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segunda-feira, abril 03, 2006

Lembo e a falta de atenção

por Soninha

Peguei uns trechos da entrevista de Claudio Lembo hoje para a Folha (aqui, para assinantes). Comentários no texto, depois de >>>>>>>:

Folha - Uma das críticas da oposição é a falta de transparência.
Lembo - Mas é ingênuo. Primeiro, [criar CPIs] é uma função interna da Assembléia, que não teve nenhuma interferência.

>>>>> Gente, isso não existe... Se há a ameaça de uma CPI que, direta ou indiretamente, ameaça o governo, é claro que há interferência do Executivo. Claro, também, que a bancada da situação se movimenta de qualquer jeito para tentar impedi-la, com ou sem interferência. Mas tem sempre aquela massa que se movimenta conforme a interferência.... A “base aliada”, que apóia o governo mediante determinadas condições...

[segue a entrevista]

Lembo - Segundo, o caso específico [da Nossa Caixa] foi objeto de uma sindicância, o presidente da Nossa Caixa enviou a documentação para o Ministério Público, para o Tribunal de Contas, e o caso era muito simples. Todo contrato pode ser prorrogado. Esqueceram o formalismo da prorrogação por escrito e continuaram fazendo liberação de verbas com o contrato.

Folha - Simplesmente esqueceram, foi uma falta de atenção?
Lembo - Foi, e isso acontece com o ser humano, mas não tinha malícia. A transparência está total.

>>>>>> “Esqueceram o formalismo”? Foi uma “falta de atenção”? Reproduzo o que saiu na Folha de domingo passado: “Ao analisar 278 pagamentos às duas agências no período em que operaram sem contrato - no total de R$ 25 milhões - a auditoria interna apontou irregularidades em 255 operações (91,73%)”. Ou seja, “esqueceram o formalismo” em quase 92% das operações?

Segue a matéria da Folha: “Não foram localizados documentos autorizando pagamentos que somavam R$ 5,1 milhões. Em 35% dos casos, não havia comprovantes da realização dos serviços. (...) O patrocínio de campanhas de marketing direto era autorizado verbalmente”. Liberar 5 milhões sem documento autorizando os pagamentos e pagar serviços não comprovados é muito mais que “esquecer o formalismo”. Será que ele seria tão compreensivo com o “erro formal” de outro governo que não o seu?

Folha - Então o sr. não vai tomar nenhuma providência?
Lembo - Claro que se toma providência. Primeiro, houve a sindicância. Já foi tomada a providência máxima. Daqui para a frente vamos acompanhar o que aconteceu, ver e rever procedimentos.

>>>>>> Pois é, contradizendo o próprio governador, nem a Caixa acha que foi só “uma falta de atenção” e que “não houve malícia” – o gerente que agora denuncia o esquema “foi demitido por justa causa, em dezembro, (...) sob a acusação de "mau procedimento", "desídia" e "indisciplina". O ex-presidente do banco Valdery Frota de Albuquerque também foi responsabilizado”. Foi essa a providência tomada.

Como não quis ser o mordomo da história, o ex-gerente “preparou um relatório de 42 páginas em que revela outras irregularidades e as pressões que recebeu do Palácio dos Bandeirantes. "Houve atendimentos a solicitações de patrocínio e mídia, de deputados estaduais da base aliada, nas ocasiões de votação de projetos importantes para o governo do Estado", afirma Castro Júnior nessa peça” (texto da Folha). E ele não “afirma”, simplesmente, como fez Roberto Jefferson (que além de falar em “mensalão”, disse quer recebeu dinheiro do Dimas, presidente de Furnas desde o governo FHC, e ficou por isso mesmo). Castro Junior anexa um monte de documentos que provam que ele recebia ordens para dar uma forcinha para a base aliada – aquela que, entre outras coisas, impede a instalação de CPIs contra o governo do estado.

Bom, o pessoal que exaltou a coragem do Francenildo não vai fazer nenhum desagravo ao gerente que levou quase sozinho a culpa pelo “mau procedimento”?

http://gabinetesoninha.zip.net/

1 Comments:

At 3/4/06 19:34, Anonymous Anônimo said...

Claudio lembro no Roda viva hj!

 

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