Até tu, Estado?
Raras vezes se terá visto em um país democrático um chefe de governo investir de forma tão contundente contra um órgão de imprensa, como fez o presidente Lula, ao tomar conhecimento da reportagem da revista Veja em que ele aparece como titular de uma suposta conta no exterior. Mas é compreensível a inusitada reação do presidente, chamando o autor da matéria de "bandido, mau-caráter, malfeitor, mentiroso" e repetindo três vezes que a revista "chegou ao limite".
É incontestável que a publicação da reportagem colide com a responsabilidade ética que deve nortear as decisões de todo veículo de comunicação que pretenda ser levado a sério - sobretudo quando é grande a sua audiência.
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E a nossa classe-média continua a ser catequizada por este semanal corrupto, mentiroso, que nada mais é que o panfleto oficial da ala mais inescrupulosa da direita. Até o jornal O Estado de São Paulo, famoso pelo seu conservadorismo e por seu alinhamento à ideologia neo-liberal, se irritou com as sucessivas mentiras do panfleto.
Conversar com os jovens de "opinião formada" por Veja é um ato de sacrifício, quase uma tortura chinesa. Não há como contrariá-los sem ouvir como resposta a famosa frase: "Mas eu li na Veja". Como se isso desse credibilidade a uma determinada opinião. Nossa sociedade passa por um processo de"emburrecimento coletivo"contínuo e há de se temer pelo futuro do país comandado por estes jovens.
A Veja está ultrapassando todos os limites da ética jornalística no seu objetivo sórdido de impedir a provável reeleição de Lula e não há nada o que se possa fazer contra isso. A imprensa é livre para defender seus próprios interesses políticos e econômicos. Esse é um dos muitos custos que a democracia impõe à sociedade. O que nos resta é denunciar as farsas semanais publicadas pela família Civita, que como se sabe, tem enorme interesse na volta dos tucanos e dos entreguistas ao poder.
Não Veja, pense.
João
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