, porque só se sabe quando é investigado" - Presidente Lula

Em outras palavras, FHC é burro

Curto e irônico. Foi assim queo escritor Luis Fernando Verissimo respondeu ao comentário do ex-presidente Fernando Henrique publicado na edição de ontem do jornal dos tucanos o Estadão. Ao responder à pergunta sobre o motivo que levou artistas e intelectuais a emudecer diante da crise política do governo Lula, Fernando Henrique disse: "Essa gente ficou amedrontada porque (a crise) pegou neles. Li um artigo recente do Luis Fernando Verissimo em que ele dizia que iria votar no Lula porque estava acostumado. Ele não tem argumentos para isso a não ser a rotina."

Questionado por e-mail, o escritor deu a seguinte resposta a Fernando Henrique: "É constrangedor, tanto para quem a fez quanto para quem não a entendeu, ter que explicar uma piada. Vamos deixar assim."

http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com/

quinta-feira, setembro 14, 2006

Os miseráveis e o chuveirinho

por Nelson Pérez

Acho uma graça quando o PSDB vem a público, pressionado pelas pesquisas e na busca de gerar manchetes nos jornais e fala de relação promiscua, aparelhamento do estado, gastos com a comunicação e coisas do gênero. Acho também interessante quando blogueiros e jornalistas - gente que participou de campanhas e trabalhou para agências de publicidade - se portam como se esse submundo eleitoral fosse uma nova descoberta para eles.

Como diria Roberto Jeferson no Roda Viva da TV Cultura: são todos umas freiras! Faltando apenas 20 dias para as eleições jogar caca no ventilador virou mania nacional da oposição e dos seus porta-vozes. Hoje ouvi uma cientista política pedir a cabeça do Antonio Palocci e me perguntei: por onde ela andava em 1996 que deixou FHC impune? Campanhas eleitorais iguais (e piores) que essa rolam soltas neste Brasil desde 1986 mas para a impresalão o mundo começou em 2002. Hoje vejo muita gente fina e elegante que, posando de virgem imaculada, de virgem e de imaculada não tem absolutamente nada. Será que eles ainda virão a público fazer um mea culpa e eu insisto em me adiantar?


A dura realidade da política nacional é que quando tucanos e pefelistas (uns vindo da ditadura e outros do exílio) estiveram no poder e a seguir dele foram apeados, revelaram que de administração pública são um zero a esquerda. A passagem deles pelo Brasil foi caótica (claro, menos para eles). E pior, quando assumiram a oposição se mostraram iguais ou bem piores. De vida? Ora, todos vão muito bem. Basta ver os investimentos, posses, situação das empresas antes e depois dos mandatos, saldo bancário em 1986 e acompanha-los até os dias de hoje. Gordinhos e alinhados falam de golpe de estado com uma desenvoltura que faria corar os artífices de 1964. Seria bom para o bem do Brasil que estes senhores e senhoras abaixassem a bola e jogassem o jogo. A massa de miseráveis brasileiros é cinco vezes maior que estes poucos que usam chuveirinho íntimo depois de ir ao sanitário.

http://www.nelsonperez.blogspot.com/

Brasil sorridente

Quanta cárie nos anos de FHC
A prestação de serviços de saúde bucal no Brasil caracterizava-se, historicamente, por ações para a faixa etária escolar, de seis a doze anos. Os adultos e idosos tinham acesso apenas a serviços de emergência, geralmente mutiladores. Até 2003, não havia uma política nacional para o setor.


No último ano do governo de FHC, em 2002, foram gastos R$ 56 milhões para o setor odontológico. Assim como na gestão federal, o governo tucano de São Paulo, tendo à frente Geraldo Alckmin, não implantou políticas públicas específicas para a área de saúde bucal no estado.


Quanto sorriso no governo Lula
Para ampliar e qualificar o acesso da população às ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação em saúde bucal, o governo Lula criou, em 2004, o Programa Brasil Sorridente. Com isso, o valor investido em serviços de saúde bucal aumentou quase 10 vezes o valor investido em 2002, passando de R$ 56 milhões para R$ 545 milhões este ano.

Nos últimos três anos, o número de equipes de Saúde Bucal triplicou, totalizando 13.966 equipes, atendendo mais de 68 milhões de pessoas em mais de quatro mil municípios. Em São Paulo, o Saúde Bucal tem 822 equipes atendendo mais de 4,8 milhões de pessoas.

Com os 420 Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) instalados em várias regiões do país, a população conta com procedimentos sofisticados como tratamento de canal, realização de cirurgias, doenças de gengiva, diagnósticos de câncer de boca e instalação de próteses.
Em 2005, entraram em funcionamento 205 novos sistemas de adição de flúor nas estações de tratamento de água de abastecimento público, em 106 municípios. Outros 483 projetos estão em análise.

Galeria de ex-presidentes

quarta-feira, setembro 13, 2006

Vexame internacional

A coisa foi parar na Argentina, em alto de página do "Clarín", na edição de hoje.Na tradução da BBC Brasil, sob o título "Oposição a Lula está a um passo de se despedaçar", passagens como "os opositores nunca tiveram uma unidade ideológica séria" e agora, com a "briga feroz" iniciada por FHC, ameaça se desintegrar. O jornal se pergunta "que oposição política Lula terá que enfrentar em um segundo mandato".


http://todamidia.folha.blog.uol.com.br/arch2006-09-10_2006-09-16.html#2006_09-13_11_01_05-10987816-0

Saia Justa para Daslú Alckmin


Eleitor se recusa a aceitar santinho de Geraldo Alckmin, entregue pela mulher do tucano, Lu Alckmin, em caminhada em Salvador

UOL deturpa informação

Hoje, o portal UOL coloca em destaque em sua página inicial a seguinte notícia: "Aprovação ao governo cai, aponta pesquisa"

Ao clicar o internauta dá de cara com a seguinte afirmação:

"Pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira (12/09) pelo "Jornal Nacional", da Rede Globo, aponta trajetória descendente da aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)."

Essa é uma informação totalmente distorcida. A aprovação do presidente se manteve estável. Apenas oscilou dentro da margem de erro. Na pesquisa anterior tinha 48% e agora 46%. Dizer que a aprovação do presidente caiu na capa de um portal com milhares de acessos diários é um descalabro. É impressionante como a imprensa subestima a inteligência dos eleitores.

terça-feira, setembro 12, 2006

Impeachment pra que te quero...

por Franklin Martins

De uns dias para cá, diante do crescimento da sensação de que o desfecho mais provável das eleições presidenciais deste ano é uma vitória de Lula no primeiro turno, alguns dos principais nomes da oposição voltaram a falar em impeachment. Fernando Henrique, na sua polêmica carta aos tucanos (FHC faz soar o dobre de finados por Alckimin), foi o primeiro a levantar a bola. Tasso Jereissati veio a seguir e, por duas vezes, bateu na mesma tecla. Logo, somou-se ao coro o pefelista José Carlos Aleluia, que fez questão de lembrar que, nos Estados Unidos, Richard Nixon, mesmo tendo sido reeleito, acabou defenestrado por crimes cometidos no primeiro mandato.

À primeira vista, parece que boa parte da oposição, passadas as eleições, pretende insistir no mesmo discurso e na mesma tática política dos últimos anos. Ou seja, se vier a ser derrotada, não abandonará o maçarico e tratará de manter nas nuvens a tensão política. Vamos torcer para que essas declarações não passem de retórica de palanque, porque seria péssimo para o país se o PSDB e o PFL cometessem o desatino de desconhecer ou desqualificar o resultado das eleições.
Goste-se ou não da vontade da maioria dos eleitores, na democracia ela precisa prevalecer sobre qualquer outra consideração. Esse princípio é a base do sistema, que resumidamente funciona assim: quem recebeu mais votos, vai para o governo; quem teve menos votos, segue para a oposição. E, a partir daí, cada macaco no seu galho. O governo não pode impedir a oposição de fiscalizar e criticar suas ações. Já a oposição não tem o direito de impedir o governo de governar. Apenas pode exigir que ele governe melhor. Qualquer arranhão nesse roteiro afeta a própria essência do regime democrático.

É claro que há circunstâncias excepcionais, previstas na Constituição, em que esse esquema básico é passível de freios de arrumação. Em casos de comoção grave da ordem pública, o governo pode decretar o estado de emergência ou o estado de sítio, ouvido o Congresso, limitando temporariamente as liberdades públicas. Por outro lado, se ficar caracterizada a participação pessoal do presidente em crimes gravíssimos, o Congresso pode chegar a votar o seu impeachment. Mas ambos os instrumentos, o estado de sítio e o impeachment, são dramáticos e não devem ser banalizados. São como mísseis nucleares, que não deveriam nunca sair dos silos onde descansam, desativados. E se saem, é porque o mundo está vindo abaixo, e não porque alguém achou que fica bem fazer ameaças em meio a uma campanha eleitoral.
Seria bom que a oposição esfriasse a cabeça e refletisse com seriedade sobre o que está acontecendo nestas eleições. Se Lula vencer no primeiro turno, como apontam as pesquisas, terá sido porque a maioria dos eleitores avalia que melhorou de vida no seu governo e não consegue ver na oposição uma alternativa confiável. Lula é o candidato dos pobres, Alckmin é o presidenciável dos ricos – esta percepção, certa ou errada, está decidindo as eleições. Afinal, num país em quem 85% dos eleitores pertence às classes C, D e E, ou sejam, ganham abaixo de 5 salários mínimos, quem falar apenas para a classe média e para os ricos dificilmente sairá vitorioso das urnas. E, nos últimos anos e nestas eleições em particular, o que fizeram o PSDB e o PFL? Falaram apenas para a classe média como se ela fosse capaz de decidir a parada. Volto a dizer: o efeito “pedra no lago” acabou (O "efeito pedra no lago" já era). A época em que a classe média era a única formadora de opinião no país deu lugar a um novo tempo em que outros segmentos sociais, notadamente a classe C, têm opinião própria e não se limitam a mais a reproduzir o que lhes chega de cima.

O país mudou. Ou a oposição entende essas mudanças, ou está frita. Seu grande desafio agora é atualizar o seu discurso, produzindo um programa e uma dinâmica que sejam capazes de conquistar a maioria do país. Fernando Henrique fez isso em 1994 e ganhou as eleições de Lula com um pé nas costas. A gordura foi tanta que deu para aprovar a emenda da reeleição e arrancar um novo mandato em 1998. Mas, a partir daí, o PSDB e o PFL fecharam-se numa redoma, não entenderam a insatisfação da maioria da sociedade e não captaram os sinais evidentes de que os mais pobres estavam se sentindo barrados no baile e não aceitariam mais a exclusão. Ou seja, o PSDB e o PFL isolaram-se e, agora, estão pagando o preço desse isolamento.
Podem voltar para o jogo? Claro que podem. O PSDB sairá das urnas com posições importantes. Terá sob seu comando os dois estados mais importantes do país: São Paulo e Minas Gerais. Poderá reagrupar-se e influir nos acontecimentos, desde que, é claro, saiba onde investir suas energias e seus talentos. Certamente, não será na luta por um impeachment que não tem a menor chance de vingar e apenas envenenará o país, consolidando, ao final, o esplêndido isolamento dos tucanos.

Há derrotas eleitorais e derrotas políticas. Às vezes, elas vêm juntas, como a de Lula em 1994 e a de José Serra em 2002. Mas, às vezes também, derrotas eleitorais transformam-se em oportunidades de reciclagem política. Foi o que aconteceu em 1998 com o PT e com Lula, que descobriram então que ou iniciavam uma inflexão para o centro, ou estavam condenados ao isolamento. O mesmo processo de reciclagem poderá acontecer agora com o PSDB, se ele, em vez de brigar com o resultado das urnas, entender que está precisando mudar, formulando um programa alternativo ao PT que fale para a maioria dos brasileiros.