Folha ressucita general criminoso

por Emiliano José

A Folha de São Paulo acaba de ressuscitar o general Meira Matos, 92 anos, ideólogo da tortura e da morte na ditadura militar. A imaginação criadora da fracassada mídia nacional não tem limites. E ele ressuscita dos mortos para pedir votos para a tucanalha em artigo publicado dia 8 de maio de 2006. Ao aceitar as insuficientes referências biográficas do general, postas ao final do artigo "O estadista e o político", a Folha mancha sua história. Dizer que é conselheiro da Escola Superior de Guerra, veterano de guerra, e outras citações menores não basta. O general é um ideólogo da ditadura, e do que há de pior na ditadura.

Decididamente, o golpismo é a doença infantil da grande mídia. Os jornalões não levam em conta que o governo austero do presidente Lula os salvou da bancarrota, ao reduzir suas dívidas em dólar pela metade. Com FHC eles beiravam à falência com dívida a dólar de R$ 4 reais. O governo Lula reduziu pela metade suas dívidas. Ainda assim agem como golpistas.

Essa do general Carlos de Meira Matos é demais. Apesar da idade provecta, este general é um perigo para a democracia. O general de pijama é autor de "Pensamento Revolucionário Brasileiro" (1964), em que explica a ideologia do golpe militar de 1964; de "Operações na Guerra Revolucionária" (1966), onde ensina a prender-arrebentar-matar; de "Doutrina Política da Revolução de 31 de Março" (1967), lançado poucos dias antes do AI-5 e cujo título é auto-explicativo. Ativo participante do golpe militar, este general tem as mãos sujas de sangue. Até hoje defende o fechamento do Congresso em 1966, cuja operação ele comandou manu militari.

O que quer a Folha de São Paulo ressuscitando esse criminoso?

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