‘‘A crise me aproximou ainda mais do PT’’
por Carla Felícia para IstoÉ Gente
Paulo Betti reafirma seu apoio ao PT e ao presidente Lula.
Por que se afastou do PT nas eleições de 2002?
Sempre quero estar neutro, porque minhas obrigações profissionais exigem. Sou produtor de cinema, teatro e presidente de um centro cultural no Rio – a Casa da Gávea, uma associação cultural sem fins lucrativos. Uma ligação partidária mais direta atrapalha. Quanto mais neutro eu ficar, melhor. Às vezes não consigo e meu desejo de participar se sobrepõe aos meus interesses. Vou um pouco contra a corrente. Quando estava todo mundo gritando PT, antes das últimas eleições, eu estava meio reticente. Hoje, estou um pouco mais PT.
Mesmo com os escândalos de corrupção no governo?
Estamos num momento complexo, onde existe muita poeira e fumaça no ar. Não conseguimos enxergar com clareza o que está acontecendo. Mas tenho profunda simpatia pelo PT. Ajudei a formá-lo e estive com ele desde os primeiros momentos. Agora, no momento mais difícil, fico mais próximo. Dá vontade de ajudar o PT a resolver os problemas. Que são graves e têm que ser resolvidos. Estamos levando porrada e meu primeiro impulso é ajudar a defender. Não tenho nenhuma vontade de bater, mas de defender. Essa crise violenta me aproximou ainda mais do PT.
Seu voto é do Lula?
Meu voto está completamente decidido, eu apóio o Lula. Pelas realizações do governo dele, pelos resultados. Todo mundo vai comparar o governo Lula com o anterior, os índices econômicos, os números. E vai se perguntar: “Qual é o melhor?”. Se você pensar nisso hoje, certamente vai votar no Lula de novo. Acho que realmente ele está fazendo um governo melhor que o outro.
Acredita que ele não sabia dos atos de corrupção?
É difícil você saber tudo que acontece num governo. Para se ter uma idéia, sou presidente da Casa da Gávea, que tem cinco funcionários. Não sei tudo que acontece. Assino pilhas de cheques e documentos, que nem sempre é possível ler. Qualquer pessoa que está num cargo executivo sabe disso. Tem que confiar nas pessoas que trabalham com você e imaginar que elas estão fazendo tudo direito. Tenho certeza de que ele não tinha consciência de tudo que estava acontecendo. E nem dava para ter.
Faria campanha novamente?
Se precisar, apareço numa campanha sim, por que não? Se achar que a campanha precisa de mim, se me sentir motivado a participar – e não estiver numa novela – farei. Tenho contrato com a Globo e, se estiver numa novela, não poderei fazer.
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