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segunda-feira, setembro 11, 2006

JN manipula informação, e Alckmin aproveita

por José Dirceu

Quem assistiu ontem ao Jornal Nacional viu o jornalista Pedro Bial e seu ônibus passar por aquela que, segundo ele, é a pior estrada do Brasil, a BR-316. Daqui a pouco, segundo disse hoje a Folha (para assinantes), Geraldo Alckmin tenta tirar uma casquinha da matéria do JN, mostrando imagens dessa estrada no horário eleitoral.

Segundo José Augusto Valente, secretário de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, é verdade que há um trecho da BR-316 no Maranhão que está um lixo. Dos 720 km naquele Estado, 300 km estão ruins – mas os outros 420 km estão bons. Outras coisas que o JN não falou (e que Alckmin também não vai dizer):

1. Essa rodovia tem um volume médio diário de cerca de 500 veículos/dia, que é muito pouco. Só para ter idéia, a rodovia Presidente Dutra tem um volume de mais de 200.000 veículos/dia;

2. A obra de recuperação dessa rodovia foi contratada em julho e dentro de um ano os 300 km estarão em boas condições;

3. O diretor-geral do DNIT, Mauro Barbosa da Silva, falou ao JN, mas não foi incluído na matéria. Passou batida a informação de que o DNIT tem 4.500 obras em andamento. Isso significa que toda a malha rodoviária federal, algo como 57.000 km, tem hoje algum tipo de obra (construção, duplicação, restauração, conservação, sinalização etc.).

Além disso, em outra matéria, o JN abordou a questão da Cide, o imposto sobre combustíveis. Segundo Valente, o JN não falou que, no ano passado, foram utilizados 87% da Cide em infra-estrutura de transportes e que, neste ano, será atingido o mesmo percentual.

O secretário disse ainda que 80% da carga e dos passageiros que circulam nas rodovias federais passam por estradas em boas ou ótimas condições.
Ele lembra que a CNT (Confederação Nacional dos Transportes), que todo ano examina a situação das rodovias federais e estaduais e divulga os resultados por volta de agosto, já concluiu sua pesquisa de 2006, mas não vai apresentá-la antes de 1º de outubro. Por que será?

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