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quinta-feira, abril 13, 2006

Governo invisível

por Gulherme Scalzilli

A militância não depende de vínculos partidários ou profissionais com qualquer projeto eleitoral, mas exige responsabilidade, transparência e um mínimo de embasamento. A esmagadora maioria dos comentaristas sente-se desobrigada a respeitar esses requisitos fundamentais para o exercício da controvérsia democrática. Suas opções políticas sobressaem na peculiar repetição de interpretações viciadas, no uso reiterado de jargões vazios, no subjetivismo de botequim, na futurologia desvairada. Prestimosos cabos eleitorais disfarçados de especialistas, o que os faz desonestos é ocultar a manipulação de dados sob uma aura de imparcialidade, correção crítica e superioridade moral.

Preocupados em desacreditar a política econômica federal, não souberam apresentar modelos alternativos viáveis, que proporcionassem, em parcos três anos, a quitação da dívida com o FMI (economia de US$ 900 milhões com juros), continuada expansão do PIB, crescimento da produção industrial e elevação do superávit externo a índices históricos. A obtusa repetição de lugares-comuns sobre os juros altíssimos (menores, aliás, que no governo passado) ajudou a relativizar o controle da inflação e a expansão da demanda interna, alavancada pelo consumo dos trabalhadores e pelos investimentos estatais - ferrovia, pólo siderúrgico, refinarias, programa do biodiesel, transposição do rio São Francisco, recuperação da malha rodoviária, etc.

Outra tolice muito propagada, com uma assiduidade sintomática de sua importância eleitoral, é a do “fracasso” do governo na área social. Mas, novamente voltando aos fatos, temos que a taxa de desemprego caiu e a renda média cresceu acentuadamente, no embalo dos maiores reajustes salariais em uma década. Também os índices de pobreza e miséria melhoraram, graças ao programa Bolsa-Família, que transfere renda para 8 milhões de famílias (13 milhões de crianças), e também a ações localizadas, como financiamentos habitacionais da Caixa Econômica e projetos de infra-estrutura em assentamentos rurais.

Há ainda avanços que foram ignorados pelo noticiário, ou receberam tratamento relapso e mesquinho: a auto-suficiência petrolífera; o Fundeb, que aumentará o número de estudantes atendidos pelo atual Fundef em quase 20 milhões; o trabalho saneador da Controladoria Geral da União; as ações de combate à grilagem, que redundaram numa queda brutal da taxa de desmatamento na Amazônia; a abertura dos arquivos da ditadura militar pela Casa Civil; a política externa eficaz, que colecionou vitórias na OMC, equilibrou a geopolítica no continente e promoveu alianças estratégicas importantíssimas; a adoção do software livre por órgãos federais; os projetos Pixinguinha e Fome de Livro, os Pontos de Cultura e a recuperação de museus, entre outros programas culturais.

Nada disso transforma o governo Lula num êxito universal. Mas por que parece herético defendê-lo? Por que desconcerta e espanta deparar com uma breve lista de suas realizações? Os analistas políticos da grande imprensa conhecem a resposta. Amedrontados pela veemência dos fatos, avessos ao debate construtivo, optam por fingir que o governo foi triturado antes da posse, ruiu sob as sabotagens do Legislativo, virou pó com os ataques da mídia e agora simplesmente deixou de existir. Gostariam também que o eleitorado sumisse, mas felizmente esse sonho autoritário não é possível. Ainda

http://www.guilherme.scalzilli.nom.br/Rev.C.Amigos/Governo%20invisivel.html

3 Comments:

At 17/4/06 10:08, Anonymous Anônimo said...

FORA LULA !!!!

 
At 17/4/06 10:47, Blogger João said...

No comentário acima podemos ver a capacidade argumentativa da nossa oposição.

Ao invés de refutar o post com sua opinião, a criança repete os bordões dos incautos como um simples papagaio.

É de se lamentar.

 
At 18/4/06 03:42, Anonymous Anônimo said...

Papagaio, tucano, pavão e galinha. Todos quando estão infelizes soltam as penas.

 

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