2006 será fundamental para a esquerda brasileira
Em qualquer roda de bate-papo com sabichões da classe média, se você disser que existe um claro complô da mídia e oposição contra o governo Lula, vão dizer que você é um louco, um fanático, um lunático que encara política como torcedor de futebol, que isso è "teoria da conspiração", uma mania de esquerdista. Muitos companheiros devem passar por isso no cotidiano. É como aquela máxima direitista: "Se você não é de esquerda quando jovem, não tem coração. Se continua de esquerda quando adulto, você é burro." Os setores conservadores da sociedade brasileira estigmatizaram a idéia de que ser de esquerda é ser "bobinho", ingênuo, idealista, fanático. Como se a esquerda se resumisse unicamente à Heloisas Helenas e Babás.
Esse discurso que desqualifica a esquerda brasileira se intensificou ainda mais com a crise política em curso desde o ano passado. Tão intenso, que até companheiros petistas acabaram ajoelhando no milho e vestindo uma carapuça que não lhes é devida. Basta ver a postura da bancada petista no início da crise. Assistiu com cara de culpada ao show da hipocrisia oposicionista suportada pela grande mídia . Demoraram para enxergar o golpe sujo que foi minuciosamente arquitetado para derrubar o governo Lula. Acordaram, mas ainda defendem o PT de forma tímida, enquanto os líderes oposicionistas atacam de forma virulenta e sem dó. Até ameaças covardes de agressão física ao presidente já pudemos presenciar em pleno plenário.
Os parlamentares do PT precisam resgatar a velha garra petista na defesa do governo. Chega de assistir calado esse denuncismo barato em que nada é comprovado, enquanto os arautos da corrupção se fazem de éticos e assim preparam terreno para as eleições de outubro. Essa reeleição será um acontecimento de extrema importância para a esquerda mundial, principalmente a latino-americana, pois irá demonstrar a grande capacidade de resistência da esquerda frente à força da dupla dinâmica elites+ mídia. Hugo Chávez venceu essa mesma árdua batalha na Venezuela. E não foi fácil. Vencer as eleições é uma coisa, se preparar para o contra-golpe é muito mais complicado. E para isso é necessário ter consciência histórica dos acontecimentos.
Fazem chacota da filósofa Marilena Chauí quando ela diz que essa crise forjada pela mídia não passa de um instrumento de ataque das elites dentro de uma clara luta de classes. Isso é pura luta de classes. Para os intelectualóides tucanos que infestam as redações dos jornais, isso não passa de mais um anacronismo infantil de uma velha intelectual marxista ultrapassada. Irão argumentar: "que luta de classes é essa em que o Lula favorece os banqueiros e se alia ao PL?". Como se em uma luta não existisse tática, estratégia ou concessões.
Companheiros, não se enganem! Isso é pura luta de classes. 2006 será muito mais importante que 2002 na afirmação das conquistas populares.
Chegou a hora de lutar pra valer.
Essa é a hora.
João
2 Comments:
ótimo texto.
tambem penso assim. Enquanto a mídia e a direita partem com tudo pra cima do governo, muitos setores da esquerda ficaram acuados. Não podemos abandonar a defesa do governo Lula, que é estratégico para a América Latina.
Paula
Disse muito bem João, é isso mesmo.
A gente não vai esmorecer, a gente não vai deixar eles destruirem novamente o Brasil.Sabe porque, porque agora o Brasil é um país de todos, e todos estamos unidos para defender o melhor presidente que o Brasil já teve.
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