ACM: NÃO DEVO SATISFAÇÃO A QUEM TEM ORELHAS GRANDES E FISIONOMIA INCOMUM

Por Marcelo Salles - salles@fazendomedia.com

Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) acaba de subir à Tribuna do Senado Federal para uma comunicação inadiável. O senador disse que estava dando uma satisfação a ele mesmo e ao plenário, e não a "quem tem orelhas grandes e fisionomia estranha, diferente de um ser humano comum". ACM referia-se ao governador de São Paulo, Cláudio Lembo, também do PFL.

Em resposta à acusação do governador durante evento promovido pela Folha de S. Paulo, em que afirmou que ACM seria um senhor de engenho, o senador baiano disse: "Não vejo problemas em alguém ser senhor de engenho, mas eu não fui. Sou filho de um trabalhador pobre, que galgou na vida sem nunca ter sido subserviente a ninguém". E, numa nova referência a Cláudio Lembo, completou: "diferentemente de quem dependeu de dono de banco para sobreviver".

As desavenças internas tanto do PFL quanto do PSDB começaram a vir a público durante o resultado das últimas pesquisas eleitorais, que apontam larga vantagem de Lula (45%) contra Alckmin (22%), como registra do DataFolha.

Antônio Carlos Magalhães pode não ter dependido de um simples dono de banco, mas não pode dissociar sua ascensão política de Roberto Marinho. Que era muito mais que dono de banco. Além de um banco (Banco Roma), Roberto Marinho possuía mais de cem empresas. Em dado momento, o empresário cancelou o contrato da Rede Globo com a TV Aratu, na Bahia, e passou a retransmitir sua programação na TV Bahia, propriedade de Antônio Carlos Magalhães. No mesmo período, ACM, enquanto ministro das Comunicações, cancelou o contrato do governo brasileiro com a NEC do Brasil, que passou a valer muito pouco e foi comprada pela Globo por um milhão de dólares. ACM, então, restabeleceu o contrato do governo com a NEC, que voltou a valer cerca de 300 milhões de dólares.

ACM, dono de uma fisionomia invejável, é o atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal.

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