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terça-feira, abril 25, 2006

Entrevista com o presidente da CUT

Em reunião convocada pelo presidente da CUT, João Felício, líderes do movimento sindical e de entidades sociais discutem nesta terça-feira uma estratégia de reação a um eventual pedido de impeachment de Lula. “Se algum tresloucado neoliberal avançar nessa direção, nós vamos reagir”, avisa Felício.

Leia abaixo trechos da entrevista que o presidente de Central Única dos Trabalhadores concedeu ao blog do Josias:

- O que acha da tese do impeachment?
Não consigo nem imaginar que um pedido de impeachment prospere.

- Caso prospere, haverá reação?
Se algum tresloucado do neoliberalismo avançar nessa direção, nós vamos reagir.

- A posição é consensual no movimento social?
A esmagadora maioria pensa assim. Não vamos aceitar isso pacificamente. Não seremos meros expectadores de ações golpistas, udenistas ou qualquer nome que se queira dar.

- A OAB analisa a viabilidade do impeachment. O que acha?
Espero que a OAB não entre com uma proposta dessa natureza. Falar em impeachment do Lula é loucura. Vai dividir o país.

- Há uma articulação para se contrapor ao impeachment?
Nesta terça-feira, aqui na CUT, faremos uma reunião dos movimentos sociais. Estaremos nós, o MST, a UNE... Chamamos também presidentes de alguns partidos: o Ricardo Berzoini (PT), o Renato Rabelo (PC do B), o Eduardo Campos (PSB). É um encontro de análise da conjuntura política. E vamos tratar desse assunto.

- A causa é forte o bastante para levar gente às ruas?
Tenho certeza absoluta. Não vamos aceitar que aqueles que têm saudade do poder retornem desse jeito. Quem quiser o poder que vá às urnas. O Lula tem suporte popular. Se for preciso, vamos provar isso. Quem tentar vai dar um tiro no pé.

- O feitiço do impeachment pode virar contra os feiticeiros?
Vai virar. Vai ficar clara a tentativa de derrubar um presidente que tem um olhar para o social muito mais avançado do que qualquer outro presidente na história.

- Qual a capacidade de mobilização dos opositores do impeachment?
Só a CUT tem 3.300 sindicatos filiados. Temos uma base de associados de 7,2 milhões de trabalhadores. No nosso caso, não será uma reação da CUT, como instituição. Quem não aceita é a militância sindical.

- Até onde vai o apoio da CUT ao governo?
Ninguém determina as opções da CUT. As nossas postulações, a nossa agenda são determinadas pela CUT. Somos contra, por exemplo, o superávit fiscal do governo Lula. Mas achamos que, para chegar aonde a gente quer, o Lula é o mais adequado. No mundo do trabalho, ninguém vai nos provar que a coisa piorou. Temos provas concretas de que melhorou. O Lula, para o que a gente quer, é melhor do que o FHC ou o (Geraldo) Alckmin, que vai radicalizar o que o Fernando Henrique fez.

Vamos lá golpistas! Vamos lá OAB golpista!!
Agora eu quero ver sair esse pedido de impeachment. Depois quero saber quais os advogados da OAB e quais políticos oposicionistas irão subir no palanque pra explicar o motivo do impeachmente para o povo que vai sair às ruas.
Vamos lá. Está lançado o desafio.
Qualquer semelhança com a Venezuela não é mera coincidência.
João