Desigualdade social atinge menor nível desde os anos 60
por Nielmar Oliveira Repórter da Agência Brasil Rio
A desigualdade social atingiu o menor nível desde o Censo realizado em 1960.
Essa é uma das conclusões destacadas de uma pesquisa inédita produzida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que será divulgada amanhã (08). O estudo foi feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad - IBGE) - com dados de 2004 - e indica que o país vem avançando desde o início da década na redução das desigualdades entre pobres e ricos.
A pesquisa aponta também que, em 2004, a renda média do brasileiro cresceu 3,6%, enquanto a renda dos mais pobres chegou a crescer 14,1%. Elaborada pela FGV, em parceria com pesquisadores do International Poverty Centre da Organização das Nações Unidas (ONU), a pesquisa se chama Crescimento Pró-Pobre: O Paradoxo Brasileiro e será apresentada pelo professor Marcelo Neri, chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas. Em entrevista à Agência Brasil, Neri afirma que o levantamento mostra que a queda da desigualdade ocorrida em 2004 dá seqüência a uma tendência de melhora na distribuição de renda que vem ocorrendo desde 2001. "A última Pnad mostra que o bolo se tornou mais bem distribuído.
Mas nos últimos dez anos o crescimento da renda para o total da população deu ‘bolo’ nos brasileiros. É uma situação até certo ponto paradoxal: neste período, em média, a renda da população brasileira, como um todo, caiu 0,63% ao ano; enquanto o rendimento da camada mais pobre chegou a crescer 0,73% per capita – ou seja: já descontado o crescimento populacional.
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