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terça-feira, outubro 31, 2006

Lula lá...

inVEJA


http://www.blogdoonipresente.blogspot.com/

segunda-feira, outubro 30, 2006

Leia a íntegra do 1º discurso do presidente após a confirmação de sua reeleição Publicidade

Meus amigos e minhas amigas aqui representados pelos companheiros dirigentes dos partidos que apoiaram a nossa campanha, nossos queridos companheiros representantes dos trabalhadores aqui representados pelos dirigentes sindicais, meus companheiros ministros, meus companheiros e companheiras coordenadores da nossa campanha. Nosso querido governador Marcelo Miranda, do Tocantins, nosso querido Jaques Wagner, governador eleito da Bahia.

E dizer para vocês que eu penso que o Brasil está vivendo um momento mágico de consolidação do processo democrático brasileiro. Acho que esse momento nós devemos ao povo brasileiro. Sobretudo ao povo que foi incluído no patamar daqueles que já tinham conquistado a cidadania. Acho que a inclusão social de milhões e milhões de brasileiros, o acerto das coisas que o governo fez e os erros que também o governo fez permitiram que nós pudéssemos chegar no processo eleitoral mais amadurecidos, com mais consciência e consistência das dificuldades que o Brasil enfrenta para dar o salto de qualidade que o Brasil precisa dar.

Eu sou um homem convencido de que a lição que a democracia brasileira dá neste momento ao mundo, a começar da qualidade do processo de votação e apuração no nosso país, que países mais ricos do que o Brasil, mais poderosos do que o Brasil do ponto de vista econômico e tecnológico não têm. O Brasil fazer uma eleição que termina às 17h e às 20 h a gente já saber o resultado de quase o território nacional é muita competência tecnológica e muita competência e muita competência da Justiça Eleitoral brasileira.

Eu sou grato, neste momento, às pessoas que confiaram, às pessoas que acreditaram. Sou grato ao povo deste país. Ao povo brasileiro, que em vários momentos foi instado a ter dúvidas contra o governo e o povo sabia fazer a diferença entre o que era verdade e o que não era verdade, entre o que estava acontecendo e o que não estava acontecendo no Brasil e, sobretudo, o povo que viu que ele tinha melhorado. E contra isso não há adversário. Porque o povo sentiu na mesa, sentiu no prato e sentiu no bolso a melhora da sua vida. Mais importante ainda: o povo sentiu isso no seu cotidiano. Ele sentiu isso na vida dos seus amigos e na vida de sua família.

Eu tenho consciência de que nós demos apenas um primeiro passo. Eu durante a campanha citava muito o exemplo de que nós tínhamos construído um alicerce. As bases estão dadas para que o Brasil dê um salto de qualidade extraordinário neste próximo mandato. Primeiro porque todos nós aqui temos mais experiência, aprendemos muito. Segundo porque nós conseguimos resolver o problema da macroeconomia brasileira, da instabilidade econômica, conseguimos consolidar nossas relações internacionais, conseguimos fazer ver que o Mercosul é uma posição importante para o desenvolvimento dos países que dele participam, conseguimos consolidar a comunidade sul-americana de nações, conseguimos consolidar uma política internacional onde não temos adversários, mas construímos um leque de amizades onde o Brasil hoje transita com muita leveza em todos os movimentos e é ouvido porque nós aprendemos a respeitar, e quando a gente respeita a gente pode pedir respeito.

E eu penso que tudo isso me dá a segurança de dizer a vocês que vamos fazer um segundo mandato muito melhor do que fizemos o primeiro. Muito melhor. Não tenho dúvidas de que o Brasil vai crescer mais. Não tenho dúvidas de que vai aumentar a distribuição de renda neste país. Não tenho dúvidas de que vai aumentar a consolidação da política externa brasileira. Não tenho dúvidas de que vai aumentar o combate à corrupção neste país. Não tenho dúvidas de que vai continuar o fortalecimento das instituições do país. E não tenho dúvidas, sobretudo, de que o Brasil irá atingir um padrão de desenvolvimento que será colocado entre os países desenvolvidos do mundo. Nós cansamos de ser uma potência emergente. Nós queremos crescer. As bases estão dadas, e agora a gente tem que trabalhar. Todo povo brasileiro votou exatamente porque tem esperança de que as coisas podem andar mais rápido e ainda melhor do que andaram no primeiro mandato.

A eleição, como vocês viram, é sempre um processo complicado. Mas ao sairmos desta eleição e ao receber o telefonema do meu adversário, o candidato Geraldo Alckmin, eu saio com a convicção, muito mais forte do que eu entrei na campanha, de que o Brasil não pode temer, em nenhum momento, o fortalecimento da sua democracia. As instituições estão sólidas, o povo brasileiro sabe reagir nos momentos adequados com as atitudes adequadas, os partidos políticos precisam se fortalecer e para isso nós vamos discutir logo no começo do mandato a reforma política de que o Brasil tanto necessita. E é importante que ela saia, e que ela saia por consenso de todos os partidos políticos, porque o processo eleitoral mostrou também que quanto mais fortes forem as instituições políticas, mais forte e mais consolidado estará o processo democrático brasileiro.

De forma que eu estou feliz. Estou feliz pela participação da sociedade neste processo eleitoral. Estou feliz porque a sociedade conseguiu compreender o momento histórico que nós estamos vivendo no país. Estou feliz pela eleição dos governadores em todos os Estados. Acho que nós poderemos construir algo muito mais forte do que nós tentamos construir em março e abril de 2003, quando nos reunimos com os governadores para fazer a reforma da Previdência e a reforma tributária. Acho que os governadores eleitos têm o perfil de quem quer trabalhar no sentido de fazer com que haja uma compreensão de que o crescimento do Brasil precisa beneficiar o crescimento dos Estados.

Continuaremos a governar o Brasil para todos, mas continuaremos a dar mais atenção aos mais necessitados. Os pobres terão preferência no nosso governo. As regiões mais empobrecidas terão no nosso governo uma atenção ainda maior, porque nós queremos tornar o Brasil mais equânime. Queremos tornar o Brasil, nos seus 8,5 milhões de km2 mais justo no ponto de vista geopolítico, mas também no ponto de vista econômico e social.

Portanto, nós temos uma grande estrada a percorrer. As bases estão consolidadas. Os projetos já estão consolidados. E portanto nós não temos tempo a perder. É trabalhar, trabalhar e trabalhar. Porque é isso que o povo brasileiro espera e é por isso que o povo brasileiro votou. É por isso que hoje na rua todo mundo fala: deixa o homem trabalhar, porque o Brasil precisa de trabalho. E eu estou muito confiante. Como jamais estive na minha vida. Estou confiante no Brasil. Estou confiante na compreensão dos partidos que perderam as eleições no Estado e para o governo federal. A eleição acabou. Agora não tem mais adversário. O adversário agora são as injustiças sociais que nós temos no Brasil e que precisamos combater. O adversário agora é a gente todo mundo se juntar para fazer o Brasil crescer. Fortalecer o Brasil não apenas internamente, mas fortalecer o Brasil no mundo. Nós queremos continuar fortalecendo o mercado interno, fortalecendo as exportações. E eu penso que contra esses argumentos nós não temos adversários.

Eu não tenho dúvida nenhuma de que podemos contar com a compreensão dos partidos que fizeram oposição a nós. E quero conversar com todos, sem distinção. Não haverá um único partido neste país que eu não chame para conversar, para dizer o seguinte: agora o problema do Brasil é de todos nós. Eu tenho a Presidência, mas todos os brasileiros e brasileiras têm a responsabilidade de dar a sua contribuição para que o Brasil não perca mais uma oportunidade.Eu disse a vocês que nós manteremos uma política fiscal dura, porque eu aprendi, não na faculdade de economia, como os meus companheiros aprenderam, eu aprendi na vida cotidiana que a gente não pode gastar mais do que a gente ganha, porque senão um dia a gente vai se endividar de tal ordem que a gente não pode pagar a dívida que contraiu.

Mas ao mesmo tempo eu tenho a convicção de que a solução dos problemas brasileiros não é mais fazer o povo sofrer com ajustes pesados que terminam cair em cima do povo, mas que a solução está no crescimento da economia, no crescimento da distribuição de renda. E nós provamos isso no primeiro mandato, quando nós dizíamos, há muito tempo atrás, que era preciso primeiro o Brasil crescer para distribuir e nós dizíamos é preciso distribuir para o Brasil crescer. Nós provamos que com o pouco de distribuição de renda que nós fizemos, seja a política de distribuição de renda por meio do Bolsa Família, por meio do Loas, por meio do crédito consignado, por meio do salário mínimo, por meio das conquistas que os trabalhadores brasileiros tiveram fazendo acordos com reajustes maiores do que a inflação, coisa que durante muitos anos não fazíamos, nós provamos que quando o povo tem um pouco de dinheiro, ele começa a comprar, a loja começa a vender, a loja começa a comprar da fábrica, a fábrica começa a produzir, começa a gerar emprego, começa a gerar distribuição de renda. E é esse o país que nós queremos. E é esse o país que eu tenho certeza que, depois de quatro anos, nós daremos ao Brasil aquilo que o Brasil merece. E que durante tantas vezes o Brasil quase chegou lá, mas por interesses eminentemente políticos momentâneos, o Brasil jogou fora essa oportunidade. E eu não jogarei.

Estão aqui meus companheiros sindicalistas, e eu quero dizer para vocês. Reivindiquem tudo que vocês precisarem reivindicar, nós daremos apenas aquilo que a responsabilidade permite que a gente dê. Reivindiquem! Porque o mais importante, e esses meus amigos sabem disso, do movimento social, do movimento sindical, dos empresários. Eles sabem perfeitamente bem que a coisa mais sagrada ao terminar o mandato do presidente da República, como legado, é a relação que ele conseguiu estabelecer com a sociedade. Consolidando a democracia, consolidando o papel do Estado e consolidando sobretudo o papel da participação da sociedade. E isso nós fizemos com muita competência, e vamos continuar fazendo. Porque, afinal de contas, o Brasil não é meu, eu é que sou brasileiro e portanto o Brasil é de todos. Por isso, eu estou com essa frase aqui na camiseta para vocês lerem. A vitória não é do Lula, não é do PT, não é do PC do B, não é do PRB, do PMDB, não é de nenhum partido político, a vitória é eminentemente da sabedoria do povo brasileiro.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Uma tarde para não esquecer

por José Dirceu

Na tarde de quarta-feira, 25, em Brasília, Lula fechou a semana que antecede as eleições presidenciais com um discurso memorável, num evento encharcado de simbolismo de um projeto de futuro que vai às urnas neste domingo.

O presidente abriu o Palácio da Alvorada e falou de improviso aos catadores de papel e de latinhas do Brasil. O evento marcou o anúncio de uma linha de crédito, a fundo perdido, criada pelo BNDES para equipar cooperativas de catadores e permitir treinamento de brasileiros e brasileiras que vivem pelas ruas das nossas cidades, lutando pela sobreviência com a coleta de papelão, latinhas e garrafas.

O Brasil é líder mundial na reciclagem de latas de alumínio, com reaproveitamento de 96,2% do total consumido pelo mercado. Essa posição no ranking, todavia, carrega uma incômoda ambiguidade. Por trás dessa liderança, existem entre 300 mil a um milhão de cidadãos miseráveis que tentam se integrar à sociedade recolhendo material reciclável pelas ruas do país. É o povo da rua. Brasileiros e brasileiras que, em muitos casos, sequer têm um teto para morar. Dormem embaixo da ponte. Repartem a a noite com os ratos, como disse Lula.

O presidente, desde o primeiro ano de seu mandato, passa o dia de Natal com o povo da rua, símbolo extremo desigualdade social para a qual o mercado não tem respostas e diante da qual os conservadores não têm nada a dizer , tampouco algo a propor --exceto o apartheid e carrros blindados. Na quarta-feira, foi diferente. em vez de Lula visitá-los nas ruas, os catadores de papel e latinha foram ao Palácio. Discursaram. Saudaram o presidente e conheceram o Alvorada.
Lula fez, então, um discurso memorável para recepcionar visitantes. Lembrou que quando visitou Mandela, na África do Sul, chegou às 8 horas da manhã no Palácio de Governo. E já encontrou enorme quantidade de mulheres e homens andando pelo prédio. Olhavam tudo, cada detalhe, inclusive as paredes. Mas sem tocar em nada. Lula contou que perguntou ao presidente porque aquele povo olhava com tanta admiração o palácio. E o presidente Mandela disse: "Lula, essa gente, durante décadas, não podia nem passar aqui em frente. Um negro passar na frente do Palácio do Governo da África do Sul, até então governado pelos brancos, era quase um atentado aos bons costumes estabelecidos naquela época na África do Sul. Então, as pessoas queriam ver, queriam olhar, não queriam nem tocar, só queriam ver".

Lula ressaltou então a semelhança entre os dois eventos: “(...) O que nós estamos presenciando aqui hoje, mais que um ato de assinatura de decreto e de assinatura de convênios, é um ato de cidadania. (...) Hoje, quando ouvi o discurso dos dois companheiros - me permitam chamá-los de companheiros também e não de Excelência - eu fiquei pensando quantas pessoas já passaram por este palácio. Certamente, na história política do nosso país, já passaram muitos empresários, muitos banqueiros, muitos governantes de vários países do mundo. (...) Mas a democracia brasileira e a conquista da cidadania brasileira não seriam completas se, por aqui, não passassem outras personalidades que compõem e que, muitas vezes, têm trabalho até mais importante que muitos dos que já passaram por aqui, mas que como essa profissão não está catalogada nos anais de quem faz a anotação das profissões chiques, essas pessoas nunca foram lembradas para entrar no Palácio de Governo, nem aqui, nem em muitos países do mundo.

Um gesto como este possivelmente não seja medido agora, leva tempo para que a sociedade mature e compreenda o significado, às vezes, até maior do que a conquista. Em que momento da história um catador de papel pôde usar a tribuna num palácio governamental? Em que momento da história um morador de rua pôde utilizar a palavra no Palácio presidencial ? Por isso que o Brasil, aos poucos, vai sedimentando práticas e exemplos que podem ajudar na conquista da democracia no mundo."

Nassif: "Existe um claro preconceito de classe"

Trecho de entrevista de Luis Nassif para o Site O Vermelho


Por que essa onda anti-Lula e anti-PT ficou cada vez mais forte na grande mídia?


R: No começo do ano passado, alguns colunistas - não oriundos da imprensa propriamente dita -, intelectuais e pessoas do showbiz, basicamente o (Arnaldo) Jabor e o Jô (Soares), começaram uma crítica mais pesada ao Lula e ao PT. Essa crítica, num determinado momento, resvalou para uma posição de intolerância e teve eco na classe média.
Quando teve eco, aconteceu algo que, para mim, é o mais inacreditável que eu já vi em mais de 30 anos de jornalismo: a Veja entra na parada e começa a usar aquele estilo escabroso. É inédito em termos de grande imprensa - e é um suicídio editorial. Agora, aquele estilo acabou batendo aqui, em São Paulo, em alguns círculos do Rio de Janeiro, induzindo a mídia a apostar na queda do Lula. Quando não conseguiu derrubar Lula, a mídia enlouqueceu. E então todos os jornais caminhavam na mesma direção. Isso não existe. Todo mundo endoidou.
Criou-se um clima muito pesado de patrulhamento, ataques, macarthismo. Os colunistas, de uma maneira quase unânime, entraram nesse clima - até por constrangimento. Aquela posição relativamente diversificada que existia nos jornais, através de seus colunistas, acabou. Os colunistas foram inibidos. Há jornalistas aí, com 40 anos de carreira, que escreveram 365 artigos, um por dia, sobre o mesmo assunto, todo dia pedindo a cabeça do Lula.
Não dá. Criou-se uma guerra santa que é incompatível com o papel da mídia. Isso era para os jornais dos anos 50. Partiu-se para um festival de ficção, de arrogância, de agressividade e falta de civilidade que é veneno puro na veia na imagem dos jornais e das revistas que entraram nessa.



E, mesmo assim, o Lula não caiu...


R: Porque, no começo dos anos 90, tivemos um fenômeno: começou a surgir a ''banda B'' da opinião pública. As classes D e E começaram a ter voz. É a história dos descamisados - e Collor percebeu muito bem isso. Começa a haver nessas classes um novo campo. À medida que o país vai evoluindo, aquela mediação feita pelos coronéis tende a se diluir. Este foi um primeiro ponto. Quando Lula lança o Bolsa Família - que é um programa muito bem-feito e que tem, sim, contrapartida -, ele pega esse fenômeno, que ganha corpo. O Fernando Henrique, que é sociólogo e tal, por conta de sua postura imperial, não percebeu esse novo cidadão emergente.
Outro ponto é que, na medida em que se criou essa unanimidade na mídia, você descartou públicos: o público engajado, que tem seu pensamento - a favor do Lula e do governo -, e que de repente percebeu que não havia nenhum veículo que fosse justo; e o segundo é um público menor, mas muito influente, que é o público dos formadores de opinião bem informados. Com aquela simplificação com que veio a cobertura, estes setores acabaram se desiludindo com a imprensa. Tudo isso surge num momento em que a internet já tinha massa crítica aí, com os blogs e tudo, para fazer contraponto. E entre os blogs tem de tudo.
Aquela diversidade que os jornais ainda tinham e perderam, o pessoal foi buscar na internet. E uma coisa a gente aprende com os blogs: se houver 20 blogs falando ''A'', basta um blog falando ''B'' de forma consistente, que ele inverte e desmascara. Há a interação entre os blogs e seus leitores. Os blogs emergiram como uma alternativa. E isso culminou com a matéria do Raimundo Pereira na CartaCapital. Em outros momentos, a Carta teria feito a matéria e ninguém falaria nada. Agora a matéria teve um alarido infernal, de tudo quanto é blog discutindo. E o tema não morreu.


A ponto de a Globo ter de se explicar...

R: É, tentou, tentou, mas não conseguiu responder. (Ali Kamel) é um rapaz inteligente, mas há coisas que, se você não consegue explicar, é melhor não tentar. Se você precisa de mais de uma lauda para explicar, não tente. Ele tentou e ficou chato, porque estava claro que era uma armação do delegado visando a Globo.
E aí se entra em outro aspecto: qual o interesse jornalístico de uma foto? Uma foto de dinheiro é igual a uma foto de dinheiro. Não há informação nisso. Essa foto ainda foi maquiada para dar maior fotogenia. O único interesse era como ela ia repercutir nas eleições, como no caso da Roseana Sarney. A gente sabia que esse dinheiro existia há semanas. O fato de aparecer a foto não tem significado nenhum.
Mas os jornais e TVs queriam dar a imagem para saber o efeito eleitoral da foto. Se o único interesse sobre a foto era esse, é evidente que a parte mais relevante do ponto de vista da notícia era saber como vazou a foto. E não deram isso. Manipularam e protegeram o delegado (Edmilson Bruno Pereira). Isso é um episódio marcante. Um golpe como esse, não temos paralelo em nossa história.
A mídia, cumprindo esse papel, é suicida. Ela não tem como ganhar. Se ela derruba o Lula, ela fica com a pecha de golpista para o resto da vida. Todo problema que surgisse seria imputado à mídia. Ou seja, se ela ganha, ela perde. Se não derruba o Lula - que foi o que aconteceu -, ela mostra que perdeu o poder que ela tinha.


Existe nisso um preconceito de classe?

R: Houve um claro preconceito de classe. No momento da internacionalização da economia brasileira, o Fernando Henrique passa a se cercar de uma corte que é minoritária em São Paulo, mas que tem muita ressonância. É um pessoal que se julga internacionalista, mas é da ''geração Daslu'' - de um esnobismo altamente provinciano visto por um estrangeiro, mas que aqui dentro pegou muitos setores, inclusive da imprensa. Esse deslumbramento cresceu de uma forma muito ampla nesse período, em cima de um conjunto de colunistas muito próximos ao Fernando Henrique.
O grande pecado do Fernando Henrique, lá atrás, foi quando ele começou a desqualificar as críticas e começou a tratar tudo que não era internacional como caipira e provinciano. Ou seja, criaram-se ali as bases para essa visão entre modernos e anacrônicos. O fator Veja foi fundamental para trazer esse componente. A Veja já vinha num crescendo de grosserias e ataques pessoais, mas, no ano passado, explodiu.


E veio até aquela capa absurda de que o PT emburrece o país...

R: Quando se entra nesse preconceito monumental, a crítica fica desqualificada. Aquele papel da mídia, de ser mediadora, deixa de existir. E o Lula fez uma coisa de gênio político. Quando começaram os escândalos, ele mandou apurar tudo. Na medida em que o pessoal acusado foi tirado do barco, passou a sensação de que era possível reconstruir o governo Lula sem os barras-pesadas que passaram por seu governo.
Então você tem o Bolsa Família mudando a realidade brasileira, com a incorporação das massas excluídas. O Lula não é salvo pela política do Palocci ou do Banco Central, mas pelo Bolsa Família. E não apenas pelos que são beneficiados - mas também por aqueles que estão de fora e percebem que esse programa vai mudar a história do Brasil. Os jornais não se deram conta disso.
Quando ficou claro que o Lula não ia cair, começaram a falar: ''Ah, mas o eleitor do Lula é nordestino, é analfabeto''. E quem fica com eles (os jornais)? Uma classe média muito paulistana, preconceituosa e anacrônica - porque quem é minimamente sofisticado não entra nesse jogo.
Você pega essa prepotência da Veja - esse negócio de ''eu sou imbatível''. Veja aquele rapaz, o diretor, que entrou um dia e disse: ''Hoje derrubamos o presidente!''.

Quem?

R:O Eurípedes (Alcântara), né? Acho que foi quando saiu aquela matéria do Palocci. Ele (Eurípedes) é que é o grande responsável por toda essa mudança que teve - essa adjetivação, esse clima todo.
A sensação de poder se dá pelo seguinte: você tem canais de TV, jornais, revistas - todos falando a mesma coisa. Só que, quando abre a cortina, tem um monte de gente espiando atrás da cortina. É um olhando pro outro, é um negócio auto-referenciado. Poucas vozes ousaram investir contra esse clima.

Os jornais apostaram na beligerância entre PSDB e PT?

R: Essa guerra acabou. Os jornais, com amadorismo, achavam que esse clima duraria até a queda do Lula. No dia seguinte às eleições, saem de cena Fernando Henrique, (Jorge) Bornhausen, (Tasso) Jereissati e os jornais e revistas que entraram nessa - eles só prosperam em tempos de guerra. As forças para pacificação são mais fortes do que as forças da guerra.
Fernando Henrique é outro que se queimou. Poderia ser um pacificador... Itamar e Sarney deram declarações, como ex-presidentes, com responsabilidade perante o país. E de repente vem o Fernando Henrique e solta a franga de uma maneira que deixa de ser referência.


Por que as irregularidades do governo Alckmin ficaram completamente fora da pauta da grande mídia, ao menos até as eleições?

R: A gestão dele em São Paulo, do ponto de vista administrativo, foi absolutamente medíocre e nunca foi avaliada. Então você pega a Secretaria de Educação. Numa entrevista, perguntei para ele: ''Governador, qual a sua proposta para as universidades federais?''. Ele respondeu: ''Vamos criar indicadores de acompanhamento''. E por que não criou nas universidades estaduais? ''Ah, porque isso poderia conflitar com o conceito de autonomia universitária''.
Olha o Rodoanel: quatro anos para resolver uma questão ambiental. Isso não existe. Mas, como precisava criar um anti-Lula, jogam o Alckmin como bom gestor - coisa que ele não era. Tem outras virtudes, mas não essa. E aí precisa vir o Lembo e dizer que o estado está vendendo estatal para pagar contas. Imagina se isso fosse com o governo Lula? Aí começa a ficar explícita a perseguição da mídia.


Você acha que Alckmin não tem condições de governar o Brasil?

R: Não. O Alckmin não tem discernimento. O Serra e o Aécio pegam gente eficiente, se cercam de bons quadros. E o que o Alckmin faz aqui? Na esfera federal, essa falta de discernimento do Alckmin seria complicada - e estamos falando do que ele já fez no estado, não num país. Não tenho informações sobre desonestidade da parte dele. Agora, no que diz respeito à incompetência gerencial, sim.

Testemunha que incriminou Hamilton Lacerda mentiu e é ligada ao PSDB, diz PF

O testemunho dado à Polícia Federal por Agnaldo Henrique Lima, que afirma ter levado R$ 250 mil ao ex-coordenador da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo, Hamilton Lacerda, é uma farsa, segundo o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, delegado Daniel Lorenz.


"As declarações deles não se mostraram verdadeiras. Não comprovamos as movimentações com documentos", afirmou o delegado à Reuters, por telefone, nesta sexta-feira.


Agnaldo será indiciado por falsidade ideológica, segundo o policial .


A testemunha procurou jornais da região de Pouso Alegre em Minas Gerais e gravou entrevistas afirmando que teria levado dinheiro para Lacerda.


Convocado a depor à PF, ele foi ouvido em Varginha (MG) e afirmou que teria recebido em sua conta uma transferência no valor de R$ 80 mil, que teria sido juntados a outros R$ 170 mil. Todo o dinheiro, segundo suas declarações, teriam sido levados para Lacerda em São Paulo.
O montante teria sido repassado a ele por seu patrão Luiz Silvestre.


"Não há consistências em suas informações", disse Lorenz.


Segundo a assessoria de imprensa da PF, em Brasília, Agnaldo foi levado à mídia por Rosely Souza Pantaleão, que se apresentou como jornalista. As investigações do órgão descobriram que ela é servidora pública em Pouso Alegre e secretária-executiva do PSDB local.

http://eleicoes.uol.com.br/2006/ultnot/2006/10/27/ult27u58625.jhtm

Porque voto em Lula

Por Heloneida Studart

Porque ele liderou a construção, tijolo a tijolo, do grande partido de esquerda de massas com quem sempre sonhei. Antes, militei em bravas organizações socialistas que forneceram ao nosso país heróis e mártires, mas nunca conseguiram crescer, conquistar os operários, os lavradores, os pobres, as minorias. Lula liderou o PT que conseguiu tudo isso.

Voto em Lula porque ele sabe que, como dizia Brecht, não somos melhores do que ninguém, melhor é a nossa causa. E como somos multidão, temos os melhores militantes, os mais puros idealistas, mas também temos picaretas e deformados.

Voto em Lula porque seu Raimundo, porteiro da minha rua e nordestino como eu, conseguiu pela primeira vez em 10 anos, visitar sua velha mãe no Ceará, porque o arroz, o feijão, o óleo de soja, o frango estão pela metade do preço e com os trocados que sobraram ele conseguiu comprar a passagem de ônibus. E aí me contou que sua cidadezinha está toda iluminada por causa do programa "Luz para todos". E quando cheguei em Manaus para um congresso, vi as casa de madeira que bóiam sobre pranchas no infinito rio Amazonas, iluminadas e com antenas de televisão, depois de séculos de trevas. Ainda por causa do programa luz para todos, o peixe que os pescadores pescam de manhã não apodrecem de tarde e vi uma índia chorando com uma pedra de gelo na mão (ela nunca tinha visto gelo).

Voto em lula porque a prostituta Dorinha, em Salvador, me perguntou se eu já tinha visto filho de p. na Universidade e aí me mostrou, cheia de orgulho, um belo negrinho de 18 anos que tinha ingressado na universidade no programa PROUNI. Voto em Lula porque 40 milhões de brasileiros estão comendo com o Programa Bolsa-Família e eu, sobrinha neta do Barão de Studart e criada num casarão cheia da bronzes e opalines, já vi gente morrer de fome diante de meus olhos, numa dessas secas terríveis que alimentam o poderio dos caciques políticos nordestinos.

Voto em Lula porque Furnas não será vendida como foi a Vale do Rio Doce,Brasil não terão de chorar as lágrimas amargas dos funcionários do BANERJ,privatizado na gestão tucana (eu chorei com eles). Voto em Lula porque está reconstruindo a nossa marinha mercante e sei o que sofreram os servidores do LOYD quando nossos navios foram desativados.
E voto em Lula porque ele, presidente do Brasil, ainda é o filho de dona Lindu que vendeu alho na feira aos 6 anos e estando, há meses, debaixo da chacina da mídia ("o grande Partido de direita do Ocidente é a imprensa", dizia Gramski) continua o mesmo retirante inteiro, curtido, desassombrado e sem ódio. Voto em Lula porque ele é a síntese do povo brasileiro e porque LULA sou eu (minha fé, minha esperança, minhas lutas).


A deputada federal Heloneida Studart é Jornalista/Escritora/Romancista

Blogosfera

Nos últimos meses, ficou claro que algo mudou na estrutura midiática brasileira do ponto de vista de sua capacidade de formação de opinião. O jornalista Luís Nassif disse, em entrevista ao site Vermelho, que a grande mídia cometeu suicídio editorial nestas eleições. Ele descreve assim a natureza deste suicídio: “No começo do ano passado, alguns colunistas - não oriundos da imprensa propriamente dita -, intelectuais e pessoas do showbiz, basicamente o (Arnaldo) Jabor e o Jô (Soares), começaram uma crítica mais pesada ao Lula e ao PT. Essa crítica, num determinado momento, resvalou para uma posição de intolerância e teve eco na classe média. Quando teve eco, aconteceu algo que, para mim, é o mais inacreditável que eu já vi em mais de 30 anos de jornalismo: a Veja entra na parada e começa a usar aquele estilo escabroso. É inédito em termos de grande imprensa - e é um suicídio editorial. Agora, aquele estilo acabou batendo aqui, em São Paulo, em alguns círculos do Rio de Janeiro, induzindo a mídia a apostar na queda do Lula. Quando não conseguiu derrubar Lula, a mídia enlouqueceu. E então todos os jornais caminhavam na mesma direção. Isso não existe. Todo mundo endoidou”.

Essa loucura, acrescenta Nassif, encontrou um forte contraponto justamente na blogosfera: “na medida em que se criou essa unanimidade na mídia, você descartou públicos: o público engajado, que tem seu pensamento - a favor do Lula e do governo -, e que de repente percebeu que não havia nenhum veículo que fosse justo; e o segundo é um público menor, mas muito influente, que é o público dos formadores de opinião bem informados. Com aquela simplificação com que veio a cobertura, estes setores acabaram se desiludindo com a imprensa. Tudo isso surge num momento em que a internet já tinha massa crítica aí, com os blogs e tudo, para fazer contraponto. E entre os blogs tem de tudo. Aquela diversidade que os jornais ainda tinham e perderam, o pessoal foi buscar na internet. E uma coisa a gente aprende com os blogs: se houver 20 blogs falando ''A'', basta um blog falando ''B'' de forma consistente, que ele inverte e desmascara. Há a interação entre os blogs e seus leitores. Os blogs emergiram como uma alternativa”.

http://rsurgente.zip.net/

Quem é que mente?

por Bernardo Kucinski


Fernando Henrique disse outro dia que o PT mente, mente, mente, até que a mentira se torne verdade (veja abaixo a nota 1). Depois, foi a vez de seu candidato repetir a acusação (2). Fui conferir. Descobri que não é bem assim. Localizei facilmente quatro mentiras importantes que os tucanos é que vêm repetindo ad nauseam, conseguindo que se tornem verdades, com a ajuda de nosso preguiçoso e desmemoriado jornalismo.


Primeira mentira, a do aparelhamento do Estado.

Essa foi espalhada pelos tucanos logo no início do governo Lula e repetida pela mídia. Acusaram o governo Lula de manter 40 mil cargos de confiança (os que não precisam ser preenchidos por servidores de carreira). Mentira grosseira: em 2005 havia 19.925 cargos de Direção e Assessoramento Superior, chamados DAS ou cargos de confiança. Menos da metade do que dizia o tucanato. Desse total, apenas 7.422 foram preenchidos ou substituídos por indicados pelos partidos da base de sustentação do governo (3). E pelos dados disponíveis no site do Ministério do Planejamento, 68,9% dos DAS em novembro de 2005 continuavam sendo ocupados por funcionários públicos de carreira, praticamente a mesma proporção de novembro de 2001 (70,5%), apesar da profunda virada política que representou a vitória de Lula. E mais: cerca de 80% vão de DAS1 a DAS3, que dão ao servidor uma gratificação de apenas R$ 1.000 a R$ 1.500. São servidores ocupando funções que exigem confiança, mas relativamente modestas, como secretárias (4).


Qual a função dessa mentira? Em primeiro lugar, desviar a atenção do estrangulamento do Estado a da terceirização generalizada dos serviços públicos revelada quando Lula assumiu. É o governo Lula que está promovendo grandes concursos públicos para preenchimento de cargos que o governo FHC deixou vagar ou terceirizou. Mas o principal objetivo dessa mentira é bloquear a indicação de lideranças populares e sindicais para cargos de direção e para conselhos. O mega-operador de mercado de Soros, Armínio Fraga, pode ocupar a presidência do Banco Central que isso não é “aparelhar”. Mas se o Paulo Okamoto ocupa a presidência do Sebrae, isso é aparelhar. Uma questão de classe.


A mentira do “brutal” aumento da carga tributária.

Os tucanos dizem que o governo Lula aumentou absurdamente a carga tributária. Mentira. Eles é que aumentaram absurdamente a carga tributária: o insuspeito Instituto de Planejamento Tributário diz que a carga aumentou de 28,61% do PIB, no último ano do governo Itamar Franco (1994), para 35,84% do PIB, no último ano do governo FHC (2002). Um aumento de 7,23 pontos percentuais ou mais de 25%.
E qual foi o aumento no governo Lula? Apenas 2,01 pontos percentuais, segundo o mesmo instituto, ficando em 37,85% do PIB (5). E mais, os maiores aumentos relativos no governo Lula foram dos impostos estaduais e municipais. A carga federal aumentou apenas 1,2 ponto percentual, de 25,37% do PIB para 26,55%. Sob os tucanos a carga tributária aumentou brutalmente, mudou de escala, e sob Lula ela variou apenas na margem. Essa bandeira pegou. E pegou tão fundo que Afif Domingues quase derrotou Suplicy na disputa da vaga do Senado por São Paulo, levantando essa bandeira mentirosa do aumento brutal da carga tributária do governo Lula. Qual a função específica dessa mentira, além de ajudar a eleger mentirosos? Provavelmente, influir a favor dos empresários, nas disputas pela realocação de alíquotas e impostos, que naturalmente o governo Lula teria que promover para cumprir o compromisso com os qual foi eleito de “mudar o Brasil”.


A mentira da maior corrupção de todos os tempos.

Essa é uma mentira muito grave, porque mexe com a imagem e a reputação das pessoas as pessoas, de suas famílias, seus filhos, seus amigos.Os tucanos dizem que nunca houve tanta corrupção no Brasil como no governo Lula, mas até hoje foram poucos e de pequena monta os casos de corrupção comprovados dentro do governo federal. Um dos poucos casos foi o do funcionário dos Correios Maurício Marinho, flagrado pegando grana e devidamente demitido depois de uma sindicância. Eram três mil reais (6). Em contraste, no governo FHC foram vários e de grande monta os casos de corrupção, quase todos na casa dos bilhões de reais: o prejuízo de R$ 1,54 bilhão do Tesouro no socorro aos bancos Marka e Fonte-Cindam, levando à demissão do então presidente do Banco Central, Chico Lopes, e à fuga para a Itália, onde está até hoje, do banqueiro Salvatore Cacciola; o desvio de R$ 2 bilhões de recursos da Sudam no período 1994 a 1999, que levou à renúncia do ex-presidente do Senado, Jader Barbalho, e o desvio de R$ 1,4 bilhões do Finor em 653 projetos da área da Sudene, através do uso de notas frias; o desvio de R$ 168 milhões na construção da nova sede do TRT de São Paulo, levando à prisão do juiz Lalau e de Fábio Monteiro, que conseguiam as liberações de verbas diretamente do então secretário da Presidência, Eduardo Jorge (o que não significa de necessariamente que Eduardo Jorge soubesse dos desvios) (7); o pagamento comprovado de R$ 200 mil aos deputados Ronivon Santiago e João Maia para que votassem a favor de Emenda da reeleição, levando à expulsão dos dois do PFL e renúncia de seus mandatos (8).


A mãe de todas as mentiras, a de que o governo Lula não combate a corrupção.

Essa é pesada. É o governo FHC que nunca combateu a corrupção e não permitiu que fosse investigada. Não têm paralelo com o governo FHC as dezenas de operações de desbaratamento de quadrilhas no serviço publico, ou com ramificações na Receita Federal, no Ibama, na Previdência e na Polícia Rodoviária Federal, todas originárias dos tempos do governo FHC ou até de antes; destacam-se a operação vampiro e a operação sanguessuga, que desbaratou esquemas de corrupção que vinham desde 2002.


E mais, Fernando Henrique adotou como política geral impedir investigações de corrupção.Talvez porque as privatizações exigiam um ambiente de permissividade. Em vez de mandar investigar as fraudes da Sudam e da Sudene, FHC extinguiu as duas agências de desenvolvimento regional, com o que tornou praticamente impossível qualquer investigação futura. Uma modalidade de “queima de arquivo” institucional. Em vez de investigar as acusações de fraudes no DNER, extinguiu da mesma forma o DNER. Quando um grampo revelou malandragem de funcionários do BB e da Previ nas privatizações, a ponto de caírem os altos funcionários e até o ministro das Comunicações, FHC não permitiu a instalação de uma CPI da Privatização da Telebrás, usando o truque regimental de prolongar o funcionamento de várias CPIs fantasmas.


Tudo isso está na internet. Qualquer jornalista pode refrescar facilmente a memória e relembrar que eles mesmos chamavam o procurador-geral da República do governo FHC de engavetador-geral da República. Memória, pesquisa, contextualização e hierarquização adequada dos fatos. Isso é jornalismo. O resto é mentira.


Notas 1) Em discurso para 1.300 lideranças empresariais e políticos da coligação PSDB-PFL... Fernando Henrique usou um argumento recorrente entre apoiadores de Alckmin, de que os petistas usam de técnicas nazistas de propaganda, repetindo mentiras até que virem verdade. "Não se cansam de repetir mentiras, na velha técnica nazista de mente, mente, mente que pega. E pega mesmo, porque [Adolf] Hitler foi eleito. E depois?", comentou o ex-presidente.Folha On Line, 22/10/06

2) Conf. Folha de S. Paulo, 26/10/06

3) Conf. Luiz Weiss. Em O Estado de S.paulo, 25/10/06

4) Conf. Fábio Kerche e Rui Barbosa, em Valor Econômico. 28/09/06. Aparelhamento de Estado?

5)Ver http://www.ibpt.org.br

6) Crtamente alguns outros acabarão comprovados, mas o que há hoje é muita acusação , lançamento generalizado de suspeição, e pouca prova.

7) Esta lista só inclui casos comprovados pela justiça ou pelas conseqüências que geraram. Não inclui muitas outras acusações que foram engavetadas ou ficaram obscuras, e que o autor não endossa necessariamente. Entre elas: a acusação de favorecimento da Raytheon na licitação do projeto Sivam, a acusação de que diretores do Banco do Brasil receberam propina de R$ 15 milhões para induzir fundos de pensão a participarem das privatizações da Vale e da Telemar; a acusação de favorecimento no pagamento de precatórios pelo DNER em troca de propinas de 25% do valor pago.

8) Transação gravada pelo repórter da Folha. Outros três deputados acusados de vender seus votos foram absolvidos pelo plenário da Câmara.

* Artigo produzido com a ajuda de Mauricio Hashizume e Nelson Breve, entre outros.
Bernardo Kucinski, jornalista e professor da Universidade de São Paulo

quarta-feira, outubro 25, 2006

Tu-canonização

terça-feira, outubro 24, 2006

Com a força do povo!

Abel Pereira negociava um dossiê. Contra quem?

por Josér Dirceu

De duas, uma: ou Abel Pereira foi a Cuiabá para comprar o dossiê contra José Serra, ou foi comprar um suposto, como declarou ele mesmo à Polícia Federal, dossiê contra Aloizio Mercadante.

A segunda possibilidade parece ficção: já foi questionada pelo próprio Mercadante, em nota publicada ontem, esclarecendo que se trata de um factóide de campanha. E pelo advogado de Luiz Carlos Vedoin, que disse que tal dossiê não existe.

Nos dois casos, os tucanos estão mal, já que está mais do que provada a ligação de Abel Pereira com Barjas Negri, se os critérios que a oposição e seus membros na CPI dos Sanguessugas usam para nos acusar valerem também para eles.

Então os tucanos, via Abel Pereira, também estavam comprando um dossiê? Com que dinheiro, quem estava por trás, quem deu ordens para Abel Pereira ir conversar com os Vedoin? Com a palavra a CPI dos sanguessugas. Os torquemadas Fernando Gabeira, Raul Jungmann e Carlos Sampaio, onde estão agora?


Governo Lula economiza R$ 2,2 bilhões com pregão eletrônico

O candidato tucano tem alardeado aos quatro cantos que, se eleito, vai cortar gastos através de compras eletrônicas. Ao contrário do seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, cujo desempenho no campo das compras eletrônicas foi inexpressivo, o governo do presidente Lula já economizou R$ 2,2 bilhões com licitações realizadas através de pregão eletrônico. Enquanto no final de 2002 esta modalidade de aquisição de produtos representava apenas R$ 70,4 milhões. Com Lula, nos últimos nove meses já atingiram R$ 3,1 bilhões, 46% do total do que é adquirido pelo governo federal, o que possibilitou uma economia de R$ 693 milhões aos cofres públicos só este ano.

O pregão eletrônico amplia o leque de empresas que participam das licitações públicas, uma vez que não é necessária a presença física de representante do licitante. Com o estímulo à concorrência é comum a participação de empresas de diversos estados do país. Na avaliação de Paulo Bernardo, ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), o modelo é o mais eficaz para economizar e fechar o ralo do desvio de verbas públicas.

Segundo o ministro, a eficiência do pregão vem contribuindo para consolidar sua posição diante das demais modalidades de compras governamentais e a adesão ao sistema cresce ano a ano. O pregão eletrônico é uma modalidade de compra realizada via Internet. No governo, pode ser feito através do portal Comprasnet, do MPOG, ou diretamente pelos sistemas específicos dos órgãos públicos. A modalidade de compras possibilita a disputa através de lances dos fornecedores, cujo vencedor é aquele que oferece o menor preço. A sua destinação principal é a contratação de bens e serviços comuns, como livros didáticos, equipamentos de informática e materiais de escritório. Não há limites de valor para licitação por pregão eletrônico.

A obrigatoriedade no uso do leilão em repasses voluntários da União para municípios, estados e entidades privadas, a partir da publicação do Decreto 5.504, de 5 de agosto de 2005 triplicou o total de órgãos que utilizam o pregão eletrônico em todo o país. A partir dessa data, mais de 240 órgãos públicos estaduais, municipais e federais aderiram ao sistema.

Os órgãos poderão utilizar seus próprios sistemas de pregão eletrônico ou de terceiros, bem como solicitar ao Ministério do Planejamento a utilização gratuita do sistema federal. Para facilitar a adesão para a utilização do sistema federal, no ano passado o governo editou uma portaria que diminuiu o tempo médio dos procedimentos de adesão. Passou de dois meses, em média, para cerca de 20 dias.

Abaixo assinado

Atenção cidadãos brasileiros e militantes pela democracia em todo o mundo. A lisura das eleições no Brasil está sendo ameaçada! O Primeiro golpe contra Lula já foi dado: uma fraude midiática levou a eleição ao 2o turno. A mídia prepara um novo golpe?

Uma mídia totalitária, digna representante das elites preconceituosas e excludentes de nosso país, conseguiu levar o seu candidato para o segundo turno e, agora, está se preparando para dar o golpe final!. A reportagem da revista Carta Capital nº 415 não deixa dúvida.

A "Trama que levou ao segundo turno" tem nomes e sobrenomes. Os jornalistas ali mencionados não obtiveram uma informação: foram convocados para receber uma informação. Eles não revelaram o que sabiam: foram chamados à Polícia Federal por equipes da campanha de Serra e Alckmin porque o delegado da Polícia Federal Edmilson Pereira Bruno queria lhes entregar fotografias de uma montanha de dinheiro, dizendo tratar-se de dinheiro para comprar um dossiê anti-Serra (seria mesmo?), mas lhes pedindo que informassem ao distinto público terem sido as fotos "roubadas" da mesa de trabalho do delegado. E eles, aqueles jornalistas, assim o fizeram. Eles mentiram sabendo que mentiam.

Eles mentiram (sequer investigaram se a dinheirama estaria mesmo relacionada ao caso do "dossiê") sabendo que o objetivo daquele falso "furo" era tão somente ampliar a histeria moralista anti-Lula que pudesse levar as eleições para o segundo turno. Eles coonestaram um ato de prevaricação de um funcionário público e enganaram conscientemente os seus leitores bem como a audiência dos jornais de TV. A campanha falsamente moral da mídia é totalitária e tem um objetivo nítido e anti-democrático: desmontar a vontade popular ou, em segunda instância, inviabilizar a posse do presidente Lula.

Mas seriam os que participaram desta trama os únicos mentirosos? Pelo que se lê diariamente nos jornais e revistas tem se a impressão que quase toda uma categoria profissional, por ação ou omissão, ressalvadas exceções como a Carta Capital, coonesta e participa desta dinâmica que golpeia a democracia sistematicamente. Fieis aos donos do poder de sempre, porta-vozes dos negócios de sempre, colocam-se, com seus patrões, contra o poder da verdade: a vasta mobilização popular para a reeleição de Lula e o aprofundamento das realizações de seu governo. Mas certamente não faltam jornalistas indignados com o que está acontecendo. Os democratas do Brasil esperam destes jornalistas que se posicionem contra o golpe midiático que se arma contra a vontade que haverá de sair das urnas no próximo dia 29.

É preciso barrar a lógica hipócrita da verdade dos donos do poder. Se para eles a quebra do sigilo do caseiro é um crime; a entrega ilegal das fotos do dinheiro por um policial constitui um ato cívico. A verdade dos donos do poder constitui a própria efetivação de seu poder econômico. Sua dimensão escandalosamente totalitária teria envergonhado até a propaganda stalinista. Uma verdade que, com sua violência, nada tem a ver com o poder da verdade: ou seja com as dimensões éticas do único governo de nosso país que, ao mesmo tempo em que realizava consistentes políticas de distribuição de renda, atuou contra as velhas quadrilhas enquistadas no Estado brasileiro e contra a elite sonegadora.

Hoje, nas vésperas do segundo turno e diante do desespero de um candidato oposicionista fabricado e sem proposta nenhuma, as corporações de comunicação não param de anunciar, como num filme de terror, uma nova tentativa de golpe: "só um novo escândalo derruba Lula, só um novo escândalo impede a vitória de Lula, quando será, onde?"

Os cidadãos, eleitores e defensores do governo e da candidatura Lula vivem permanentemente sob uma ameaça ao mesmo tempo desconhecida e concreta. Sob este regime de terror, são criminalizados porque defendem as realizações do presidente e de seu governo, e as perspectivas de aprofundá-las nos próximos 4 anos.

A mídia da elite preconceituosa mente, sua verdade é aquela do poder de sempre: miséria, desigualdade, violência, trabalho escravo e subserviência aos interesses imperiais.
Um novo golpe se anuncia?!

Alertamos os democratas de todo o mundo, para a importância da reeleição de Lula para as lutas dos pobres de todo o mundo, e para a campanha golpista e fraudulenta que as corporações de comunicação e os partidos de oposição estão fazendo para impedir essa reeleição.

Chamamos todos os cidadãos democratas do Brasil para saírem às ruas para defender a reeleição de Lula, garantir a sua posse e as condições para que ele governe e aprofunde o seu programa de governo.

Mandem suas assinatura a Rodrigo Gueron.

Assinam:
Marilena Chauí (USP)
Ivana Bentes (UFRJ)
Giuseppe Cocco(UFRJ)
João Carlos Ferreira Filho (PUC-SP)
Vinicius A. de Lima (UNB)
Peter Paul Pelbart ( PUC-SP)
Marcos Dantas(PUC-Rio)
Rodrigo Guéron (UERJ)
Tatiana Roque(UFRJ)
José Roberto Novaes (IE-UFRJ)
Adriano Pilatti ( PUC-Rio)
Francisco Guimarães(PUC-Rio)
Cecília Teixeira SoaresAlexandre do Nascimento (PVNC).
Fernando Santoro (UFRJ)
Marcelo Backes (escritor)
Barbara Szaniecki (designer - Rio)

Alckmin é arrasado no debate da Record

por Miguel do Rosário

Por ocasião do primeiro debate, fui bem franco acerca de minhas impressões. Relatei aqui o que achei serem várias deficiências na participação de Lula. A imprensa corporativa, fortemente engajada na candidatura tucana, denunciaram o que seria a incapacidade de Lula para o "embate político" direto. Afirmavam que Alckmin teria inflingido uma grande derrota à Lula naquele debate.

As pesquisas indicaram outra coisa. Depois do debate, as intenções de voto em Alckmin cairam brutalmente.

Sugeriram que ele mudasse o figurino no segundo debate. Mudou. Entrou um Alckmin mansinho, propositivo.

Entretanto, a partir do segundo debate, Lula já estava bem mais seguro, bem mais preparado. Como se diz, os marketeiros de Alckmin haviam esquecido de combinar com os russos, e o tucano prosseguiu seu bucólico passeio ladeira abaixo.

Neste terceiro debate, dia 23, segunda-feira, na rede Record, Lula jogou o punhado de terra que faltava para enterrar de vez a candidatura de Geraldo Alckmin à presidência da República.
Noblat, blogueiro do Estadão, opinou o seguinte:


"Um fala para o povão - e fala cada vez mais a vontade à medida que está perto de se reeleger.O outro fala para os mais bem informados - sem emoção, mas com objetividade e argúcia.Como é o povão que decide, Lula vai bem. Para seus eleitores, Alckmim vai melhor do que foi no debate do SBT."

Acho que, desta vez, Noblat forçou a barra. Alckmin foi horrível. Parecia um papagaio louco, repetindo as mesmas coisas, com as mesmas palavras, a mesma entonação. O robô deu pane.

"Olha, vou falar para o telespectador, é importante que vocês vejam a diferença. "

Objetividade e argúcia têm Noblat, que sabe muito bem como agradar seus patrões.
Neste debate, Lula conseguiu desmascarar Alckmin, principalmente nas questões relativas à política externa. Alckmin se mostou desinformado e incoerente. Falou que iria privilegiar mercado e não ideologia na política externa, mas seu discurso sinalizou uma atitude oposta. Eleito, Alckmin irá, ele sim, ideologizar a nossa política externa, ao impor uma agenda de direita, americanófila, isolando-nos do resto da América do Sul. Fez um discurso agressivo contra a Bolívia. Levantou o nacionalismo mais rasteiro e oportunista. "Vamos defender o Brasil, o interesse nacional". Como se a defesa de nossos vizinhos não acarretasse em benefícios econômicos para o Brasil. É a direita mais burra e retrógrada. O Brasil aumentou mais de 200% suas exportações para o Mercosul, lembrou Lula, e se tornou nosso principal mercado comprador. Esse é fracasso do Mercosul?


Alckmin defendeu uma relação preferencial do Brasil com os Estados Unidos, falando que os EUA são uma economia aberta, que compra manufaturados. É, pode ser.

Em primeiro lugar, a política de Lula não é hostil aos EUA. O Brasil tem relações perfeitamente amigáveis com os EUA, que respeitam a nova postura altiva da política externa brasileira. Altivez que não é retórica. O Brasil fechou parcerias importantes com China, Índia, Oriente Médio, União Européia e, repito, exporta mais para o Mercosul que para os EUA. Ou seja, o Brasil é respeitado pelos EUA porque superou sua dependência.

O pagamento da dívida com o FMI foi outro ato simbólico. Por oito anos, o governo tucano humilhou o povo brasileiro com suas idas constantes aos EUA para pedir dinheiro emprestado, e aceitando uma agenda econômica imposta pelo credor. Pedir emprestado ao FMI é choque de gestão?

A estabilidade econômica do governo Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, tão louvada pelos colunistas conservadores de hoje e outrora, foi adquirida às custas de brutal endividamento público, aumento da carga tributária, imposição de juros estratosféricos, enxugamento do crédito, arrochos salariais para o funcionalismo público, privatização do patrimônio público, pouco investimento social. Desemprego.

Estabilidade de moribundo, isso sim.

A estabilidade econômica de Lula está sendo consolidada de maneira bem diferente: interrompeu o processo de privatização, valorizou estatais, aumentou salário do funcionalismo público, aumentou o salário mínimo e as aposentadorias. Fez cair os juros, agora em seu momento mais baixo da história. Pagou a dívida externa e reduziu a dívida pública interna.
E investiu, como nenhum outro governo, em políticas sociais.


Aliás, quando Alckmin fala que Lula só mudou o nome de programas sociais anteriores, unificando-os sob o nome Bolsa Famíia, está tentando, é claro, vender seu peixe. É triste, porém, ver jornalistas comprando esse lambarizinho podre.

Um programa social não se mede pelo nome que tem, mas pela quantidade de verba que recebe. O governo Lula foi o primeiro a alocar, de maneira ousada, um volume expressivo de recursos para os programas sociais. Os jornalistas que esquecem disso são desonestos. O que importa aqui é a quantidade de recursos e o número de pessoas atendidas. Isso é real. Isso afeta a vida as pessoas.

No debate, Alckmin mostrou-se incoerente. Reclamou do pagamento dos juros, esquecendo que é ele o candidato que mais reza a oração da "segurança jurídica". Ora, todo mundo sabe que, se o Brasil tem que sangrar recursos bilionários no pagamento de juros da dívida, devemos isso ao senhor Fernando Henrique Cardoso, que entregou um governo endividado, e com contratos a serem cumpridos. Alckmin quer que Lula descumpra os contratos? É um incoerente. E deve nos achar uns idiotas, ao pensar que acreditamos que, neste ponto, ele faria diferente. Pior, toca nesse tema para, de maneira vil e oportunista, atacar o veto que Lula deu ao aumento de 16% aos aposentados que ganham mais de 1 salário mínimo. Ora, acompanhamos esse assunto pela imprensa. Vimos Antonio Carlos Magalhaes e outros próceres do PFL brigando por esse aumento, só para obrigar Lula a vetá-lo, pois já tinha dado aumento de 5% acima da inflação, de acordo com uma negociação justa com os sindicatos e associações de aposentados. A intenção era eleitoral. Reflete uma grande irresponsabilidade política e fiscal. Por que Alckmin não deu, então, aumento para seu próprio funcionalismo público, quando era governador? Por ocasião da crise da segurança pública em São Paulo, vimos que o policial paulista é um dos que ganha menos em todo país, apesar do estado ser o mais rico da nação.

Alckmin é um hipócrita, um demagogo, um representante do que há de pior na política nacional. Não sei como a imprensa tem a cara de pau de defender um candidato desse.
O tucano também se ferrou bonito quando tentou fazer o telespectador acreditar que Lula prejudicou o nordeste. Ficou óbvio que Alckmin, que tem desempenho pífio no nordeste, tentou ganhou alguns votos. Perdeu. Desinformado e mau intencionado como sempre, omitiu que o nordeste vem crescendo a um ritmo "chinês", sobretudo os segmentos mais pobres.
Falando em crescimento, abordemos esse tema em profundidade. Uma das maiores críticas da campanha presidencial tucana é que o Brasil cresceu pouco. Só 2% ao ano, acusa Alckmin. Ora, em primeiro lugar, durante a gestão tucana, o crescimento foi bem pior. Em segundo, parte do obstáculo ao crescimento está no próprio golpismo da oposição, incluindo aí donos de jornais, que quase paralisaram o país com a espetacularização de crises políticas. Em terceiro lugar, é preciso avaliar o que cresceu e o que cresceu pouco. Os segmentos pobres da população tiveram um crescimento bem superior a 2%, o que levou milhões a saírem da miséria, outros milhões a ingressarem na classe média, e outros milhões (mais especificamente 7,5 milhões) a arrumarem um emprego.


Lula é o candidato que possui maior apoio político de governadores, prefeitos, presidentes de outros países, intelectuais, artistas, movimentos sociais, centrais sindicais. Conseguiu, às duras penas, ganhar o PMDB, agora o maior partido do Congresso Nacional. Só não tem apoio da mídia corporativa, dominada por meia dúzia de famílias golpistas, que temem, com razão, perder os privilégios que possuem há décadas.

Aí entramos no tema proposto pelo grande jornalista Bob Fernandes, que participou do debate de ontem na Record. Só mesmo Bob para fazer uma pergunta desse quilate. Lula, de início, se esquivou, pois o assunto, de fato, é extremamente delicado. Mas deu uma boa resposta, lembrando que a TV digital deverá alterar relações de poder na mídia televisiva e, nos comentários - depois de Alckmin, virtualmente, disperdiçar seu tempo para não dizer nada - fez observações ácidas sobre os monopólios dos canais de tv em mãos de poucas famílias.
Alckmin nada falou de relevante sobre o tema.


Por fim, nas considerações finais, Alckmin gastou seus 2 minutos com um discurso vazio, bem ao estilo picolé de chuchu, sem emoção, sem conteúdo, no mesmo tom e com o mesmo vocabulário usado ao longo do debate.

Lula, por sua vez, fez um discurso emocionando, autêntico, tocando, pela primeira vez, num ponto sensível: que nunca um presidente foi tão perseguido pela mídia, pelas elites e pela oposição. O que não disse, porque não precisava dizer, é que, enquanto os outros perseguidos se suicidaram (Vargas), não elegeram sucessores (JK) ou foram apeados do poder pelos golpistas (Jango), ele deverá se eleger com uma votação monstruosa, em meio a um governo com aprovação popular em níveis recordes.

Mas não fiquem tristes, tucanos. Com Lula, o Brasil será melhor para todos, inclusive para vocês.

Midiatrix

Imagine um mundo onde tudo aquilo que você vê e ouve é filtrado pela televisão.

Imagine um mundo onde aquilo que você conhece por realidade é uma narrativa construída por pessoas que não tem a mínima idéia de quem sejam.

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Este mundo é Midiatrix e já pode ser conhecido através do Youtube. Ao final, uma revelação incrível serve como advertência para os riscos que esse mundo representa. Você pode se transformar em algo que não vai gostar. Clique AQUI para ver.

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A Suécia também é Lula

"Aqui na Suécia, o Lula é admirado justamente por ser oriundo da classe operária e de ter conseguido superar-se chegando a ser o primeiro mandatário da Nação. No Brasil parece ser exatamente o contrário: para ser admirado é necessário ser de "boa familha" e ter feito faculdade, que nem o Collor! Não importa que seja um ladrão, que nem o Maluf. Em menos de 4 anos exigem que o Lula cure todas as doenças do Brasil, que acabe com a corrupção que impera no país desde tempos imemoriais, em menos de 4 anos! Aqui na Europa achamos que ele fez muito mais do que qualquer governo anterior. A economia melhora a cada dia. O real é seguro e objeto de compra na bolsa de valores da Suécia. No Brasil estão estabelecidas nada menos do que 119 grandes empresas suecas, sendo que São Paulo é considerada a terceira cidade industrial da Suécia, portanto os suecos sabem do que estão falando, quando dizem que o Brasil melhorou muito durante o governo de Lula. Agora querem impingir-nos um discípulo do Opus Dei (mais conhecido como picolé de chuchu) representante da oligarquia e das forças mais retrógradas da sociedade brasileira. Um homem que pretende seguir a política de venda do que é nosso, do que finalmente nos resta (depois da luta de Getúlio Vargas para manter o petróleo brasileiro em mãos dos brasileiros) e acabar com o progresso a duras penas conseguido. Que é isso gente? "

Guilem Rodrigues da Silva, por email
site:
http://guilem.blogspot.com/

Breve histórico de Guilem Rodrigues da Silva
- Natural de Rio Grande, RS, Brasil.
- Em 1964, depois do golpe militar, exila-se no Uruguai e em 1966 emigra para a Suécia.
- Forma-se filólogo pela Universidade de Lund, Suécia, com especialização em Línguas Neolatinas.
- Casa-se com uma integrante da nobreza sueca, sobrinha da dama de companhia da Rainha Silvia, com quem tem dois filhos.
- É o autor de um compêndio de língua portuguesa para suecos que é usado nas escolas. Está atualmente trabalhando em outro livro para o desenvolvimento do ensino da língua portuguesa na Suécia.
- Tem publicados oito livros de poesia. É bem conhecido no setor cultural sueco, tendo recebido vários prêmios literários lá.
- É o presidente da Associação de Escritores do Sul da Suécia, desde 1989, tendo sido o primeiro estrangeiro (e até agora único) a presidi-la.
- Foi o primeiro brasileiro a ser eleito vereador na Suécia. Elegeu-se pelo Partido Verde, por três vezes.
- Foi eleito juiz, função que desempenha atualmente em Segunda Instância.
- Reside em Lund, uma cidade universitária, das mais antigas da Escandinávia, fundada no ano 990. Esta cidade é vizinha à cidade de Malmö, a terceira cidade industrial da Suécia, onde exerce suas funções de juiz.Nestas duas cidades vivem aproximadamente 300 brasileiros(as) .
- Ajudou perseguidos políticos a exilarem-se, recebendo-os em sua casa e auxiliando-os a estabelecerem-se na Suécia.
- Tem oito filhos, todos cidadãos suecos ou com dupla cidadania.


Fonte:http://jeanscharlau.blogspot.com/

Filha de Alckmin trabalhou em quadrilha internacional de contrabando

por Eduardo Guimarães

A edição da revista Veja do último fim de semana requentou acusação contra Fábio Luiz Lula da Silva, filho do presidente Lula, acusando-o de ter usado o fato de ser filho de quem é para beneficiar a empresa Telemar, com quem se associou.

É escandaloso como a imprensa usa dois pesos e duas medidas em relação aos filhos de Lula e de Alckmin, porque a filha do tucano, Sofia Alckmin, na carreira meteórica que fez na mega boutique de luxo Daslu, qualificada pelo Ministério Público de “organização criminosa”, passou de vendedora a diretora de novos negócios em pouquíssimo tempo, talvez porque em 2005 foi recebida com outros representantes da loja na secretaria da Fazenda do Estado (quando Alckmin ainda era governador) para apresentar pleitos de seus empregadores. Vale dizer que essa secretaria jamais havia desconfiado das escandalosas operações ilegais da empresa...

Por que será que fatos como esse não ganham destaque na imprensa, mas suposições sobre o filho de Lula ganham? Quem adivinhar, ganha uma fivela Chanel para cabelo de mulher que é vendida na Daslu ao preço de uns US$ 400.

Aliado de Alckmin confirma o uso político de verbas da Nossa Caixa

Afanasio Jazadi, deputado estadual e vice-líder do PFL paulista, protocolou junto ao Ministério Público do Estado de São Paulo um documento confirmando o uso político da gestão de Geraldo Alckmin nas contratações publicitárias do Poder Executivo e da Nossa Caixa em particular.
Segundo o texto do parlamentar, datado de 5 de outubro, mesmo tendo horário de maior audiência na Rádio Trianon, o governo de São Paulo não anunciava em seu programa, mas escolhia outras opções da grade da emissora, com audiências muito inferiores.


A declaração é mais um capítulo das inúmeras irregularidades detectadas no banco Nossa Caixa, que envolvem repasses de R$ 43,8 milhões sem contrato no período de dois anos para as agências de publicidade Colucci & Associados Propaganda Ltda e Full Jazz Comunicação e Propaganda Ltda.

Também há indícios de favorecimento a parlamentares e empresas jornalísticas indicadas por deputados aliados ao candidato Alckmin.

Uma das empresas beneficiadas, segundo matéria do jornal Folha de São Paulo, publicada em março de ano, foi a extinta revista "Primeira Leitura", de propriedade de Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações e ex-presidente do BNDES, no governo Fernando Henrique Cardoso.

Apesar de o Ministério Público Estadual estar investigando o caso há oito meses sem apresentar qualquer resultado, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE) já considerou como "irregularidade gravíssima" a utilização de verba pública sem licitação.

As suspeitas de direcionamento dos recursos de publicidade pelo Palácio dos Bandeirantes para deputados estaduais também estão na mira do Ministério Público.

Denúncias contra o PCCDe acordo com Jazadi, o direcionamento das verbas sempre foi político no governo de Alckmin. Ele pontua que, apesar de ser de um partido da mesma coligação que o PSDB no governo paulista, era um crítico de sua política de segurança pública, denunciando a formação e o domínio do PCC no sistema prisional do estado.

Jazadi declara ao procurador de São Paulo, Rodrigo Pinho, estranhar que as veiculações publicitárias da Nossa Caixa se dessem apenas nos horários dos demais programas e não no seu. Ele reclama sequer ser contemplado "em campanhas de vacinação e outras de utilidade pública".
As ingerências políticas da publicidade da Nossa Caixa foram motivo de propostas de CPIs na Assembléia do estado, todas abortadas pela maioria governista, desconsiderando, inclusive, o parecer do TCE.


Os membros do Tribunal foram claros em sentenciar que houve "desvio de finalidade" na veiculação de anúncios do banco estatal e benefício de determinadas empresas jornalísticas. O Tribunal de Contas também responsabilizou a diretoria da Nossa Caixa pela desobediência da Lei de Licitações.

Serviços milionários sem contratosAs principais denúncias sobre o caso dão conta de dois contratos firmados pela instituição em março de 2002 com a Colucci & Associados Propaganda - de R$ 12 milhões - e a Full Jazz Comunicação e Propaganda - de R$ 16 milhões. Ambos terminaram em um ano, em setembro de 2003. A partir de então os serviços continuaram a ser prestados de forma irregular, envolvendo verbas de dezenas de milhares de reais.
A prestação de contas desses valores pela Nossa Caixa foi palco de informações oficiais desencontradas e desmentidos públicos. O promotor de Justiça e da Cidadania Sérgio Turra Sobrane apurou um valor de R$ 54,92 milhões usados entre 2003 e 2004, período sem contrato. Segundo ele, dos 278 pagamentos às duas agências que analisou foram registradas irregularidades em 255 operações.


Na tentativa de desmentir esses números o próprio presidente do banco, Carlos Eduardo Monteiro, alegou à Folha de São Paulo em 30 de dezembro de 2005 que os gastos no período foram de R$ 43,8 milhões, um adicional de 56,4%, muito superior aos 25% de acréscimos permitidos em contratos dessa natureza.

"Erro formal"O candidato Alckmin tem afirmado para a imprensa que os milhões gastos sem licitação não passariam de um "erro formal". No entanto, assim que a denúncia se tornou pública, Roger Ferreira, seu homem forte na comunicação, caiu. Como assessor especial de Alckmin, Roger tinha trânsito livre em todos os gabinetes do Palácio dos Bandeirantes, inclusive no do ex-governador.

Cotravenções e um polpudo contrachequeO assessor especial de Comunicação do governo do Estado, Roger Ferreira, atuou nas equipes de marketing das campanhas presidenciais de Fernando Henrique Cardoso e José Serra. Foi chefe da Assessoria de Comunicação da Caixa Econômica Federal, entre 1999 e 2002, na gestão de Valdery Frota de Albuquerque, que o levou para assessorá-lo na Nossa Caixa.

Antes de trabalhar com Alckmin no Palácio dos Bandeirantes, Ferreira foi assessor da presidência da Nossa Caixa, entre março e outubro de 2003. Segundo denúncia da Folha de S.Paulo, publicada em 26 de março, Ferreira recebia R$ 17 mil mensais, salário superior ao do presidente do banco.

Estranhamente, o profissional foi contratado pela mesma agência Full Jazz, empresa cujos serviços deveria controlar. A agência pagava a Ferreira, que fornecia nota fiscal da RF Produções e Editora, com sede em São Lourenço da Serra (SP). Ainda segundo o jornal, a Full Jazz cobrava da Nossa Caixa os serviços de Ferreira, com acréscimo de 10% a título de honorários.

segunda-feira, outubro 23, 2006

Quadrilha tucana

Maneco relembra alguns episódios que marcam a trajetória de Eliseu Padilha, homem forte da campanha de Alckmin e Yeda no RS: “O deputado federal do PMDB, Eliseu Padilha, é o todo-poderoso da campanha de Alckmin no Estado. Mas Padilha adora o poder e neste final de semana passou também a dar as cartas na campanha de Yeda para o governo do Estado.

O jornal Zero Hora de hoje registra que, no final de semana, qualquer pergunta feita aos assessores da tucanada tinha sempre a mesma resposta: o Padilha que sabe. Sabe tanto que, apesar de ser acusado de receber propinas de mais de 122 milhões de reais ao tempo em que estava no Ministério dos Transportes (a ponto de ter sido chamado de ‘Eliseu Quadrilha’ pelo senador Antônio Carlos Magalhães, PFL-BA), transita como se contra ele nada houvesse e ainda denuncia a ‘falência ética’ do PT”.

“Dá para imaginar o que a mídia local faria se uma acusação dessas pesasse sobre um deputado do PT. Com tanta influência, seria de supor que tais acusações partiram de algum desafeto político. Mas não, as acusações contra Padilha partiram de procuradores do próprio Ministério dos Transportes e do Ministério Público. O esquema que, segundo tais denúncias, estaria ligado a um caixa dois do PMDB palaciano à época de FHC, envolveria movimentação de milhões de dólares em contas no exterior, super-doleiros e até um carro Toyota para a esposa do deputado que, segundo denúncia feita pelo Ministério Público, teria sido produto do pagamento de propina. Padilha foi acusado pelo Ministério Público e pela Corregedoria da Advocacia Geral da União de ter desviado pelo menos 122 milhões de reais dos cofres públicos enquanto esteve a frente do Ministério dos Transportes”.

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Não troco o sincero pelo mentiroso....

Não troco o certo pelo duvidoso - Parte II

Não troco o certo pelo duvidoso

Zeraldo

Declaração de Gilberto Gil

"O Ministério da Cultura foi, na cultura, a cara do governo Lula, este governo que, por sua vez, tem a cara do Brasil e dos brasileiros."

"Este governo resgatou o Ministério da Cultura da inoperância, do isolamento e do elitismo em que se achava. O papel do MinC foi revisto, assim como sua estrutura e orçamento. O MinC ganhou um protagonismo inédito e ampliou o seu campo de atuação, incluindo as questões centrais da cultura na agenda do governo e da sociedade brasileira."

"O governo Lula dobrou os recursos orçamentários do MinC e das leis de incentivo, democratizou o acesso e criou novas formas de financiamento. Os investimentos em cultura bateram recordes históricos em todas as regiões do país e em todos os segmentos culturais. Hoje, temos um ministério que formula e realiza políticas públicas efetivas de estímulo à cultura e que trata a cultura como um agente do desenvolvimento do Brasil."

"Uma das grandes inovações do MinC foi tratar as atividades culturais também como atividades econômicas. O vigor, a diversidade e a alta qualidade de nossa produção cultural confirmam a vocação do Brasil para tornar a economia da cultura um dos motores do nosso desenvolvimento. Atualmente, a cultura já responde por 5% dos empregos formais do País e estima-se que represente 5% do PIB nacional."

"Por isso, e pelo sem-número de avanços e conquistas em outras áreas, Lula merece o segundo mandato. Fomos ambiciosos e fizemos a primeira colheita. Mas podemos ir além. Devemos transformar as mudanças em curso no mundo em oportunidades de desenvolvimento. Nossa cultura é o que legitima o direito de propriedade sobre o território que habitamos. O MinC foi, na cultura, a cara do governo Lula, este governo que, por sua vez, tem a cara do Brasil e dos brasileiros. Lula é muitos! Vamos à luta!"

Gilberto Gil é cantor, compositor e ministro da Cultura do governo Lula. O texto acima é composto por trechos de pronunciamento feito no Rio de Janeiro, no dia 18 de outubro, em encontro de artistas e intelectuais em apoio à reeleição do presidente Lula.


(Leia a íntegra do pronunciamento).

http://rededalegalidade.blog.uol.com.br/


Tucanos mentem. A História prova.

por André Cintra - O Vermelho

O presidenciável Geraldo Alckmin jura, sob qualquer preço, que não privatizará nenhuma empresa estatal. Essa mesma estratégia já foi adotada pelo PSDB, há 12 anos, nas eleições para o governo paulista. Para atrair votos do funcionalismo, os tucanos se comprometeram, por escrito, a não vender o patrimônio público.

O Vermelho teve acesso a uma dessas cartas, endereçadas a funcionários do Banespa em 4 de novembro de 1994.
Alckmin segue o pior da trilha de Covas
No documento (foto), o então candidato do PSDB a governador, Mário Covas, promete "resgatar a grandeza e a tradição do Banespa, bem como a dignidade de seus funcionários".

O texto também revela uma suposta intenção tucana de transformar o banco "novamente na principal fonte de recursos para o desenvolvimento econômico e tecnológico do Estado (de São Paulo)".

Palavra de tucano! A carta-compromisso foi enviada a todos os banespianos - na época, o banco tinha 36 mil trabalhadores. (Clique aqui para ver uma reprodução maior do documento)

Covas venceu o pleito e, apesar da promessa, incumbiu seu vice de chefiar um aceleradíssimo processo de privatizações. O vice era justamente Alckmin, que liderou, por anos, o chamado PED (Programa Estadual de Desestatização). Em vez de recolocar o Banespa a serviço do crescimento paulista, o PSDB - com Alckmin à frente - partiu para a privataria. De cara, decretou "estado de intervenção" no banco, para depois federalizá-lo. Em 2000, num leilão repleto de irregularidades, o Banespa foi vendido aos espanhóis do Santander.

Os próprios funcionários do banco não esquecem a traição tucana, como revela uma carta de Airton Góes, publicada na última terça-feira (17/10), na Folha de S.Paulo. Airton põe sob suspeita o discurso de Alckmin neste segundo turno:
"Se nem Mario Covas, de longe o melhor de todos os tucanos, conseguiu cumprir sua palavra, imagine então se Alckmin, que liderou o processo de privatização em São Paulo, irá manter a promessa de não vender as poucas empresas federais que restaram do governo FHC".

www.vermelho.org.br

Telegangue

A Telemar (Tele Norte Leste) foi adquirida por Tasso Jeiressati através de seu irmão Carlos Jeireissati (foto) com dinheiro público financiado pelo BNDES e por fundos de pensões comandadas por Daniel Dantas Banco Opportunity (afilhado político de Antonio Carlos Magalhães).

Qual interesse Tasso presidente do PSDB tinha em comprar a empresa do filho de Lula?

Lulinha tinha uma empresa de análise de jogos de vídeo game, que tinha um programa na TV que dava mais audiência que a MTV.Afinal a Telemar graças ao FHC é uma empresa privada, não há nenhum ato irregular.

O misterioso empresário Carlos Francisco Jereissati, sai da sombra e conta como fez um dos maiores impérios do brasil. Leia a matéria completa clicando aqui.

http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com/

Revista Época inconformada


Revista Época dessa semana pergunta: "O jogo acabou?Por que o candidato Geraldo Alckmin perdeu o fôlego no final da campanha eleitoral?"

Mas a pergunta poderia ser: "Aonde foi que erramos? Por que nossa campanha anti-Lula não deu certo?"

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG75574-6009-440,00.html

João

CAMPANHA: "Queime uma Veja na calçada pelo bem do Brasil"

Nos anos 60, logo após ao golpe, inventaram uma maracutaia que tinha o seguinte slogan: "Doe ouro para o bem do Brasil".

O incauto doava sua aliança de casado, sua correntinha, seu relógio, o broche da sua mulher...para ajudar ao país a pagar a dívida externa. Pura malandragem. Agora às portas de um novo golpe sugiro uma campanha bem mais ligth: "Queime uma Veja na calçada pelo bem do Brasil".

O cidadão vai a banca, pacificamente compra o seu exemplar, acende um isqueiro e queima a revista no cantinho do meio-fio (guia) sem perigo para os pedrestres. Aí, registra o ato tirando uma foto e publicando na internet. Você certamente se sentirá mais saudável.

Nelson Perez - Jornalista e editor do
blog Bué de Bocas

Veja já bota fogo na verdade factual faz tempo.

Façamos o mesmo com ela.

João

Manipulação da informação também no Sul

Lula e Alckmin estiveram no Rio Grande do Sul, sábado. Participaram de várias atividades de campanha de suas candidaturas. A cobertura do jornal Zero Hora, nesta segunda, foi a seguinte:

Alckmin ganhou a manchete, uma entrevista exclusiva cujo título é “Invasão cria insegurança jurídica e atrapalha investimento e emprego” (entrevista de mais de quatro páginas em um dia em que o jornal tem um de seus maiores índices de leitura, senão o maior), 5 páginas de cobertura ao todo, 7 fotos.

Já Lula ganhou uma pequena linha na capa chamando para uma entrevista na próxima quinta-feira, menos de uma página de cobertura (somando-se as notas dispersas por várias páginas) e 3 fotos, sendo que, em uma delas, aparece ao lado de Alckmin.

Contando a capa, Zero Hora dedica 16 páginas à cobertura das eleições. Das manchetes dessas páginas, 8 são favoráveis a Alckmin ou contra Lula.

Além disso, na página de opinião, há um artigo do ex-senador Paulo Brossard contra a reeleição e crítico ao governo Lula. A única matéria negativa para os tucanos registra em tom sóbrio: “Abel Pereira depõe hoje”. Quando o alvo da investigação da Polícia Federal é alguém ligado ao governo federal o nome de Lula vai para o título da matéria: “Ligações de assessor revelam que Lula sabia, diz oposição”.

Já o Correio do Povo optou por uma cobertura equilibrada na distribuição de textos, fotos e manchetes. O destaque de capa é neutro: “Lula e Alckmin elevam tom das críticas”, com fotos dos dois candidatos em tamanho igual.


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O Globo também mente

por Nirlando Beirão - Carta Capital

O jornal O Globo, que como se sabe aderiu ao golpe, publicou foto em sua seção Eleições 2006 mostrando Lula e sua “nova jóia”, um relógio Cartier.


A patrulha dos badulaques jamais se interessou em checar a origem das abotoaduras de Fernando Henrique Cardoso ou em verificar se os ternos de Geraldo Alckmin procedem, como parece, da Daslu.

Os tucanos são homens de reconhecido bom gosto. Mas um operário a bordo de um Cartier, aí já é um insulto, um desaforo. Tem gente que até hoje ridiculariza o fato de o presidente-metalúrgico usar gravata.

Não há nada de mau em possuir um Cartier. De todo modo, o jornal errou. A marca do relógio de Lula é Amsterdam Sauer, nacional, e o modelo é um Notlim preto. Dá para comprar em seis prestações de 265 reais. O mais baratinho dos Cartier, 20 vezes o que custa o Notlim, deve caber no orçamento de quem editou a página, funcionário prestativo, mas não cabe no de um ex-peão de fábrica.

Uma funcionária da Amsterdan Sauder pediu ao jornal o justo crédito. Por ora, nada. O Globo, em recaída golpista, precisava dizer que Lula tem um Cartier, mesmo que não tenha.

KAMEL NÃO É EVANDRO

por Paulo Henrique Amorim

O que o Jornal Nacional fez na edição na véspera do 1º. Turno – quando ignorou a queda do avião da Gol e se concentrou em dar noticias contra o Presidente Lula – foi mais do que o tradicional “padrão Globo” de qualidade: um jornalismo parcial, militante, anti-trabalhista.
O que vem de longe.

A/O Globo ajudou a derrubar Vargas.

Tentou derrubar JK (mini-série, como se sabe, não é documento histórico).

Ajudou a derrubar Jango.

Foi o porta-voz dos “anos militares” (*).

Lutou contra Brizola.

Sempre foi contra Lula.

Quando Roberto Marinho mandava, era proibido ter “sobe som” do Lula, durante as campanhas presidenciais. Se Lula falasse swahili, o publico não saberia. Fora das campanhas, Lula só aparecia em situações que o prejudicassem.

A edição do Jornal Nacional da véspera da eleição foi uma intervenção no processo político muito mais profunda do que a edição do Jornal Nacional na véspera do segundo turno, que elegeu Collor.

A mídia – com a Globo à frente – levou a eleição para o segundo turno, é o que demonstra, com números, Marcos Coimbra, do Vox Populi, na edição da Carta Capital que está nas bancas.
E na entrevista que me concedeu, aqui, no IG: clique aqui para ler.

O que o Jornal Nacional fez na véspera do primeiro turno é outra coisa: é da categoria do “ódio”, da “vingança”.

É mais do que jornalismo militante, parcial.

E isso é obra de Ali Kamel, Diretor-executivo de jornalismo da Central Globo de Jornalismo (sic).
O cargo de manda-chuva no jornalismo da Globo é provavelmente mais importante, no Brasil de nossos dias, do que o de Ministro da Justiça.

O Brasil já teve ministros da Justiça que eram coordenadores políticos de relevo. Tancredo Neves, de Vargas. Petrônio Portella, de Figueiredo. Fernando Lyra, de Tancredo.

O Ministro da Justiça de hoje faz política de forma ocasional. Por exemplo, quando foi jantar na casa do Senador Heráclito Fortes, em Brasilia, com o empresário Daniel Dantas, depois de a revista Veja publicar que o Presidente da Republica e o chefe da Policia Federal tinham contas secretas no exterior, de acordo com informação, segundo a Veja, de Daniel Dantas.

O manda-chuva do jornalismo da Globo é tão poderoso que pode mandar uma eleição para o segundo turno.

Tanto que na Globo, segundo a revista Carta Capital, chamam Kamel de Ratzinger, o guardião da doutrina da fé.

Nem sempre foi assim.

Evandro Carlos de Andrade também foi o guardião da doutrina da fé do jornal Globo e da tevê Globo.

Mas tinha uma diferença.

Evandro não deixava impressões digitais.

Ele dirigiu o Globo durante um largo período dos “anos militares” (*). E não deixou impressões digitais. (A não ser o próprio jornal que fez).

Na Globo, a mesma coisa. Evandro trabalhava como o Barão Scarpia. Um pelotão de fuzilamento acabava com Cavaradossi, mas Scarpia não precisava subir ao terraço do Castel Sant’Angelo. Até porque Floria Tosca já o tinha esfaqueado.

Kamel deixa impressões digitais.

Numa polêmica publica a respeito da participação da Globo na fraude da Proconsult, que tentou impedir a eleição de Brizola no Rio, em 1982 – polêmica que está na origem de meu livro ("Plim-plim, a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral", que escrevi na companhia da jornalista Maria Helena Passos) -, pude dizer a Kamel:

"Não seja tão subserviente. O patrão não te pede tanto."

Nesse episodio do Jornal Nacional na véspera da eleição, Kamel foi, provavelmente, sobre-subserviente.

Foi para o campo do “ódio” e da “vingança”, quando um verdadeiro guardião da doutrina da fé, como Evandro, se teria comportado dentro dos limites tradicionais da Globo: parcialidade e anti-trabalhismo.

Kamel foi longe demais.

Vamos imaginar a hipótese de o presidente Lula se reeleger.

Assim como há a Lei da Gravidade, a Lei Geral de Telecomunicações vai ter que mudar. Isso afeta a Globo.

Não faz sentido você chegar lá, pagar R$ 250 mil, comprar uma licença, e colocar no satélite a emissora de tevê que você bem entender. Isso é possível nos Estados Unidos, na Inglaterra, no Japão? Aqui, é assim que funciona. E isso vai ter que mudar. E isso afeta a Globo.
E a polêmica sobre se as operadores de telefonia podem ou não produzir conteúdo? Isso afeta a Globo.

Assim como muitas outras questões geradas pela convergência, e que terão quer institucionalizadas nos próximas quatro anos – com Lula ou Alckmin.

Interessa à Globo construir a imagem de “ódio” e “vingança”, que transparece das capas da revista Veja?

Muitos já disseram que o “ódio” da Veja é uma forma de “vingança” contra uma decisão do Presidente Lula sobre livros didáticos, que, este ano, deu um prejuízo à Editora Abril de R$ 40 milhões (clique aqui).

Porque o Ministério da Educação resolveu mudar uma pratica que beneficiava a Abril. E decidiu beneficiar editoras menores (clique aqui).

Até a edição do Jornal Nacional da véspera da do primeiro turno sempre se imaginou que a Globo preferisse um guardião da fé como o Evandro.

Evandro, antes de ir para a Globo, foi um dos melhores jornalistas políticos do país.
Morto Evandro, a Globo substituiu-o por Kamel, cujo obra jornalística está por construir-se – e não no passado.

Ate aqui, a Globo preferia um guardião da doutrina que não quisesse ser mais do que isso: um guardião da doutrina da família Marinho.

Kamel quis ser papa.

Como Ratzinger.

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(1) A expressão “anos militares” é usada pelo respeitável cientista político Wanderley Guilherme dos Santos. Parece-me mais adequada do que “ditadura militar”, que, no Brasil, mudou de significado.