O VALOR DA INTELIGÊNCIA

A ação da Polícia Federal na manhã de hoje em Porto Alegre mostrou mais uma vez que o investimento em inteligência representa uma das maiores armas para enfrentar o crime organizado. A prisão de 26 pessoas de uma quadrilha que se preparava para assaltar as agências do Banrisul e da Caixa Econômica Federal, no centro da cidade, foi resultado de um trabalho que iniciou ainda em 2005, após o assalto ao Banco Central, em Fortaleza, quando foi encontrado um cartão de telefone pré-pago na sede do banco. A partir deste cartão, a PF monitorou a rede de telefonia do grupo que agiu no assalto ao BC e descobriu que eles haviam ordenado o assalto aos bancos de Porto Alegre. A quadrilha estava escavando um túnel, que já tinha 80 metros de extensão. A Polícia Federal vinha monitorando a ação do grupo e decidiu agir na manhã da sexta por suspeitar que a tentativa de assalto ocorresse neste final de semana.

Segundo a Polícia Federal, trata-se da mesma quadrilha responsável pelo assalto do BC em Fortaleza, com ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação em Porto Alegre não foi isolada. A PF deflagrou a operação Facção Toupeira em dez Estados. Além dos 26 presos na capital gaúcha outras 40 pessoas devem ser detidas, informou a PF.

Em entrevista coletiva na sede da Polícia Federal, em São Paulo, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, considerou a prisão do grupo em Porto Alegre como o maior golpe já desferido contra o PCC. Segundo ele, “foi um golpe muito forte porque eles são pegos no que têm de vital, que é a causa final do crime, o dinheiro”.

O ministro confirmou que, entre os detidos na operação Facção Toupeira, estão dois líderes do PCC. Um deles, preso em São Paulo, é irmão de um dos assaltantes do BC em Fortaleza. O outro, preso em Porto Alegre, teria participado do seqüestro do jornalista Guilherme Portanova e do técnico Alexandre Callado, da Rede Globo, na capital paulista.
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