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quarta-feira, março 15, 2006

FHC x LULA - Parte II

Negociações Salariais

por Douglas Soldan

Os trabalhadores tiveram no ano passado as melhores negociações salariais dos últimos dez anos e conquistaram aumento real acima da inflação em 72% dos acordos realizados em 2005. No setor industrial, o desempenho foi ainda melhor -oito em cada dez negociações concederam ganhos reais ao trabalhador. A pressão menor da inflação nos salários, o crescimento da economia pelo segundo ano consecutivo e a criação de postos de trabalho contribuíram para esses resultados, segundo informam economistas, sindicalistas e especialistas em mercado de trabalho.

As informações constam de levantamento nacional do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estaduais Sócio-Econômicos), divulgado ontem, a partir de 640 acordos de categorias profissionais negociados entre janeiro e dezembro em 18 Estados do país.Em 88% dessas negociações (563 acordos), os trabalhadores conseguiram superar ou zerar as perdas acumuladas pela inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) nos 12 meses anteriores a cada data-base.

Em 2004, esse percentual havia sido de 81% -sendo que em 55% das negociações houve ganho real acima do INPC. O índice, calculado pelo IBGE, é o mais usado nas negociações e serve para corrigir o salário mínimo e benefícios previdenciários. Ele fechou em dezembro em 5,53%."É o melhor resultado para as negociações salariais já obtidos desde que a pesquisa foi iniciada em 1996", diz Clemente Ganz Lucio, diretor técnico do Dieese. "A inflação em baixa e a redução dos juros, aliados ao crescimento do PIB, quase que de forma contínua durante nove trimestres, o que não ocorria no país havia 15 anos, tiveram impacto significativo nas negociações", afirma.

Dos 640 acordos analisados, 72% foram superiores à inflação -sendo que a maior parte dos ganhos reais foram até 2% acima do INPC. Entre os acordos que se enquadram nessa faixa de aumento real estão os firmados por metalúrgicos, químicos e operários da construção civil paulista. Os reajustes empataram com a inflação em 16,3% das negociações."O aumento do nível de ocupação, que cresceu 3,3% no ano passado, boa parte com carteira assinada, contribuiu para elevar o poder de negociação dos sindicatos", diz o economista Fábio Silveira, da RC Consultores. Só na Grande São Paulo foram criados no ano passado 250 mil postos de trabalho com carteira assinada, segundo o Dieese."A manutenção do emprego saiu da pauta dos sindicatos e deu lugar à busca por aumento real", concorda Eleno José Bezerra, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força Sindical). Os metalúrgicos conseguiram 8,3% de reposição salarial no ano passado, sendo 3% de aumento real. O recuo do desemprego estimulou o trabalhador a participar das campanhas salariais com mais intensidade, diz Sérgio Luiz Leite, secretário-geral da Fequimfar (federação dos químicos paulistas). Na análise dos técnicos do Dieese, o desempenho favorável das exportações também contribuiu para os resultados positivos das negociações em 2005. "Os metalúrgicos, principalmente das montadoras, se beneficiaram do desempenho das exportações, ainda que tenham crescido em ritmo menor do que o de 2004. O setor calçadista também", diz José Silvestre de Oliveira, supervisor do Dieese em São Paulo.

Outro fator que influenciou as negociações salariais foi o aumento real concedido ao salário mínimo no ano passado (8,23%), segundo José Dari Krein, professor do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho) da Unicamp. "As categorias com mais dificuldade de organização sindical buscam estender o ganho do salário mínimo não só aos pisos profissionais, mas para outras faixas de salário."Por atividade econômica, os aumentos reais foram mais freqüentes na indústria, setor em que 83,5% dos acordos feitos foram acima do INPC acumulado. No comércio, esse percentual atingiu 70,3% e nos serviços, 57,8%."É mais fácil negociar índices de reposição com a inflação em patamares em torno de 5%, caso do ano passado", diz Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo -categoria que obteve, no ano passado, ganho real de 1,2% no reajuste de 5,5% negociado ante uma inflação de 5,01% pelo INPC (acumulado 12 meses antes da data-base dos comerciários, em setembro).

O pagamento dos reajustes -ao contrário de anos anteriores em que a tendência era de parcelamento em até três vezes -foi pago em uma única vez em 95,5% dos acordos. Há três anos, pelo menos um terço dos acordos foram pagos em parcelas. A incidência de abonos negociados para compensar as perdas salariais recuou no ano passado. Em 2005, 11% dos acordos previam pagamento de abonos -percentual que chegou a 16% nos dois anos anteriores. Depois da queda sofrida (Fonte: Folha de São Paulo)
Depois das quedas nas negociais geradas pela má administração anterior, Lula conseguiu reverter o quadro batendo novamente mais recordes! Pedala oposição!

Confira os dados e o gráfico comparativo:




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