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segunda-feira, maio 08, 2006

Povo, popular, populismo?

Se o populismo é ruim, qual seu oposto? O que é bom? Anti-populismo ou anti-popular ou anti-povo. Não-populistas são políticas que favorecem o capital e não o trabalho, as oligarquias e não o povo.

por Emir Sader

A raiz é povo. Que é uma categoria desprestigiada pela crítica elitista. No Brasil, veio à política com Getúlio, vinculada a “trabalhador”. Poucas décadas depois da abolição formal da escravidão – o país que mais tardou a aboli-la no continente -, Getúlio passou a interpelar os brasileiros como “trabalhadores do Brasil”. Com seu governo o Estado assumiu os direitos sociais como responsabilidade sua, poucos meses depois que um presidente nascido no Rio e adotado pela oligarquia paulista como FHC -, Washington Luis, afirmou que “questão social é questão de polícia”.
O povo entrou na história brasileira pelas mãos – pelo discurso, pelas políticas – de Getúlio. Por isso nunca seria perdoado pelas elites, mesmo se ele promoveu a burguesia industrial a setor hegemônico no Brasil, nascida do ventre do Estado.
O pacto político que refundou o Estado brasileiro, pela primeira vez, incluía a setores populares – mesmo se ainda minoritários. Um projeto de industrialização deslocava a oligarquia primário-exportadora, com a exportação de café financiando esse projeto. O Estado se adequava às necessidades da industrialização, assumindo seu papel de fomento à produção, de formação de mão-de-obra, de extensão do mercado interno. O projeto se correspondia com o discurso nacional, popular e de desenvolvimento econômico....Leia mais