Fontana desqualifica Opportunity e lembra ligações do banco com FHC
O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), demonstrou surpresa com a iniciativa do senador Arthur Virgilio (PSDB-AM) de apresentar documento encaminhado pelo Grupo Opportunity à Justiça de Nova York.
No documento, os advogados do empresário Daniel Dantas, do Opportunity, tentam envolver o PT e o próprio presidente Lula em supostas irregularidades. Fontana questionou o senador tucano por usar o documento para tentar, mais uma vez, atacar o PT. No documento, o banqueiro afirma ter sido perseguido pelo PT entre 2002 e 2003, mas a acusação é rechaçada pelo partido.
Fontana desqualificou Daniel Dantas - comparou o seu perfil ao de um chefe de quadrilha - e lembrou que o empresário foi condenado diversas vezes, em diferentes instâncias da Justiça brasileira e norte-americana.
“É preciso que a população recupere o debate sobre quem são Daniel Dantas e o Banco Opportunity, que receberam enormes privilégios durante o governo de Fernando Henrique Cardoso”, disse o líder, da tribuna da Câmara. Ele lembrou que o Banco Opportunity apareceu nas gravações dos grampos do BNDES, à época em que o governo FHC promoveu as privatização de estatais. Numa das gravações alguém disse ao Presidente FHC que estavam “no limite da irresponsabilidade”, numa referência às medidas que estavam tomando para ajudar o grupo Opportunity nas privatizações.
“Qual era o limite da irresponsabilidade?", perguntou o líder. “Era o tráfico de influência para privilegiar o Banco Opportunity, no consórcio feito com os fundos de pensão, para comprar parte do sistema de telecomunicações do país”.
Foi por intermédio dessa rede de influências no governo FHC que Daniel Dantas obteve, com ações minoritárias de menos de 10%, o controle acionário da Brasil Telecom.
“ Ele (Daniel Dantas) inclusive roubou de outros acionistas e desviou recursos de dentro da gestão da Brasil Telecom privatizada. Esse senhor tinha todos os privilégios no Governo anterior onde os fundos de pensão, através do tráfico de influências, eram empurrados para manter o controle acionário nas mãos dele”.
Fontana observou que durante o governo Lula Daniel Dantas perdeu o controle acionário da Brasil Telecom, a partir de decisão dos fundos de pensão de buscar uma nova composição acionária em defesa de seus interesses. “A partir daí, o Sr. Daniel Dantas intensifica os seus ataques ao Governo do PT e ao Governo Lula”, assinalou o líder petista. Para o líder do PT, o senador tucano, ao tentar usar a carta de Daniel Dantas contra o PT e o governo Lula, incorreu no mesmo erro da oposição à época dos depoimentos à CPI dos Bingos do doleiro Toninho da Barcelona e do e-juiz Rocha Mattos, ambos presos. Os dois depoimentos dados à CPI do Fim do Mundo foram explorados politicamente pela oposição, embora os dois presidiários não tivessem levado nenhuma prova que incriminasse o PT ou o governo Lula com irregularidades.
"O senador Arthur Virgílio, ao apresentar a carta do Grupo Opportunity à Justiça norte-americana deveria, primeiro, fazer uma auto-crítica das relações promíscuas do governo Fernando Henrique Cardoso com o Banco Opportunity e com Daniel Dantas no processo de privatizações", disse Fontana.
“O senador deveria ir à tribuna do Senado reconhecer que o governo Lula não aceitou as pressões para se corromper que vieram, sim, de Daniel Dantas, que chantageou lideranças e ministros importantes a partir de um processo ilegal que fez de escutas telefônicas e de outras coisas mais pelas quais está condenado”.
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