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sexta-feira, agosto 25, 2006

Cena de rua

por Miguel do Rosário

Lá estava eu no 247, indo para Vila Isabel. O ônibus estava meio vazio.

- E aí, será que o Geraldo Alckmin vai subir?

Quem falava era o motorista, em voz alta, dirigindo-se à trocadora. Ela fez uma cara engraçada, mexeu os ombros, sorriu sem graça e não disse nada. O motorista repetiu a pergunta. Ela olhou em volta, à procura de ajuda. Havia apenas um senhor sentado perto dela. Ela perguntou, olhando para o senhor:

- Geraldo... o quê? É candidato a quê? Governador? Deputado?

O senhor estava lendo jornal. Ele usava uma boina verde. Fiquei imaginando em quem esse cara iria votar e não consegui identificar. Ele ajudou a moça.

- Geraldo Alckmin é candidato a presidente.

A moça fez um ah, deu de ombros e não falou nada. O motorista, que havia acompanhado os acontecimentos, mandou de lá onde ele estava:

- É, vai ser Lulalá mesmo.

O senhor de boina guardou o jornal e se dispôs a conversar com a trocadora.

- O Lula fez muita coisa. Fez mais em quatro anos que o FHC em oito anos - ponderou o senhor.

- Mas tem que fazer ainda mais - contraveio a moça.

- Ah, isso eu concordo. Tem que fazer mais - aprovou o senhor.

Fez um silêncio de alguns segundos. O ônibus fez uma manobra mais forte e parou num ponto. Não entrou ninguém. A trocadora finalizou o papo:

- Tá muito bom agora. Vai melhorar mais ainda.

Foi uma afirmação forte. Não se trata nem de esperança, mas de fé. O apoio à Lula está nas ruas. O constragimento produzido pela crise política se esgarça cada vez mais. A onda lacerdista, que explodiu na praia no ano passado, ameaçando a democracia brasileira, agora é só espuma. Os marketeiros e aliados do chuchu lavam a roupa suja em público, expondo sem vergonha técnicas baratas e quiçá obsoletas para conquistar votos. Blogueiros tucanos, como Noblat e Josias de Souza, não escondem sua frustração e, por outro lado, começam a garantir seu futuro na nova realidade, e fazem elogios discretos ao governo Lula e escarnecem da cada vez mais provável derrota tucana.

http://www.oleododiabo.blogspot.com/

1 Comments:

At 27/8/06 16:10, Anonymous Anônimo said...

Heloisa Helena deu com os burros n´agua ao adotar o estilo Enéas Carneiro em sua campanha. Com seu vocabulário mixuruca recheado de palavrões como maloqueiros da política, patifes, bandidos e outras coisitas mais, só angariou mesmo a rejeição por parte do eleitorado. Heloisa Helena deveria vir onde estou neste momento, uma cidadezinha no sul do Maranhão, às margens do Rio Balsas, gozando minhas merecidas férias. Aqui residem menos de 5 mil habitantes. Apesar de pequeno o lugar, os ministérios, como por exemplos o das Minas e Energia, Saúde e Cidades do governo Lula estão presentes através de obras identificadas por placas que não deixam duvidam acerca da presença do nosso querido presidente. Na era FHC não via tais obras por aqui. É o Luz Para Todos, a construção de postos de saúde, pavimentação de estradas, etc. Ainda há quem diga que este governo, por conta do Bolsa Família, é assistencialistas. Por tudo isso, o povo daqui diz que vai votar em Lula, que eles chamam carinhosamente de "baixinho".Andando por aí, ouço eles dizerem "eu vou votar no baixinho." Quanto ao Geraldo, ninguém conhece, a não ser um aqui outro ali, gente da classe A. Como se vê, até aqui tem a tal divisão de classes. Então. Esta gente que não vota em Lula são metidas a ricas. Gente do agronegócio que, já tendo uma D-20, queria que o Lula liberasse dinheiro para que adquirissem mais uma. Prá isso fizeram ate piquete. É esta gente que será derrotada, juntamente com o candidato deles, o Geraldo, daqui a mais ou menos um mês. Pelos menos aqui em Sambaíba. Estou de férias. Até setembro.

 

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