Arcanjo operou com banco da família de Jorge Bornahausen
ALESSANDRO RODRIGUES
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O relatório da CPMI do Banestado feito pelo deputado José Mentor (PT/SP) aponta que o financiador do caixa 2 do PSDB no Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro, efetuou várias operações de lavagem e remessa ilegal de dinheiro para o exterior via contas CC-5 por intermédio dos bancos FonteCindam e Araucária. Existem indícios de que o segundo pertence à família do senador Jorge Bornhausen (PFL/SC). O relatório denuncia diversas vezes que a relação entre o presidente da Comissão, senador Antero Paes de Barros (PSDB/MT), com Arcanjo foi o principal motivo para o tucano fazer um relatório paralelo na tentativa de invalidar os trabalhos da Comissão.ESQUEMAEmbora operasse também com o Banco de Boston, Arcanjo tinha uma preferência em utilizar os esquemas montados pelo banco Araucária.
Uma das empresas utilizadas para receber e emitir dinheiro pelo esquema de Arcanjo era a Amper Construções Elétricas, que remeteu, pelo menos, R$ 3,3 milhões entre setembro de 1998 e agosto de 1999. “Metade das remessas foram feitas na conta CC-5 do FonteCindam Bahamas Bank e a outra metade nas CC-5 do banco Surinvest e do Trade and Commerce Bank, no banco Araucária”, descreve o documento.Segundo o relatório, parte dos recursos remetidos por Arcanjo para o exterior pode ter origem na Assembléia Legislativa do Mato Grosso, que teria repassado cerca de R$ 100 milhões para as empresas de Arcanjo com o objetivo de repor as despesas da campanha do ex-governador Dante de Oliveira (PSDB/MT) que foram bancadas por ele.Como afirmamos na edição anterior, o próprio contador de Arcanjo, Luiz Alberto Dondo Gonçalves, confessou em depoimento à Justiça Federal que “na campanha de reeleição do governador Dante Martins de Oliveira foram empregados recursos oriundos de empréstimos feitos pela Confiança Factoring [de Arcanjo]; que o pagamento da factoring seria feito por intermédio da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso; que esse acerto fora feito entre Nilson Roberto Teixeira [gerente da Confiança], o então secretário de fazenda, Valter Albano e os integrantes da mesa diretora da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso; que a dívida era em torno de setecentos mil reais mensais, sendo que a Assembléia Legislativa emitia cheques em nome de diversas empresas para totalizar o valor devido”.
Gonçalves disse também que Arcanjo financiou cerca de R$ 5,7 milhões do caixa 2 da campanha do senador Antero Paes de Barros através de empréstimos para o Grupo Gazeta.Os dados obtidos pelos trabalhos da CPMI foram remetidos para a Justiça Federal do Mato Grosso e para o Ministério Público que haviam desencadeado a operação denominada “Arca de Noé”, responsável pelo desmantelamento da quadrilha de João Arcanjo Ribeiro. Arcanjo, que foi policial e era comendador por aprovação da Assembléia Legislativa do Estado, encontra-se preso no Uruguai desde 2003. Ele foi condenado há 44 anos prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro, sonegação, formação de quadrilha e evasão de divisas. Sua trajetória de crimes teve início em 1985, quando assumiu o controle do jogo do bicho no Estado e passou a contrabandear máquinas caça-níqueis e a montar cassinos ilegais. Acusado de ser responsável por oito assassinatos, inclusive o do dono jornal mato-grossense “Folha do Estado”, Domingos Sávio Brandão, em 2002, o império de Arcanjo decolou mesmo a partir de 1994. Coincidência ou não, mas é o mesmo ano que os tucanos assumiram o controle do governo do Estado.
PROCURADOR
Tais ligações entre os tucanos e o comendador também foram expostos no relatório da CPI. “Após a quebra de sigilo telefônico e bancário de Arcanjo e de suas empresas, não foi possível o exame dos documentos devido à decisão do presidente [Antero Paes de Barros] em manter todos os documentos sem que fossem autuados. Isso impossibilitou a continuidade das investigações”, assinalou.Após o carnaval está previsto o depoimento do procurador da República no Mato Grosso, Pedro Taques, na CPI dos Bingos.
O procurador é responsável pelos inquéritos que apuram o caixa 2 tucano no Estado. Taques e o juiz federal Julier Sebastião da Silva, que também depôs na CPI, detêm informações importantes sobre Arcanjo, Antero e Dante de Oliveira. Em seu depoimento, o juiz afirmou que as empresas de Arcanjo repassaram R$ 240 mil através de 84 cheques para o Comitê Único de campanha do PSDB em 2002.
Essa é a oposição mais hipócrita da história da política brasileira.
João
1 Comments:
Por que nao:)
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